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terça-feira, 30 de julho de 2019

ONU cobra do governo brasileiro investigação sobre assassinato de líder indígena no Amapá, por Opera Mundi.


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Michele Bachelet afirmou que morte de Emyra Waiãpi é 'um sintoma inquietante do crescente problema da invasão das terras indígenas' no país

REDAÇÃO OPERA MUNDI
São Paulo (Brasil)
29 de jul de 2019 às 16:30

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A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, condenou nesta segunda-feira (29/07) o assassinato do líder do povo indígena Waiãpi, Emyra Waiãpi, e cobrou do governo do presidente Jair Bolsonaro investigações rápidas e efetivas.

"É essencial que as autoridades reajam rápida e efetivamente para investigar esse incidente e levar à justiça os responsáveis de acordo com a lei", disse. Bachelet ainda afirmou que "o assassinato de Emyra Waiãpi, líder dos indígenas waiãpi, é trágico e condenável por si só. Também é um sintoma inquietante do crescente problema da invasão das terras indígenas, especialmente nas florestas, por parte de mineradores, madeireiros e agricultores no Brasil".

A chefe de direitos humanos da ONU apontou que "a política proposta pelo governo brasileiro de abrir mais áreas da Amazônia para a mineração pode levar a incidentes de violência, intimidação e assassinatos do tipo infligido ao povo Waiãpi na semana passada".

"Peço para o governo do Brasil reconsiderar suas políticas para povos indígenas e suas terras, para que o assassinato de Emyra Waiãpi não dê início a uma nova onda de violência que afugente as pessoas de suas terras ancestrais e permita mais destruição da floresta tropical", diz o comunicado.


Flickr/Ministério da Cultura
Michele Bachelet afirmou que morte de Emyra Waiãpi é 'um sintoma inquietante do crescente problema da invasão das terras indígenas' no país
A alta comissária disse também que "a proteção dos povos indígenas e da terra em que vivem tem sido uma questão importante em todo o mundo, não apenas no Brasil". Ela destacou que "embora tenham sido feitos alguns progressos nos últimos anos", também tem se visto a "fraca aplicação das leis e políticas existentes e, em alguns casos, o desmantelamento das estruturas institucionais ambientais e indígenas existentes, como agora parece ser o caso no Brasil".

Assassinato


Um grupo de 10 a 15 mineradores de ouro fortemente armados invadiu na noite de sexta para sábado (27/07) a remota reserva indígena que fica no norte do Brasil, no estado do Amapá, próximo à Guiana Francesa. Durante a semana, autoridades informaram que os mineradores esfaquearam até à morte o líder Emrya Waiãpi, que tinha 68 anos.

Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que, até o momento, não houve "nenhum indício forte" de que o líder Waiãpi tenha sido assassinado.

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