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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

EU NÃO QUERO REDENÇÃO NEM POUSO, por Mália Morgado. (Poema).









Eu nao quero redenção nem pouso.

Teu corpo é um mapa sem destino

E com fim certo.

E, por isso,

Mantenho fechados os olhos

Para não perdê-los na estrada.


Este relevo agridoce é meu guia,

Pois a noite de minhas pálpebras é escura.

É possível amar o percurso, sem sabê-lo,

E ser andarilho, estrada e céu?


Nesta posse descabida do que não tenho,

Em avançar como águia em vôo cego,

Seguro firme o que me pertence

Sabendo, enfim, que já o perdi.


Mália Morgado

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