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terça-feira, 25 de junho de 2019

O APOCALIPSE DE OLAVO, DIA 06


Dinheiro: o novo sonho de controle do Facebook, por David Dayen


Um cartel de corporações articulado por Mark Zuckerberg quer substituir os Estados e lançar moeda global. O que significaria privatizar a emissão do instrumento que media a produção, distribuição e consumo de riquezas?
David Dayen, entrevistado por Amy Goodman e Juan Gonzalez, no Democracy Now| Tradução: Simone Paz Felipe Calabrez
Em um movimento com o potencial de remodelar o sistema financeiro internacional, o Facebook revelou seus planos de lançar uma nova moeda digital global, chamada Libra. A empresa anunciou seus projetos na terça-feira, depois de trabalhar secretamente na criptomoeda por mais de um ano. A Libra será lançada no ano que vem, em uma parceria com outras grandes corporações como Visa, Mastercard, PayPal e Uber. O Facebook diz que quer criar “uma moeda simples e global, e uma infraestrutura que empodere bilhões de pessoas”.
David Marcus, presidente da criptomoeda do Facebook, disse na CNBC:
Se você comparar a Libra com as moedas digitais tradicionais, a primeira diferença que aparece é que as criptomoedas tipicamente são veículos de investimento, ou ativos de investimento, mais do que um grande meio de mudança. Essa é projetada, desde o início, para ser um grande meio de troca, uma forma de dinheiro digital de alta qualidade, que você pode usar, sem limites de fronteiras, para pagamentos diários, microtransações e todo o tipo de coisa.
O projeto do Facebook já está sob crítica feroz de reguladores financeiros e legisladores. O Ministro de Finanças francês, Bruno Le Maire, disse que a Libra não pode tornar-se uma moeda soberana. Em Washington, o presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e membro do Congresso, Maxime Waters, pediu ao Facebook que interrompa o desenvolvimento da Libra até que legisladores e reguladores tenham a oportunidade de examinar essas questões e agir. O senador democrata norte-americano Sherrod Brown tuitou: “O Facebook já é demasiadamente grande e poderoso e usou esse poder para explorar os dados de usuários sem proteger sua privacidade. Não podemos permitir que comande essa novas e arriscada criptomoeda que vem de um banco suíço sem supervisão”.
Falamos com David Dayen, o editor executivo da revista The American Prospect. Recentemente, ele escreveu um artigo para o The New Republic intitulado A batalha final na guerra das grandes empresas de tecnologia para dominar o mundo.
Amy Goodman: Dayen, explique exatamente o que é a Libra e o que o Facebook está tentando fazer.
David Dayen: A Libra, como o Facebook a descreve, é uma criptomoeda. Quando ouvimos esse termo, pensamos em algo como a Bitcoin. Mas na verdade, ela teria reservas reais, então eles a chamam de algo como uma moeda estável. Está lastreada por dinheiro real de várias moedas internacionais e também por seguridades de governos. Isso deveria impedir a volatilidade da unidade de troca, a Libra, de subir e baixar com frequência. Flutuará um pouco, mas não da maneira que vemos que acontece com a Bitcoin. Então, de acordo com o Facebook, é dessa maneira que poderá ser usada para comprar bens no aplicativo da rede social e em qualquer outro aplicativo ou website que ofereça pagamentos em Libra. É uma maneira de transferir dinheiro para outras pessoas que usam o Facebook. É um jeito de transferir algo de valor a esses usuários. E, porque é apoiada por moedas internacionais e pode ser usada através das fronteiras, realmente pode suplantar a necessidade do câmbio de dinheiro. Você não terá mais que trocar dólares por euros, pode simplesmente pagar em Libras. Esse é o tom que o Facebook está tentando passar.
Por outro lado, não há configuração regulatória real. Isso está deslocando moedas globais de algumas maneiras. Há preocupações sobre políticas monetárias e regulação muito sérias. A Libra poderia ser usada para facilitar lavagem de dinheiro ou evasão fiscal? Há toda uma série de perguntas que não foram respondidas.
Juan González: E ainda, isso tudo envolve muitas empresas privadas, não apenas o Facebook. Eles foram os idealizadores, mas conseguiram o apoio de empresas de cartão de crédito, do PayPal, do Uber, de uma lista de empresas muito poderosas, principalmente dos Estados Unidos. E se está, em essência, criando uma organização privada para controlar um sistema monetário que poderá atravessar fronteiras. Eu passei algumas horas no site da Libra, ontem, tentando entender questões como a situação da governança desse sistema, e está muito bem detalhado. Eles trabalharam nisso, obviamente, por muito tempo, e em segredo.
Eles falam em criar um “Conselho da Associação da Libra”, no qual, para ser um membro-fundador, é preciso investir, no mínimo, 10 milhões de dólares; e, supostamente, nenhuma companhia poderia controlar este conselho, porque estaria limitada a um 1% de participação, sem importar quanto dinheiro ela investiu. Mas, se você investe uma grande quantia, consegue nomear universidades ou organizações sem fins lucrativos para votarem em seu nome neste conselho. Portanto, quanto mais dinheiro se investe, embora não se tenha poder direto sobre como a associação funciona, maior será a influência nos blocos de votação do que será, em essência, a nova moeda internacional. O que os órgãos regulatórios dirão sobre isso?
David Dayen: Bom, há sérias questões de governança em torno disso. Também há questões financeiras. Quero dizer que, da forma que isto funciona, pelo que entendi, é que há esse investimento de $10 milhões para até 100 empresas, então, estamos falando de um bilhão de dólares. E também, todo o dinheiro — se alguém comprar Libras, o dinheiro será pago a essa reserva, para obter Libras em troca. Esse dinheiro, ou reservas, pode ser usado em investimentos, como o Facebook diz, em títulos de baixíssimo risco, mas o dinheiro não volta ao indivíduo. Então, se compararmos com um banco, onde recebemos juros pelo dinheiro depositado — e que o banco pode usar para qualquer fim desejado — a situação é diferente. Neste caso, os juros vão para as empresas, logo, há um incentivo financeiro para que elas se envolvam.
E, se pensarmos na escala potencial, falamos em 2 bilhões de usuários — é quase um sistema operacional só para dinheiro — qualquer outra organização pode criar serviços de pagamento nesse estilo. As possibilidades são infinitas, portanto, também são infinitas as possibilidades financeiras. E haverá questões de governança sobre como esta moeda será administrada, como os fluxos de capital serão compreendidos e disponibilizados; no caso de um país sofrendo uma desaceleração econômica, por exemplo, a Libra é um excelente mecanismo para a fuga de capitais, que é algo que não se deseja quando um país está com problemas financeiros. Então, como isso será mitigado ou administrado? Como eu dizia, há muitas questões sem resposta sobre o assunto.
Juan González: O que dizer da questão dos países em conflito com outros — EUA e Irã, no momento, ou mesmo EUA e Venezuela? Do impacto desse tipo de moeda nos conflitos geopolíticos e na capacidade das nações em controlar suas próprias moedas?
David Dayen: Realmente, fica difícil prever como as sanções funcionariam sob esta configuração. É difícil saber como será qualquer tipo de mecanismo antilavagem de dinheiro, que normalmente um banco teria, para criar um relatório de atividades suspeitas. A Libra conseguirá fazer isso? Isso poderia ser utilizado para prejudicar outros países, tirando eles da conversibilidade com a Libra. Claro que seria feito em níveis individuais. Porém, geralmente, os países têm controle sobre sua própria moeda fiduciária. Se tiverem esse tipo de válvula de emergência, esta moeda global, que os desbanca em alguns aspectos, que um indivíduo poderá usar para todas as compras que precisar fazer, deixando de usar a moeda específica de seu país… não se sabe. Quero dizer que não há precedentes para isso, então fica difícil adivinhar quais serão as implicações. E é por isso que políticos e agências reguladoras estão pedindo que ir com calma, para que tudo isso possa ser mais ou menos estudado.
Amy Goodman: Na terça, o Facebook lançou um vídeo promocional, destacando o que eles vêem como os possíveis benefícios da nova moeda:
Durante o programa em que esta entrevista foi realizada, o vídeo foi reproduzido. Na propaganda, o Facebook anuncia: “E se todos fossem convidados a fazer parte da economia global com acesso às mesmas oportunidades financeiras? Apresentamos a Libra, uma nova moeda global, projetada para o mundo digital, apoiada na convicção de que o dinheiro deveria ser rápido para Ope, em Lagos; simples para o negócio familiar de Saul, em Manila; e seguro para Betsabé mandar dinheiro da sua casa para a Cidade do México. Criada com blockchain, o que a torna segura e acessível, não importa de onde você é ou quem você é”.
Amy Goodman: Você poderia comentar as questões expostas acima. Além disso, por que a Libra tem sua base na Suíça? Tem a ver com o fato da Suíça ser um centro bancário, um paraíso fiscal?
David Dayen: A verdade é que, se você fosse capaz de criar algum tipo de carteira digital que pudesse ser usada em qualquer país e comprar e fazer microtransferências e coisas assim, seria de fato algo conveniente. Quero dizer, isso é exatamente o que o Facebook está apostando, certo? Neste momento, o sistema de pagamentos dos EUA é muito desajeitado, particularmente com transferências internacionais, que levam vários dias para serem liberadas. Haveria, por um ângulo, conveniência aqui.
E, é claro, o Facebook percebe que, se conseguir colocar as pessoas em seu site, podem fazê-las usar sua carteira digital, que controlam diretamente. Essa Associação da Libra, que está baseada na Suíça, como você mencionou, provavelmente por fins fiscais, é para controlar a governança da moeda. E há a Calibra, que David Marcus está controlando, uma carteira digital administrada por uma subsidiária de propriedade total do Facebook. Então, se Calibra se torna onipresente, se passa a ser algo que você realmente precisa para fazer compras, isso se transforma algo como o WeChat. Trata-se de um aplicativo na China que se tornou parte importante da vida das pessoas. Lá, é muito difícil usar o papel-moeda. Ou seja, esse é um aplicativo de mídia social, é uma ferramenta de bate-papo e também é um aplicativo de compra.
E essa é a meta final do Facebook. Se você inclui pagamentos a uma plataforma de mídia social incrivelmente dominante, basicamente terá trancado as pessoas no Facebook. Se fizer isso, enquanto está tirando uma parcela de cada transação que dois bilhões de pessoas fazem diariamente, ou apenas trancando pessoas no site, sabendo quais compras elas fizeram e, em seguida, vendendo anúncios muito ricos em dados com base nisso, cria-se uma perspectiva de dominação real. Eu realmente acho que ou a Libra não vai decolar, porque muitos reguladores e políticos ficarão desconfortáveis, ou daqui a 20 anos olharemos para trás e essa terá sido a semana em que foi anunciado o princípio desta empresa global dominante, que terá se tornado um parceiro digital indispensável que guia a vida de todos.
Juan González: Há também a questão da segurança. Atualmente, o Facebook é o maior ícone das violações do direito de privacidade dos indivíduos. Eles insistem em afirmar que a Calibra será uma subsidiária separada, que não compartilhará as informações dos usuários do Facebook com o sistema de pagamentos que criaram. Pode nos falar a respeito disso? Porque parece que o Facebook está basicamente usando sua posição monopolística sobre as mídias sociais para entrar no universo das transações financeiras.
David Dayen: Em primeiro lugar, é possível confiar nossa privacidade a Mark Zuckerberg, depois de anos e anos de revelações de como ele faz mau uso dela? Em segundo lugar, parece uma cortina de fumaça. Vamos levar em conta apenas o que Facebook está garantindo: que os dados financeiros e os dados sociais serão separados. Bem, para acessar as compras no Libra, ainda será necessário clicar no aplicativo do Facebook ou no WhatsApp ou em qualquer lugar, para encontrar a sua compra ou para procurar uma empresa que você deseja solicitar, qualquer coisa assim. Essa informação certamente estará disponível para o Facebook. Então, a ideia de que não há dados extras sendo guardados aqui, tratando-se do Facebook, simplesmente não é verdade. Quer dizer, se você gasta mais tempo no aplicativo, se navega para encontrar algo para comprar no aplicativo, algo que normalmente não é o que as pessoas fazem no Facebook, haverá muito mais dados que o Facebook poderá usar para segmentar anúncios e fazer o que quiser.
Amy Goodman: Então, novamente, o título de seu artigo, A batalha final na guerra das grandes empresas de tecnologia para dominar o mundo, faz sentido.
David Dayen: Nos últimos meses, as grandes empresas de tecnologia — Google, Apple, Amazon e Facebook — estão tentando descobrir como fazer esse tipo de parceria. Há a Apple, que criou algo como um cartão de crédito, chamado Apple Card. Já a Amazon, em parceria com outros sistemas globais de pagamento, criou o que eles chamam de Amazon Pay. O Google tem sua própria carteira digital. Agora, chegou o Facebook com algo novo — quem sabe o que é? É um banco? É um cartão pré-pago? É uma carteira digital? É uma moeda global? Todas essas empresas, que estavam competindo separadamente, agora estão se movendo para os sistemas de pagamento. Também estão mudando para outros espaços que se sobrepõem, como entretenimento, a caminho de se tornar algo que seja o único tipo de ferramenta digital necessário. Assim, será possível fazer todas as compras, conversar com todos os amigos, acessar todo o entretenimento, fazer tudo o que quiser dentro desse mundo, seja no Facebook, Google, Amazon ou Apple.
E essa é realmente a intenção deles. É por isso que eu chamo de guerra de todos contra todos. É essa a batalha final pela dominação global. Seu desfecho ainda é indeterminado, neste momento, mas o que sabemos é que, se isso está sendo criado — já temos essas empresas que são monopólios em seus próprios tipos de espaços pessoais –, se elas combinam entre si diversas opções para o indivíduo, então existe esse monstro absoluto dominante. E, você sabe, há sérias preocupações em conceder essa quantidade de poder a uma empresa.

O Decálogo de Moro: justiça, direito e vingança, por Christian Ingo Lenz Dunker


Nossa narrativa de vingança advém do fato de que nosso ideal de individualização não consegue realmente se generalizar. Sabemos que instituições são necessárias, mas elas são tão pessoais e interessadas que acabam desprezando as singularidades do caso particular, as condições únicas que afinal ocorrem na vida real, tal como ela é. O herói solitário, à margem do sistema, torna-se assim um símbolo de nosso desejo de sermos reconhecidos pela exceção que nos constitui. Por isso admitimos que a lei possui modalidades de aplicação “toscas”.

Por Christian Ingo Lenz Dunker.

Moro, aceite aqui a advertência,
que faço a meus alunos na primeira 
aula sobre Lacan, lá na USP:
“This will be slow and painful”
Há muitos anos escuto de meus amigos promotores e juízes que direito e justiça são coisas muito diferentes. A justiça é um conceito muito maior, feito de sentimentos sociais e avaliações interessadas, fortemente ligada à relatividade subjetiva dos indivíduos e suas posições contextuais, culturais ou políticas. O que é justo hoje, pode deixar de sê-lo amanhã. O que foi justo ontem pode se tornar injusto hoje. O direito seria um mero instrumento para tentar traduzir, ainda que imperfeitamente, nosso desejo de justiça. Sua tradução real é o ordenamento jurídico, com suas instituições e processos, que culminam, no caso do Brasil, no conceito político de Estado Democrático de Direito. A essência do direito é o processo, a ordem pública dos procedimentos e razões, que levam a manter certas condições equivalentes para produzir critérios semelhantes de ajuizamento reunindo o caso à regra, o fato ao valor, o ato à norma. Por isso, não há crime sem um código anterior que o tipifique. Por isso também o direito é um assunto de lei escrita, desde o código de Hamurabi até as leis Bíblicas, ou seja, uma forma de tentar superar as condições instáveis e indeterminadas da fala e dos contextos morais de enunciação da justiça.
É claro que juízes, promotores ou defensorias e procuradores têm seus interesses e o ordenamento jurídico, em qualquer país, é habitado pelo envoltório político. O processo jurídico está para o direito assim como o método está para a ciência. Todos sabemos que existem outras formas de conhecimento, mas tanto o método científico quanto o processo jurídico ambicionam prestar razões públicas, de aspiração universal, em linguagem depurada de ambiguidades de suas decisões e procedimentos. A isso que chamamos de imparcialidade. Mas é importante lembrar que, assim como a ciência, o ordenamento jurídico não exclui que a verdade possa emergir por outros procedimentos, como a arte e o amor, como diria Alain Badiou. A ciência e o direito seriam, por assim dizer, formas mais controladas e institucionais de produção da verdade. Por isso, nem toda verdade cabe na ciência, assim como nem toda justiça cabe no direito. Aliás, é por isso que o direito, assim como a ciência, se transforma historicamente.
O que não se pode admitir é que a vontade de justiça corrompa os processos do direito, ou que o desejo de provar sua tese faça um investigador roubar nos números, apresentando dados seletivos, recortando a realidade, manipulando o comitê seletivo das revistas científicas para que se publique seu texto, plagiar artigos de outros, desqualificar outros pesquisadores apenas para obter mais financiamento para sua pesquisa, e por aí vai.
Ao longo dos últimos cinco anos, escrevi várias colunas aqui no Blog da Boitempo tentando mostrar como estava em curso, no Brasil, um desvio sistemático e tendencioso da relação entre justiça e direito. Argumentei que pode haver um tipo de corrupção dentro da lei, que o anti-petismo era a expressão de um desejo legítimo de justiça desviado para outros meios, que havia demasiado ódio na prisão de Lula. Fiz, até mesmo, um voto de confiança “metodológico” esperando algum tempo para ver se a Lava Jato representaria uma mudança geral de padrões de juízo institucional no Brasil, mas tive que me render aos fatos diante do bizarro julgamento no TSE, absolvendo a chapa, e mantendo Temer, contra todas as evidências em contrário. Ali, ficou claro que teríamos que aceitar, a sanção pública de procedimentos jurídicos inverídicos e que estávamos realmente diante de uma operação “dois pesos, duas medidas”, para relembrar aqui o título de uma coluna célebre de Maria Rita Kehl. Ali, estava declarado que vivíamos uma tragédia ética da política e que seu fundamento era a incapacidade de nossos magistrados exerceram a autolimitação de seus interesses. Olho por olho, dente por dente. Ali sancionamos o princípio da segregação, pela qual julgamos alguém por quem ele é, e não pelo que fez. Como é regular na história, este tipo de gesto evolui para a violência. Convidei Bolsonaro para o divã, tentei mostrar como o articulismo de direita estava possuído pelo desejo vingativo de justiça. Argumentei que não era possível elevar a máxima “nada pode ser pior de Dilma” à condição de lei universal de nossos procedimentos judicativos. Tentei chamar a atenção para a gênese jurídica dos juízos reflexivos simétricos: “se você pode ser feminista, eu posso ser machista” ou “um erro justifica, sim,um outro”, afinal “os fins justificam os meios” (especialmente, quando os meios jurídicos, universitários e jornalísticos são percebidos como corrompidos).
Vi pessoas que respeito e admiro, cognitivamente bem formadas e politicamente experientes, defenderem que a democracia não é um valor tão importante assim, que precisávamos fazer alguma coisa para a economia voltar ao normal. Sofri a crítica de meus pares de que eu havia me transformado em um militante, pois só podia estar dizendo estas coisas porque estaria defendendo o PT e Lula, como um  “esquerdopata” querendo trazer a justiça partidária para o “seu lado”. Poucos concederam o benefício da dúvida de que estaria apenas tentando indicar a aparição, ou intensificação, de um sintoma social brasileiro.
Gradualmente, vi essas mesmas pessoas dizerem que, afinal, “todos sabemos” que havia corrupção no governo do PT e que alguém tinha que pagar essa conta para o Brasil mudar. Se as pedaladas de Dilma não foram convincentes, ou se faltavam provas no caso do “tríplex” do Guarujá, isso não era muito grave, afinal, “os pais podem não saber porque estão batendo, mas a criança sempre sabe porque está apanhando”. Prender Lula tornou-se um assunto de justiça, não mais de direito. Afinal, se ele não é culpado neste caso específico, alguma culpa ele certamente tem, em algum lugar… E já que cedo ou tarde vamos provar, por que não puni-lo já, e exemplarmente?
Orientei uma dissertação de mestrado sobre o processo decisório de juízes que mostrava como inúmeros fatores, psíquicos e morais, podem afetar a imparcialidade, sobretudo ao agir sobre a estrutura temporal da tomada de decisão. A patologia mais comum do processo decisório ocorre quando começamos raciocinar “de trás para frente”, ou seja, quando primeiro formulamos nossa opinião a respeito do caso e depois disso passamos a agir de modo a confirmar aquilo que no fundo “já sabemos”. Essa tendência de ir para o momento de concluir, antes de dar se o instante de ver e o tempo de compreender, afeta todos os processos de decisão: da entrevista de emprego até a avaliação de alunos em sala de aula, sem falar na reprodução de atitudes cognitivas, estéticas e políticas e na lógica do preconceito. É certo que nenhum avaliador está em condições de colocar-se em posição de perfeita neutralidade, despindo-se angelicalmente de seus valores, para bem conduzir um processo decisório. No entanto, ele tem que estar suficientemente advertido disso para poder contrabalançar suas próprias tendências com evidências e argumentos contrários.
Este problema está fartamente colocado pelas narrativas de vingança, que ascenderam no cinema brasileiro da Retomada (1998-2003), mas cujo esquema secular se encontrará no faroeste americano ou italiano, nas peripécias do imortal Charles Bronson e sua encarnação nacional em Tropa de Elite (2007). A narrativa básica consiste em uma grande injustiça que é cometida e que leva o herói a sentir-se impotente diante das vias institucionais disponíveis. O sistema está contra ele, a polícia é corrupta, existe uma armação dos verdadeiros assassinos, potências estrangeiras forjam provas… Abandonado e solitário, o vingador arma-se até os dentes e infringe as regras necessárias para que a ordem volte a reinar. Moral da história: é preciso passar por cima do direito para realizar a verdadeira justiça. Lembremos que no filme Os Intocáveis (1997), dirigido por Brian de Palma, o grupo de elite que prendeu o gângster Al Capone teve que recorrer a uma artimanha final para conseguir que o caso fosse julgado corretamente. Isso acontece quando Elliot Ness sussurra nos ouvidos do juiz um blefe de que a corrupção do próprio magistrado poderia ser provada.
De certa maneira, o Brasil viveu essa narrativa da vingança em ato, com a emergência da Lava Jato e a ideia de que seria necessário um grupo de elite para fazer justiça passando por cima das cláusulas protetoras do direito. Isso reuniu grande apoio popular porque, de fato, muitos dispositivos legais são formados para proteger e privilegiar pessoas e corporações de interesse. Temos aqui os três componentes fundamentais dessa narrativa: o sentimento de injustiça impune, aguda e generalizada; a percepção social de impunidade conivente das instituições para responder à demanda de justiça e a emergência do indivíduo-herói em relação de excepcionalidade com a lei.
Mas no “Faroeste Caboclo” nacional de Legião Urbana, o herói morre com um tiro pelas costas. Nossa narrativa de vingança advém do fato de que nosso ideal de individualização não consegue realmente se generalizar. Sabemos que instituições são necessárias, mas elas são tão pessoais e interessadas que acabam desprezando as singularidades do caso particular, as condições únicas que afinal ocorrem na vida real, tal como ela é. O herói solitário, à margem do sistema, torna-se assim um símbolo de nosso desejo de sermos reconhecidos pela exceção que nos constitui. Por isso admitimos que a lei possui modalidades de aplicação “toscas”. A lei requer uma espécie de código tácito ou ideológico que rege sua aplicação diferencial. Esse código tácito fornece a gramática de nossas fantasias ideológicas, tornando visível e indigna certas violências em detrimento de outras, fazendo a mão pesada da lei cair mais forte sobre jovens negros de periferia das grandes cidades e pelo apresamento em massa de minorias. É essa falsa oposição que organiza a conversa que polariza, por um lado, o apoio aos bandidos e aos direitos humanos, e por outro, a defesa da lei, da ordem e do “cidadão de bem”.
Mas tudo isso ganhou a eleição e temos que admitir a derrota e fazer a autocrítica. A justiça está no comando e, junto com ela, as armas. A Nova Era chegou com a Nova Lei. O desejo legítimo de justiça não pode ter sido extinto apenas por uma eleição. Portanto, nada mais justo que colocá-lo em prática diante da chamada “Vaza Jato” trazida pelo The Intercept Brasil e Glenn Greenwald. Queremos mais justiça. Queremos a justiça prometida. Queremos a aplicação do Decálogo de Moro ao caso Moro.
  1. O vazamento é um método jurídico válido, ainda que não esteja estabelecido no direito, pois conforme a sétima das “Dez medidas contra a corrupção” incorporadas pelo pacote anticrime de Moro: “provas ilícitas obtidas por meio de boa-fé são válidas no devido processo legal”. A isso, se soma a máxima
  2. É permitida a desqualificação da defesa: expressões como “showzinho da defesa” e o “ataque organizado”, usadas horas depois do primeiro depoimento de Lula, podem ser agora aplicadas ao depoimento de Moro no Senado.
  3. The Intecept e a imprensa em geral podem trabalhar coordenadamente com o Ministério Público, uma vez que Moro procurou o Ministério Público para sugerir nota à imprensa que esclarecesse “contradições” do petista.
  4. A Justiça pode operar de forma invertida, do juízo para as provas, tal como Moro parece ter agido, ao trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrar novas operações, dar conselhos e pistas indicando uma clara tendência de condenação do réu.
  5. Admite-se provas por aproximação ou por convicção, assim como o procurador Dallagnol duvidava da consistência das provas sobre a propina na Petrobrás horas antes da denúncia do Tríplex.
  6. A ausência de memória ou de lembrança de palavras exatas, não é uma atenuante, tal como na jurisprudência formada no caso Lula, que também não lembrava de detalhes da transação no Guarujá.
  7. A existência de favoritismo, predisposição ou preconceito por parte de quem julga faz parte da justiça.1 É permitido agir institucionalmente visando impedir entrevistas, invadir tablets e telefones de familiares, vazar seletivamente conversas.
  8. A ação combinada, de natureza política, entre quem julga e quem acusa está autorizada nos mesmos termos do comentário de Moro a Dallagnol: “O que acha dessas notas malucas do diretório nacional do PT? Deveríamos rebater oficialmente? Ou pela ajufe?” ou pela confiança de que “In Fux we trust”. Este “fato corrente na prática jurídica”, tão corrente quanto a corrupção, permitiria definir, por exemplo, em qual instância Moro deve ser julgado: pelas práticas ilícitas que o levaram à condição de ministro da Justiça, pelos juízos parciais emitidos na qualidade de juiz ou pela improbidade discursiva praticada como atual ministro.
  9. Seleção na escolha de provas e suspeitos podem ser feitas por critérios políticos. Já que é permitido cogitar uma investigação de fachada de Fernando Henrique Cardoso visando “passar recado de imparcialidade”, ou ainda sugerir evitar esse desgaste com a justificativa de que “melindra alguém cujo apoio é importante”, agora podemos investigar alguém importante, apenas porque ele é importante.
  10. A opinião pública deve participar ativamente do julgamento sendo facultado a acusadores e juízes2 decidir quando e como os fragmentos do caso são revelados, bem como para quais meios de imprensa. Emprega-se aqui o paradigma criado pela comemoração de que o ex-presidente Lula não falaria à Folha.
Se queremos uma Justiça com “J” maiúsculo, isso significa aplicar o mesmo tipo de direito a casos semelhantes, ou então, o que é melhor, reconhecer o erro e repensar as coisas desde seu início, mais uma vez. A demonstração por absurdo, como se faz em ciência, mas também em direito, baseia-se aqui no fato de que o legítimo desejo de justiça e de enfrentamento da corrupção nos levou a esse Decálogo de Moro, não porque seus fins são impróprios mas porque tais fins corromperam os meios. Quando isso ocorre, a vingança se separa do direito. Quando isso acontece, vigora o sentido mais rigoroso e justo do preceito bíblico de Talião “olho por olho, dente por dente”, ou seja, um olho por “só um outro olho” e não por um olho, um braço, uma perna, sua família, seus amigos e um assento no tribunal.
Notas
1 Artigo oitavo: “O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo, ao longo de todo do processo, uma distância equivalente das partes, e evita todo tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito”.2 “Inciso V, artigo 254 “O juiz dar-se-á por suspeito, e se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes […] se tiver aconselhado qualquer das partes”.
***
Christian Ingo Lenz Dunker é psicanalista, professor Livre-Docente do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Analista Membro de Escola (A.M.E.) do Fórum do Campo Lacaniano e fundador do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da USP. Autor de Estrutura e Constituição da Clínica Psicanalítica (AnnaBlume, 2011) vencedor do prêmio Jabuti de melhor livro em Psicologia e Psicanálise em 2012 e um dos autores da coletânea Bala Perdida: a violência policial no Brasil e os desafios para sua superação (Boitempo, 2015). Seu livro mais recente é Mal-estar, sofrimento e sintoma: a psicopatologia do Brasil entre muros (Boitempo, 2015), também vencedor do prêmio Jabuti na categoria de Psicologia e Psicanálise. Desde 2008 coordena, junto com Vladimir Safatle e Nelson da Silva Junior, o projeto de pesquisa Patologias do Social: crítica da razão diagnóstica em psicanálise. Colabora com o Blog da Boitempo mensalmente, às quartas.

ANTES DE SEREM ALVOS DE VAZAMENTOS, DELTAN E LAVA JATO CELEBRAVAM DIREITO DE JORNALISTAS PUBLICAREM INFORMAÇÕES VAZADAS ILEGALMENTE Glenn Greenwald, Leandro Demori, Victor Pougy

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Ilustração: Rodrigo Bento/The Intercept Brasil, Agência Brasil

22 de Junho de 2019, 21h15
Este texto foi publicado originalmente na newsletter do Intercept Brasil. Assine. É de graça, todos os sábados, na sua caixa de e-mails.

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DESDE QUE O INTERCEPT começou a publicar a série de reportagens demonstrando conduta irregular da força-tarefa da Lava Jato e do então juiz – agora ministro – Sergio Moro, os defensores da operação vêm adotando uma postura de criminalização do jornalismo, tendo o próprio ministro se referido ao Intercept como “site aliado a hackers criminosos”.

Essa tentativa de nos colar a criminosos foi denunciada por diversos grupos de defesa da liberdade de imprensa – como o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, Repórteres sem Fronteiras e a Abraji –, que emitiram comunicados condenando a estratégia de Moro e das autoridades brasileiras de usar intimidação e ameaças para impedir a realização de nosso trabalho jornalístico.

Hoje, nós decidimos publicar na nossa newsletter alguns trechos inéditos do arquivo da #VazaJato para mostrar como, antes de serem alvos de vazamentos, os procuradores da força-tarefa enfatizavam – em chats privados com seus colegas – que jornalistas têm o direito de publicar materiais obtidos por vias ilegais, e que a publicação desses materiais fortalece a democracia.

Deltan Dallagnol, nominalmente o coordenador da força-tarefa, era com frequência o maior entusiasta dessas garantias. O apreço de Deltan pela liberdade de imprensa se deve, possivelmente, ao fato de que a Lava Jato se valeu, por anos, de vazamentos de trechos de delações premiadas e outros materiais confidenciais contidos nos autos das investigações como ferramenta de pressão contra políticos e empresários alvos da força-tarefa.

As mensagens secretas da Lava Jato
Leia Nossa Cobertura Completa
As mensagens secretas da Lava Jato
Vejam essa conversa revelada agora pelo TIB: em novembro de 2015, num chat chamado PF-MPF Lava Jato 2, enquanto discutiam medidas para coibir vazamentos de informações da força-tarefa (“alguns vazamentos tem sido muito prejudiciais”), Deltan alertou seus colegas que utilizar o poder processual para investigar jornalistas que tenham publicado material vazado não seria apenas difícil mas “praticamente impossível”, porque “jornalista que vaza não comete crime”.

Deltan estava certo. A decisão judicial do Superior Tribunal de Justiça diz claramente: “o jornalista que divulga trechos de investigação policial que corre em sigilo não comete nenhum crime.” A decisão diz ainda que “Não se trata, por certo, de pretender punir a pena e a boca que, no exercício de nobre profissão, revelam, mas a mão de quem, detentor de dever de preservação do sigilo de informações, a usa para reduzir a nada a autoridade da decisão judicial e as garantias constitucionais.” Ou seja: cometem crime os funcionários públicos que vazam informações que deveriam eles mesmos proteger – policiais, procuradores, juízes… – e não os jornalistas que as publicam.

Há cerca de um ano, em maio de 2018, Deltan e seu time redigiram e publicaram um manifesto em defesa das virtudes da liberdade de expressão – elaborado para proteger um dos procuradores. Ele estava sendo ameaçado de punição por ter publicado um artigo com duras críticas à Justiça Eleitoral. Os procuradores criaram um grupo de chat no Telegram – até agora inédito – chamado Liberdade de expressão CF. Durante a redação do manifesto, Deltan ressaltou um ponto crucial para eles à época, e que é central ao trabalho jornalístico que nós estamos realizando sobre as condutas da força-tarefa e de Moro:



Deltan – 17:15:22 – “Autoridades Públicas estão sujeitas a críticas e tem uma esfera de privacidade menor do que o cidadão que não é pessoa pública.”




O argumento de Deltan é precisamente correto – ainda que para o procurador ele deixe de valer quando a autoridade pública em questão é ele próprio. Curiosamente, o ministro do STF Luiz Fux discorda do Deltan de hoje.

Fux já se pronunciou sobre isso no próprio Supremo: “Esta Corte entendeu que o cidadão que decide ingressar no serviço público adere ao regime jurídico próprio da Administração Púbica, que prevê a publicidade de todas as informações de interesse da coletividade, dentre elas o valor pago a título de remuneração aos seus servidores. Desse modo, não há falar em violação ao direito líquido e certo do servidor de ter asseguradas a intimidade e a privacidade.” In Fux We Trust.

Cidadãos privados têm direito à privacidade absoluta. Mas aquelas pessoas que detém o poder – como juizes, procuradores e ministros – “estão sujeitas a críticas e tem uma esfera de privacidade menor.” Esse é um princípio no qual acreditamos enfaticamente e que vem norteando nossa reportagem desde que começamos a trabalhar nesse arquivo.

Deltan ofereceu argumento similar em 2016, quando defendeu a decisão de Moro de tornar públicas gravações telefônicas do ex-presidente Lula. Em defesa do então juiz, Deltan argumentou corretamente que o direito à privacidade das autoridades não se sobrepõe ao interesse do público de saber o que aqueles que detém o poder fazem e dizem em situações privadas – isso que ele estava defendendo um juiz que divulgou um grampo ilegal, algo muito mais sério do que a atitude de whistleblowers.

Outros membros da força-tarefa, antes da publicação das reportagens pelo Intercept, compartilhavam do entusiasmo de Deltan pelo vazamento de documentos governamentais secretos que expõem o comportamento das autoridades. Os procuradores expressaram também sua admiração pelos whistleblowers, como Daniel Ellsberg e Edward Snowden, que tornam públicos documentos secretos comprovando irregularidades ou corrupção por parte das autoridades.


Deltan Dallagnol
@deltanmd
 P/ Dotti, no conflito entre direito à informação sobre crime grave e direito à privacidade, ganha interesse público http://pr.ricmais.com.br/parana-no-ar/videos/jurista-rene-dotti-defende-atuacao-do-juiz-sergio-moro/#.VuweHblHmZs.facebook …

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20:00 - 20 de mar de 2016
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Jurista René Dotti defende atuação do juíz Sérgio Moro | RIC Mais
O jornalista Denian Couto entrevistou nesta sexta-feira (18) o professor de direito penal René Ariel Dotti, da Universidade Federal do Paraná.Dotti é um dos juristas mais importantes e respeitados do...

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Em Janeiro de 2017, os procuradores lamentaram o fato do Brasil ter perdido posições no ranking de percepção da corrupção publicado pela Transparência Internacional, e expressaram admiração pela Dinamarca, que lidera o ranking. Após publicar um link para o ranking num chat no Telegram chamado “BD”, a procuradora Monique Cheker (que não pertence à Lava Jato em Curitiba) explicou que o sucesso dos esforços de combate a corrupção na Dinamarca se devem porque o país – ao contrário do Brasil – valoriza e protege as fontes que expõe corrupção (os whistleblowers).



Monique – 08:04:22 – https://www.transparency.org/news/feature/
corruption_perceptions_index_201
Monique – 08:05:19 – Saiu o índice de percepção da corrupção de 2016. Brasil caiu 3 posições. Aliás, 2/3 dos países caíram de posições. Dinamarca ainda liderando.
Monique – 08:20:47 – É a matéria que saiu ontem.
Monique – 08:21:39 – Aqui
Monique – 08:25:45 – Esse artigo antigo explica o sempre sucesso da Dinamarca e atribui uma das causas ao fato do país incentivar os “whistle-blower”: http://budapesttimes.hu/2013/03/19/why-denmark-always-finishes-on-top/
Livia Tinoco – 08:33:49 – Infelizmente, estamos muito, muito longe do modelo da Dinamarca
Monique – 08:43:25 – “Many companies also make use of so- called “whistle-blower” systems that have become very popular in Denmark”.
Monique – 08:44:07 – Enquanto aqui no Brasil há “complexa” discussão se o delator é imoral ou não.




O artigo elogiado pelos procuradores explica os motivos do sistema político dinamarquês ser tão pouco corrupto. Há nele o seguinte discurso, proferido por um embaixador dinamarquês:

“Na Dinamarca nós temos uma cultura política muito inclusiva, e tanto nossas instituições públicas quanto privadas são altamente transparentes, o que faz com que seja fácil, por exemplo, responsabilizar políticos e empresas por irregularidades cometidas.

A mídia tem um papel fundamental no sistema de integridade na Dinamarca, e é muitas vezes chamada de ‘o quarto poder do estado’, que tem o papel de fiscalizar os outros três, garantindo que eles se comportem da forma correta… Muitas empresas também empregam os chamados “sistemas de whistle-blower“, cada vez mais populares na Dinamarca. Isso significa que, se uma pessoa tem conhecimento de algum tipo de corrupção ou desvios éticos que acredita que devem ser tornados públicos, essa pessoa pode denunciar isso – inclusive de forma anônima.”

Nós concordamos em absoluto com os princípios defendidos, em ambientes privados no Telegram, por Deltan e seus colegas: jornalistas não cometem crimes ao apurar e publicar reportagens baseadas em informações obtidas ilegalmente, mas sim contribuem para o fortalecimento das instituições e da cultura democrática; aqueles que detêm poder público sacrificam sua privacidade em nome da transparência; e a ação dos whistleblowers (o vazamento ilegal de informações demonstrando corrupção por parte de autoridades) é de importância vital para o bom funcionamento das instituições. São esses os princípios que norteiam o trabalho do Intercept e nossas reportagens sobre esse arquivo (leia nosso editorial e entenda).

Procurada por nós, a força tarefa disse que “não teve acesso aos materiais citados pelo site e, por isso, tem prejudicada sua possibilidade de avaliar a veracidade e o contexto dos supostos diálogos. Os integrantes da Força Tarefa pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade.”

Não importa o que Deltan, Moro e seus colegas digam sobre isso hoje. Eles estão apenas virando a mesa para defender seus próprios interesses. Isso não anula ou diminui a validade dos princípios fundamentais nos quais acreditamos – os mesmos defendidos por eles no passado e que, hoje, querem destruir.

‘TEM ALGUMA COISA MESMO SÉRIA DO FHC?’, Lava Jato fingiu investigar FHC apenas para criar percepção pública de ‘imparcialidade’, mas Moro repreendeu: ‘Melindra alguém cujo apoio é importante’

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‘TEM ALGUMA COISA MESMO SÉRIA DO FHC?’
Lava Jato fingiu investigar FHC apenas para criar percepção pública de ‘imparcialidade’, mas Moro repreendeu: ‘Melindra alguém cujo apoio é importante’
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Ilustração: João Brizzi e Rodrigo Bento/The Intercept Brasil, Yuri Cortez/AFP/Getty Images)
Rafael Moro Martins, Amanda Audi, Leandro Demori, Glenn Greenwald, Tatiana Dias
18 de Junho de 2019, 19h15
As mensagens secretas da Lava JatoAs mensagens secretas da Lava Jato
Parte 7
Sergio Moro não gostou do alvo tucano: 'melindra alguém cujo apoio é importante'.

 ABRIR TODAS AS PARTES
Um trecho do chat privado entre Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol revela que o ex-juiz discordou de investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na Lava Jato porque, nas palavras dele, não queria “melindrar alguém cujo apoio é importante”. O diálogo ocorreu em 13 de abril de 2017, um dia depois do Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem a respeito de suspeitas contra o tucano.

Naquele dia, Moro chamou Deltan Dallagnol em um chat privado no Telegram para falar sobre o assunto. O juiz dos processos da Lava Jato em Curitiba queria saber se as suspeitas contra o ex-presidente eram “sérias”. O procurador respondeu acreditar que a força-tarefa – por meio de seu braço em Brasília – propositalmente não considerou a prescrição do caso de FHC e o enviou ao Ministério Público Federal de São Paulo, segundo ele, “talvez para [o MPF] passar recado de imparcialidade”.

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À época, a Lava Jato vinha sofrendo uma série de ataques, sobretudo de petistas e outros grupos de esquerda, que a acusavam de ser seletiva e de poupar políticos do PSDB. As discussões haviam sido inflamadas meses antes, quando o então juiz Moro aparecera sorrindo em um evento público ao lado de Aécio Neves e Michel Temer, apesar das acusações pendentes de corrupção contra ambos.

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Sérgio Moro, Aécio Neves, Geraldo Alckmin e Michel Temer na cerimônia de premiação “Brasileiros do Ano”, da Revista ISTOÉ, em 2016. Foto: Diego Padgurschi/Folhapress


Moro – 09:07:39 – Tem alguma coisa mesmo seria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco?
Moro – 09:08:18 – Caixa 2 de 96?
Dallagnol – 10:50:42 – Em pp sim, o que tem é mto fraco
Moro – 11:35:19 – Não estaria mais do que prescrito?
Dallagnol – 13:26:42 – Foi enviado pra SP sem se analisar prescrição
Dallagnol – 13:27:27 – Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade
Moro – 13:52:51 – Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante




FHC foi citado na Lava Jato pelo menos nove vezes (1, 2, 3, 4 e 5, 6, 7, 8 e 9). Caso fossem investigados e comprovados, nem todos os possíveis crimes cometidos pelo ex-presidente estariam prescritos.

Naquele dia, antes de responder a Moro, Dallagnol encaminhou a dúvida do juiz para um chat em grupo chamado Conexão Bsb-CWB, no qual estavam procuradores das duas cidades. Foi de Brasília, onde o caso tramitava, que ele recebeu a resposta de que a documentação foi encaminhada a São Paulo sem a análise sobre a prescrição.



Dallagnol – 11:42:54 – Caros o fato do FHC é só caixa 2 de 96? Não tá prescrito? Teve inquérito?
Sérgio Bruno Cabral Fernandes – 11:51:25 – Mandado pra SP
Sérgio Bruno Cabral Fernandes –11:51:44 – Não analisamos prescrição
Dallagnol – 13:26:11 – 




A acusação que Dallagnol classificou como “recado de imparcialidade” já era de conhecimento interno do Ministério Público desde o final de 2016, graças à delação de Emílio Odebrecht, que afirmou que deu “ajuda de campanha” a FHC para as eleições vitoriosas de 1994 e 1998. “Ajuda de campanha eu sempre dei a todos eles. E a ele também dei. E com certeza teve a ajuda de caixa oficial e não oficial”, afirmou o empresário, falando sobre caixa dois. “[E]u dava e dizia que era para atender mesmo. Então vai fulano de tal lhe procurar, como eu dizia também para Marcelo, e eles então operacionalizavam. Ele me pediu. Todos eles.” O valor dos pagamentos não foi divulgado.

O depoimento permaneceu em segredo de justiça até abril de 2017, quando foi enviado para ser investigado pela Procuradoria da República de São Paulo e virou notícia. Mas já nasceu morto: os fatos estavam prescritos, e a investigação não poderia terminar em uma denúncia formal. Foi arquivada pela Justiça três meses depois.

Essas revelações sugerem mais uma vez a parcialidade na Lava Jato, que tanto Moro quanto a força-tarefa negam veementemente. Na nota oficial divulgada pela força-tarefa em resposta à primeira série de reportagens do Intercept no último domingo, por exemplo, eles insistiram que seu trabalho sempre foi movido pela “imparcialidade da atuação da Justiça”. Em entrevista ao Estadão na semana passada, o ministro Moro disse que não via “[n]enhum viés político nas mensagens que me foram atribuídas.”

Mas, aqui, Moro estava explicitamente preocupado com investigações da Lava Jato contra um apoiador político de seu trabalho. E Dallagnol admitiu acreditar que outros procuradores da força-tarefa passaram adiante uma investigação que sabidamente não resultaria em processo, a fim de fabricar uma falsa percepção pública de “imparcialidade”, sem, no entanto, colocar FHC em risco.

As conversas agora reveladas fazem parte de um lote de arquivos secretos enviados ao Intercept por uma fonte anônima (leia nosso editorial e entenda). Os arquivos publicados até agora mostram, entre outras coisas, que a Lava Jato sempre teve muita preocupação com sua imagem pública e seguia conselhos informais do então juiz Moro, o que é ilegal.

‘PORRA BOMBA ISSO’
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Em 2016, FHC ainda apareceria em outras três delações. Em uma delas, ele apareceu na boca do operador ligado ao MDB Fernando Baiano, por causa do suposto beneficiamento da empresa de um filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, em contratos com a petroleira. Foto: Antonio Scorza/AFP/Getty Images
Para os procuradores, era importante incluir o PSDB no rol de investigados para acalmar o ânimo dos críticos. Eles já falavam sobre isso muito antes de Moro alertar Dallagnol sobre evitar “melindrar” FHC.

Em uma conversa no dia 17 de novembro de 2015, o procurador Roberson Pozzobon mandou uma sugestão em um grupo do Telegram chamado FT MPF Curitiba 2: investigar, num mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos de Lula e FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse vies partidário”, justificou Pozzobon. “A da LILS vocês já sabem os indícios para a investigação, mas vejam essa fratura expostas da Fundação iFHC”, disse ao grupo. Nesse caso – diferentemente daquele que virou notícia na imprensa sobre caixa dois nos anos 1990 –, os pagamentos ao iFHC aos quais Pozzobon se referia não estariam prescritos, caso fossem propina.

Depois de comentar sobre o instituto de FHC, Pozzobon postou duas imagens no grupo.

A primeira é uma troca de e-mails de 2014 entre a secretária de FHC e dois interlocutores: um representante da Associação Petroquímica e Química da Argentina, a Apla, identificado como Manuel Diaz, e um empresário do ramo cultural, Pedro Longhi. A secretária fala para verificarem com a Braskem – empresa do ramo petroquímico controlada pela Odebrecht – qual a “melhor maneira para [a empresa] fazer a doação [para o iFHC]”.


A secretária dá duas opções para o que ela chama de “doação”. Uma delas seria fazer uma doação direta, ou seja, depositar dinheiro na conta bancária do instituto. A outra seria a contratação de um serviço não especificado. “Não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do presidente”, afirmou. Manuel respondeu que poderia fazer doação direta. Poucos dias depois, Helena Gasparian, então assessora de FHC, enviou outro e-mail à Braskem dizendo que o ex-presidente não iria comparecer ao evento.


A segunda imagem encaminhada por Pozzobon era de um laudo da Polícia Federal daquele mesmo ano, que mostrava que a Odebrecht havia feito pagamentos mensais que somaram R$ 975 mil ao iFHC entre dezembro de 2011 e de 2012.


Os policiais federais que fizeram o relatório explicaram que não foram atrás desses pagamentos ao iFHC porque os dados da Braskem não foram colocados à disposição deles. Mas ressaltaram: “É possível que outros pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados” por causa das limitações dos dados ou caso tenham sido feitos por “meio de triangulação entre Grupo Odebrecht, o contratante do serviço (exemplo do evento APLA) e o Instituto Fernando Henrique Cardoso”.

Após enviar as imagens, Pozzobon sugeriu ao grupo aprofundar a investigação sobre as doações. Ao contrário da investigação referente aos recursos recebidos nos anos 90, esses fatos, se investigados, não estariam prescritos e poderiam apontar caixa dois em campanhas do PSDB. Os procuradores reagiram com empolgação:



Paulo Galvão – 20:35:08 – porra bomba isso
Roberson – 20:35:20 – MPF Pois é!!!
Roberson – 20:35:39 – O que acha da ideia do PIC?
Roberson – 20:35:47 – Vai ser massa!
Paulo Galvão – 20:35:51 – Acho excelente sim Robinho
Roberson – 20:36:47 – Legal! Se os demais tb estiverem de acordo, faço a portaria amanha cedo
Roberson – 20:38:08 – Acho que vale até uma BA na Secretaria da iFHC que mandou o email. Ela é secretária da Presidencia!
Laura Tessler – 20:38:36 – Sensacional esse email!!!!
Roberson – 20:38:48 – Mais, talvez pudessemos cumprir BA nos três concomitantemente: LILS, Instituto Lula e iFHC




A euforia durou pouco, e os procuradores começaram a ponderar que o caso teria chance de ser enquadrado apenas como crime tributário – e que os argumentos de defesa de FHC poderiam também ser usados por Lula. O argumento: Lula também poderia alegar que os pagamentos feitos ao Instituto Lula e à LILS, sua empresa de palestras, não escondiam propinas ou caixa dois.



Diogo – 21:44:28 – Mas será q não será argumento pra defesa da lils dizendo q eh a prova q não era corrupção?
Welter – 21:51:24 – 149967.ogg
Roberson – 22:07:24 – Pensei nisso tb. Temos que ter um bom indício de corrupção do fhc/psdb antes
Dallagnol – 22:14:24 – Claro
Dallagnol – 22:18:00 – Será pior fazer PIC, BA e depois denunciar só PT por não haver prova. Doação sem vinculação a contrato, para influência futura, é aquilo em Que consiste TODA doação eleitoral




Quase um ano e meio depois dessa conversa, o fim do sigilo da delação de Marcelo Odebrecht, filho de Emílio, mostraria que o esquema de remessa de dinheiro aos institutos de FHC e de Lula tinha um modus operandi semelhante. A Fundação FHC – ex iFHC – disse ao Intercept que os valores recebidos foram regularmente contabilizados e que “não tem conhecimento de qualquer investigação ou denúncia do MPF tendo por base as doações feitas pela Odebrecht”.

‘DARÁ MAIS ARGUMENTOS PELA IMPARCIALIDADE’
Former Brazilian President Fernando Henr
Na época em que foi citado na delação de Emílio Odebrecht, Fernando Henrique Cardoso disse que não tinha “nada a temer” e defendeu a operação Lava Jato. Foto: Mauricio Lima/AFP/Getty Images
No ano seguinte às conversas do procuradores, em 2016, FHC ainda apareceria em outras três delações (1, 2, 3). Em uma delas, ele apareceu na boca do operador ligado ao MDB Fernando Baiano, por causa do suposto beneficiamento da empresa de um filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, em contratos com a petroleira. Em junho, o caso do filho de FHC foi mencionado no chat FT MPF Curitiba 3. A preocupação dos procuradores era, novamente, criar a percepção pública de imparcialidade da Lava Jato:



Dallagnol – 09:54:59 – Viram do filho do FHC?
Dallagnol – 09:55:01 – http://pgr.clipclipping.com.br/impresso/ler/noticia/6092614/cliente/19
Dallagnol – 09:56:20 – Creio que vale apurar com o argumento de que pode ter recebido benefícios mais recentemente, inclusive com outros contratos … Dará mais argumentos pela imparcialidade… Esses termos já chegaram, Paulo? Esse já tem grupo?
Paulo Galvão – 10:00:38 – Chegaram vários do Cervero, mas não sei se esse especificamente desceu
Paulo Galvão – 10:00:59 – Nos temos de qq forma todos os depoimentos na pasta
Dallagnol – 10:24:20 – Algum grupo se voluntaria? Eu acho o caso bacanissimo, pelo valor histórico. E recebendo naquela época pode ter lavagem mais recente pela conversão de ativos ou outro método como compra subfaturada de imóvel o que é mto comum…. Seria algo para analisar
Paulo Galvão – 10:26:33 – Deixa ver antes se desceu. Pode ter sido mandado p outro lugar, como os que foram p o rio (e isso é um dos temas q eu quero tratar na reunião)




Três dias depois, no mesmo grupo, o assunto voltou a ser discutido.



Paulo Galvão – 11:42:39 – Mas vejo que, sobre o filho do FHC, é um termo que ficou no STF por conta do Delcídio e teria vindo para cá por cópia. É o mesmo termo que trata da GE, lembrando que a GE protocolou petição querendo colaborar e está fazendo investigação interna
Dallagnol – 12:04:38 – se veio pra cá, é nosso
Dallagnol – 12:04:40 – se veio pra cá com cópia, é nosso
Dallagnol – 12:04:46 – se pensaram em mandar pra cá, é nosso tb




Nós perguntamos ao Ministério Público Federal do Paraná, sede da força-tarefa da Lava Jato, quais são os ex-presidentes investigados e em que fase está cada um dos procedimentos. Também questionamos quais fatos envolvendo os ex-presidentes foram mandados para outros órgãos. Eles não responderam aos questionamentos e se limitaram a enviar as notas já divulgadas pela instituição, que dizem que não há ilegalidade nas trocas de mensagens reveladas pelo Intercept.

Em uma conversa com os procuradores Paulo Galvão e Carlos Fernando Santos Lima, em 20 de maio do ano passado, no entanto, Deltan Dallagnol relembrou quais foram os ex-presidentes investigados pela operação. Dilma Rousseff e FHC são os únicos que ficam de fora:



Dallagnol – 01:46:42 – CF, só tem 2 (ex) presidentes presos: Lula e Humala no peru
Dallagnol – 01:48:12 – Opa o Jorge Glas no equador tb
Dallagnol – 01:48:38 – No BR, vou considerar como investigados Temer, Collor, Sarey e Lula
Dallagnol – 01:49:07 – (excluindo Dilma e FHC – não lembro de investigações sobre eles fora o que tá bem sigiloso da dilma, sem conclusão)




Antes da publicação desta reportagem, o Intercept procurou as assessorias do ministro Sergio Moro, do MPF no Paraná e em São Paulo, da Procuradoria Geral da República e da Fundação Fernando Henrique Cardoso, antigo iFHC.

A PGR disse que não vai se manifestar.

A força tarefa da Lava Jato em São Paulo informou que “não cuidou de caso relativo a Fernando Henrique Cardoso. Desdobramento oriundo da Operação Lava Jato, relativo ao ex-presidente, veio para São Paulo junto com outros casos da ‘lista do Facchin’ e foi distribuído para uma procuradora que não integra o grupo”. O órgão afirmou que está esperando resposta da procuradora responsável pelo caso, mas confirma que a única investigação envolvendo FHC é a que foi arquivada.

A assessoria de Moro respondeu que ele “não comenta supostas mensagens de autoridades públicas colhidas por meio de invasão criminosa, que podem ter sido adulteradas e editadas e que sequer foram encaminhadas previamente para análise. Cabe esclarecer que o caso supostamente envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nunca passou pelas mãos do Ministro, então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, sendo encaminhado diretamente pelo Supremo Tribunal Federal a outros fóruns de justiça. Então, nenhuma interferência do então juiz seria sequer possível e nenhuma foi de fato feita”.

Já o MPF do Paraná, em um segundo contato, afirmou que “a divulgação de supostos diálogos obtidos por meio absolutamente ilícito, agravada por um contexto de sequestro de contas virtuais, torna impossível aferir se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material alegadamente obtido.” Para o MPF, os diálogos inteiros podem ter sido “forjados pelo hacker”. Eles disseram também que “um hackeamento ilegal traz consigo dúvidas inafastáveis quanto à sua autenticidade, o que inevitavelmente também dará azo à divulgação de fake news”, dizendo que há uma “uma agenda político-partidária” nas reportagens.

O Intercept reafirma que as reportagens da série são publicadas assim que produzidas, editadas e checadas dentro de princípios editoriais rigorosos, e que o material é autêntico.

Na época em que foi citado na delação de Emílio Odebrecht, Fernando Henrique Cardoso disse que não tinha “nada a temer” e defendeu a operação Lava Jato. “O Brasil precisa de transparência. A Lava Jato está colaborando no sentido de colocar as cartas na mesa”, afirmou. Ao Intercept, o ex-presidente disse, por meio de sua assessoria, que não teve conhecimento de nenhum inquérito ou denúncia relacionados à delação de Cerveró. Também afirmou desconhecer as menções sobre seu filho e a compra de votos nas eleições – por isso, “não sabe se teriam resultado em investigação ou denúncia”. A única confirmada pelo ex-presidente foi a investigação que terminou arquivada.

Após a divulgação da primeira leva de reportagens sobre as mensagens secretas da Lava Jato, FHC fez uma defesa pública de Moro: “O vazamento de mensagens entre juiz e promotor da Lava-Jato mais parece tempestade em copo d’água. A menos que haja novos vazamentos mais comprometedores…”, disse.



AS CONVERSAS NA ÍNTEGRA



CHAT FT MPF CURITIBA 2
17 de novembro de 2015
Roberson – 20:29:48 – Meus caros, o que acham de instaurarmos um PIC para investigar, no mesmo procedimento, pagamentos efetuados pelo Grupo Odebrecht (e outras cartelizadas) ao LULA (via LILS e INSTITUTO) e ao FHC (via Fundação iFHC)? Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse vies partidário, poderíamos oficiar todas as empreiteiras contratantes, verificar padrões indevidos, etc.
Roberson – 20:30:32 – A da LILS vocês já sabem os indícios para a investigação, mas vejam essa fratura expostas da Fundação iFHC:
Roberson – 20:30:52 –


Roberson – 20:31:16 –

Roberson – 20:32:12 – Email da iFHC “GOSTARIA QUE VOCES VERIFICASSEM COM A BRASKEM QUAL A MELHOR MANEIRA PARA FAZER A DOAÇÃO. TEMOS AS SEGUINTES OPÇOES:
Roberson – 20:32:20 – DOAÇÃO DIRETA
Roberson – 20:32:51 – A ELABORAÇÃO DE UM CONTRATO, POREM NÃO PODEMOS DIZER QUE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SERÁ UMA PALESTRA DO PRESIDENTE
Roberson – 20:33:43 – E ai???? Querem mais baton na cueca?
Paulo Galvão – 20:35:08 – porra bomba isso
Roberson – 20:35:20 – Pois é!!!
Roberson – 20:35:39 – O que acha da ideia do PIC?
Roberson – 20:35:47 – Vai ser massa!
Paulo Galvão – 20:35:51 – Acho excelente sim Robinho
Roberson – 20:36:47 – Legal! Se os demais tb estiverem de acordo, faço a portaria amanha cedo
Roberson – 20:38:08 – Acho que vale até uma BA na Secretaria da iFHC que mandou o email. Ela é secretária da Presidencia!
Laura Tessler – 20:38:36 – Sensacional esse email!!!!
Roberson – 20:38:48 – Mais, talvez pudessemos cumprir BA nos três concomitantemente: LILS, Instituto Lula e iFHC
Paulo Galvão – 20:39:04 – De quando é esse email?
Roberson – 20:39:12 – Uma prova reforça a outra
Paulo Galvão – 20:39:24 – Questão é, FHC estamos investigando crime tributário apenas?
Roberson – 20:39:28 – Outubro de 2014!!!!!!!!!!!!!
Roberson – 20:39:52 – Provavelmente por isso a mençao de que não poderia ser palestra do FHC
Paulo Galvão – 20:39:52 – Vamos pedir a fiscal, ver se o dinheiro saiu para alguma campanha
Paulo Galvão – 20:40:16 – Pq se ficou lá e só crime tributário? Ou teria que achar uma obra do psdb para dizer que é propina
Roberson – 20:41:52 – Sim, esse aprofundamento é essencial
Paulo Galvão – 20:42:28 – Mas a ideia é excelente. Despolitizar
Paulo Galvão – 20:42:40 – Se bem q vc votou na Dilma hahaha
Roberson – 20:43:48 – MPF hahaha
Diogo – 21:44:28 – Mas será q não será argumento pra defesa da lils dizendo q eh a prova q não era corrupção?
Welter Prr – 21:51:24 – [áudio acidental]
Roberson – 22:07:24 – Pensei nisso tb. Temos que ter um bom indício de corrupção do fhc/psdb antes
Dallagnol – 22:14:24 – Claro
Dallagnol – 22:18:00 – Será pior fazer PIC, BA e depois denunciar só PT por não haver prova. Doação sem vinculação a contrato, para influência futura, é aquilo em Que consiste TODA doação eleitoral


CHAT FT MPF CURITIBA 3
3 de junho de 2016
Dallagnol – 09:54:59 – Viram do filho do FHC?
Dallagnol –09:55:01 – http://pgr.clipclipping.com.br/impresso/ler/noticia/6092614/cliente/19
Dallagnol – 09:56:20 – Creio que vale apurar com o argumento de que pode ter recebido benefícios mais recentemente, inclusive com outros contratos … Dará mais argumentos pela imparcialidade… Esses termos já chegaram, Paulo? Esse já tem grupo?
Paulo Galvão – 10:00:38 – Chegaram vários do Cervero, mas não sei se esse especificamente desceu
Paulo Galvão – 10:00:59 – Nos temos de qq forma todos os depoimentos na pasta
Dallagnol – 10:24:20 – Algum grupo se voluntaria? Eu acho o caso bacanissimo, pelo valor histórico. E recebendo naquela época pode ter lavagem mais recente pela conversão de ativos ou outro método como compra subfaturada de imóvel o que é mto comum…. Seria algo para analisar
Paulo Galvão – 10:26:33 – Deixa ver antes se desceu. Pode ter sido mandado p outro lugar, como os que foram p o rio (e isso é um dos temas q eu quero tratar na reunião)
P.N.I. – 11:06:56 – http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/06/03/deputado-do-conselho-de-etica-pagou-r-92-mil-a-empresa-ligada-a-filha-de-cunha.htm
P.N.I.. – 11:07:52 – Castor. Esse fato já era do nosso conhecimento? Ele tem alguma relevância?
Diogo – 11:09:52 – pra denúncia nao pq ela se restringe aos gastos do cartão de crédito com dinheiro da conta secreta do exterior.
Diogo – 11:10:03 – contudo, é fato relevante para continuidade das investigações
Diogo – 11:10:13 – mormente se este serviço nao foi prestado
Dallagnol – 14:23:53 – http://m.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1777768-secretaria-de-temer-integrou-articulacao-criminosa-diz-pgr.shtml?mobile
Dallagnol – 17:03:07 – SUPRIMIDO
Paulo Galvão – 17:52:53 – divisão de tarefas atualizada na pasta: L:\CRIME\Deltan\FT-procuradores\COORDENACAO\Divisao de tarefas
Paulo Galvão – 17:57:32 – lá tem uma versão sem as novas frentes, que estou passando p toda a assessoria
P.N.I.. – 17:57:32 – lá tem uma versão sem as novas frentes, que estou passando p toda a assessoria
P.N.I.. – 18:10:15 – Pelo que entendi da mensagem do moro, ele tornou sem efeito a requisição do Mauat.
Welter Prr – 18:22:06 – Da lei Rounet?
Welter Prr – 18:22:15 – Rouanet?
Paulo Galvão – 18:43:06 – quem tem pendências com Bsb, por favor me encaminhe a relação inbox p eu atualizar a nossa lista de demandas semana que vem
Paulo Galvão –18:43:23 – Eles deram abertura para a gente minutar a petição de desmembramento do Pedro Correa por aqui
Paulo Galvão –19:24:38 – http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2016/06/03/internas_polbraeco,534870/moro-barra-ofensiva-da-pf-sobre-os-100-maiores-da-lei-rouanet.shtml
Athayde – 19:45:03 – [imagem não encontrada]
Orlando SP – 19:50:00 – Realmente, light
Dallagnol – 21:42:18 – Caros, há uma programação de que sub vai represetnar a lava jato no STJ até dezembro. O problema está em dezembro… será a SUPRIMIDO
Dallagnol – 21:42:28 – ANEXO SUPRIMIDO
Dallagnol – 21:42:35 – bom termos essa pauta do subs do stj
P.N.I.. – 21:59:01 – Mestre, tudo bem? Vc acha que consegue me ajudar com isso? Abração! http://istoe.com.br/o-acerto-de-r-12-milhoes/ O acerto de R$ 12 milhões Em acordo de delação, Marcelo Odebrecht revela que a presidente Dilma cobrou pessoalmente doação de campanha para pagar via caixa dois o marqueteiro João Santana e o PMDB em 2014
P.N.I.. – 22:05:34 – SUPRIMIDO
P.N.I.. – 22:05:48 – Disse que não há nada disso.
P.N.I.. – 22:06:33 – Mas aqui sinto cheiro do Mauat, que se tornou amiguinho do MO.
Dallagnol – 23:00:04 – [imagem não encontrada]

4 de junho de 2016
Isabel Groba – 07:39:57 – Alguém vai hoje ou amanhã na FT? Eu precisava que fosse ligado o computador que eu uso para fazer acesso remoto.
P.N.I.. – 08:29:53 – “Queda a jato Há ministros caindo por causa da Lava-Jato. Mas tem um que deverá cair nas próximas horas por causa de um jato. Isto mesmo: um jato. Trata-se de Fábio Osório, advogado-geral da União, que provocou um fuzuê ao tentar embarcar esta semana para Curitiba, na Base Aérea. Negado o pedido, Osório deu uma carteirada nos oficiais da Aeronáutica, dizendo ter status de ministro de Estado. A confusão chegou ao gabinete do presidente. Para complicar ainda mais a situação de Osório, Temer descobriu que Toffoli só revogou a sua decisão de demitir o presidente da EBC nomeado por Dilma porque o advogado-geral da União, que deveria fazer a defesa do governo, estava nessa fatídica viagem a Curitiba. Agora, até o padrinho do advogado, o ministro Eliseu Padilha, está pedindo sua cabeça ao presidente.”
Jerusa Viecilli – 08:37:58 –    
P.N.I.. – 08:47:50 – http://m.oantagonista.com/posts/13-governadores-e-36-senadores
P.N.I.. – 08:48:18 – A informação é bem precisa
Welter Prr – 08:50:24 – Alguém está de sacanagem. A questão do vazamento vai ter que ser preliminar na reunião de segunda
Paulo Galvão – 11:50:19 – http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/congresso/mpf-pede-medidas-duras-contra-renan-juca-sarney-e-cunha/
Athayde – 11:55:34 – A regra hj sao os vazamentos…
Dallagnol – 12:05:44 – http://m.gaucha.com.br/noticia-aberta/ministro-da-agu-nega-saida-e-diz-que-sofre-retaliacoes-no-governo-168328.html
P.N.I.. – 12:43:58 – http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/mpf-alerta-projetos-de-lei-sao-a-nova-estrategia-para-abafar-a-lava-jato-aqiei02udtdk1rqjjpr3souvw
Welter Prr – 14:15:19 – ANEXO SUPRIMIDO
Welter Prr – 14:39:37 – O Globo: Temer decide demitir chefe da Advocacia-Geral da União http://glo.bo/1TOW9PJ
Welter Prr – 14:40:07 – Ministerio de breves
Jerusa Viecilli – 14:40:29 – 
Jerusa Viecilli – 14:40:39 – Teu amigao, Welter! Hehehe
Welter Prr – 14:41:02 – Bah
Welter Prr – 14:41:25 – Amigao e tanto
Welter Prr – 14:43:03 – Ele se mostrou rápido demais
Dallagnol – 14:49:00 – Onde isso?
Dallagnol – 14:49:10 –      
Welter Prr – 14:52:03 – Na AGU
Dallagnol – 16:31:25 – Caracaxá
Dallagnol – 20:54:51 – http://m.oantagonista.com/posts/a-verdadeira-briga-do-agu
Dallagnol – 20:55:28 – Dizendo que Fabio veio a CWB falar com a FT-LJ… Houve algo relacionado a ele ou com a AGU nessa semana?
Dallagnol – 20:57:03 – O julgamento da apelação da OAS não era para ter sido na última quarta!
Dallagnol – 20:57:04 – ?
P.N.I. – 20:58:46 – Próxima
Roberson – 21:05:05 – Ele estava na cerimônia do prêmio da Ajufe e conversou conosco
Jerusa Viecilli – 21:06:16 – Comigo não!!!
Roberson – 22:20:11 – Kkkkk É vero! A Je ficou só fuzilando ele com os olhos. Acho, inclusive, que foi o princípio da queda  
Dallagnol – 22:28:32 – http://politica.estadao.com.br/blogs/coluna-do-estadao/aumento-do-judiciario-contraria-novo-lider/

5 de junho de 2016
Jerusa Viecilli – 08:54:32 – http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2016/06/05/moro-proferiu-105-condenacoes-stf-nenhuma/
Athayde – 09:58:49 – http://m.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1778355-medo-de-grampos-leva-politicos-a-esconder-celulares-e-tirar-ternos.shtml
Laura Tessler – 10:08:26 – http://m.economia.estadao.com.br/noticias/geral,arrastada-pela-lava-jato-odebrecht-demite-50-mil-e-ve-divida-ir-a-r-110-bi,10000055278
Dallagnol – 11:56:05 – Um dos assuntos mais comentados do tt
Dallagnol – 11:56:07 – http://m.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1778352-para-pf-gravacao-mostra-lider-tucano-sergio-guerra-sabotando-cpi.shtml
Dallagnol – 14:27:12 – Curitiba promete dias curitibanos
Dallagnol – 14:27:17 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 14:28:02 – Aeroporto fechado agora
Dallagnol – 14:28:18 – Quem aposta que amanhã vamos e não vamos a BSB? rs
Dallagnol – 14:47:02 – Pessoal da Brigada está preocupado com a notícia de que a série da PF dirá que “a PF que investiga”. A nota fala do juiz é da PF, ignorando MP:
Dallagnol – 14:47:12 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 15:08:34 – SUPRIMIDO
Orlando SP – 15:33:36 – SUPRIMIDO
Orlando SP – 15:34:07 – SUPRIMIDO
Orlando SP – 15:34:49 – SUPRIMIDO
Paulo Galvão – 16:03:45 – [imagem não encontrada]
Paulo Galvão – 16:04:00 – SUPRIMIDO
Julio Noronha – 20:28:07 – Falando de “mídia independente”:
Julio Noronha – 20:28:16 – [imagem não encontrada]
Julio Noronha – 20:28:17 – [imagem não encontrada]
Julio Noronha – 20:28:18 – [imagem não encontrada]
Julio Noronha –20:28:18 – [imagem não encontrada]
Laura Tessler – 20:30:29 – aposto que é só coincidência!!!   
Dallagnol – 21:11:07 – Que absurdo!! Isso valeria ACPs em outros locais…

6 de junho de 2016
Diogo – 00:49:28 – SUPRIMIDO   
Diogo – 00:50:13 – Ia ser engraçado pq este cara batia na lava jato.. Mas como a lava jato começou a pegar o pmdb ele ia ter Q apoia lá
P.N.I.. – 06:46:27 – http://m.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1778556-preferida-para-chefiar-pf-delegada-e-elogiada-por-atuacao-na-lava-jato.shtml
Dallagnol – 07:07:00 – Que tal a FTLJ fazer uma moção de apoio a ela como capacitada etc para ser DG, sem mencionar lista triplice?
Orlando SP – 07:20:31 – Aí dá para fazer, inclusive podendo expressamente falar q independentemente de lista, a SUPRIMIDO é um nome excelente pará tal cargo.
Orlando SP – 08:17:31 – De outro lado, deve haver uma dúzia aguardando para ser o escolhido, q ficarão bem contrariados. Temer não cometerá este erro primário de colocar alguém desvinculado do MJ e dele próprio na PF. Ele não é amador
P.N.I.. – 10:52:46 – Creio que cada um no seu quadrado. Gosto da SUPRIMIDO, mas me sinto entrando em discussão de uma questão que vai além da simples simpatia. Pode ser um passo maior que a perna por parte dela. Além disso é um assunto de outra corporação.
P.N.I.. – 10:52:52 – http://mobile.nytimes.com/2016/06/06/opinion/brazils-gold-medal-for-corruption.html?referer=https://www.google.com.br/
Paulo Galvão – 11:41:26 – 304396.odt
Paulo Galvão – 11:41:46 – Segue petição de desmembramento do acordo do Cerveró – deixo p o grupo responsável analisar
Paulo Galvão – 11:42:39 – Mas vejo que, sobre o filho do FHC, é um termo que ficou no STF por conta do Delcídio e teria vindo para cá por cópia. É o mesmo termo que trata da GE, lembrando que a GE protocolou petição querendo colaborar e está fazendo investigação interna
Dallagnol – 12:04:38 – se veio pra cá, é nosso
Dallagnol – 12:04:40 – se veio pra cá com cópia, é nosso
Dallagnol – 12:04:46 – se pensaram em mandar pra cá, é nosso tb

DELTAN DALLAGNOL E SERGIO MORO
13 de abril de 2017
Moro – 09:07:39 – Tem alguma coisa mesmo seria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco?
Moro – 09:08:18 – Caixa 2 de 96?
Dallagnol – 10:50:42 – Em pp sim, o que tem é mto fraco
Moro – 11:35:19 – Não estaria mais do que prescrito?
Dallagnol – 13:26:42 – Foi enviado pra SP sem se analisar prescrição
Dallagnol – 13:27:27 – Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade
Moro – 13:52:51 – Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante

CHAT CONEXÃO BSB-CWB
13 de abril de 2017
Dallagnol – 11:42:54 – Caros o fato do FHC é só caixa 2 de 96? Não tá prescrito? Teve inquérito?
Sergio Bruno Mpdft – 11:51:25 – Mandado pra SP
Sergio Bruno Mpdft – 11:51:44 – Não analisamos prescrição
Dallagnol – 13:26:11 –   

DELTAN DALLAGNOL, PAULO GALVÃO E CARLOS FERNANDO SANTOS LIMA
20 de maio de 2018
Dallagnol – 01:46:42 – CF, só tem 2 (ex) presidentes presos: Lula e Humala no peru
Dallagnol – 01:48:12 – Opa o Jorge Glas no equador tb
Dallagnol – 01:48:38 – No BR, vou considerar como investigados Temer, Collor, Sarey e Lula
Dallagnol – 01:49:07 – (excluindo Dilma e FHC – não lembro de investigações sobre eles fora o que tá bem sigiloso da dilma, sem conclusão)
Dallagnol – 01:49:55 – Tem um quarto com prisão decretada, mas foragido, o Maurício Funes, de El Salvador
Dallagnol – 01:53:59 – segue artigo com atualiação dos números de presientes investigados e presos. Faltam estados do BR, que terei na segunda
Dallagnol – 01:54:08 – Quem pode olhar o artigo agora?
Dallagnol – 01:54:21 – ANEXO SUPRIMIDO
Dallagnol – 01:54:49 – CF, como PG viu depois de Vc, olha Vc o artigo agora e veja se está OK. Se não, faça alterações e passa pro Paulo. Seria bom se pudermos fechar na segunda.

21 de maio de 2018
Santos Lima – 12:58:22 – Fiz algumas substituições. Secretary of state é um dos ministérios. A palavra para ministério é cabinet. A FGV é uma think tank (ela mesma assim se coloca). “other ilicits é fraco, coloquei white collar and electoral crimes,
Santos Lima – 12:59:03 – Algumas frases soltas eu coloquei entre vírgulas. Ficou grande, mas creio que ficou mais readable.
Santos Lima – 12:59:25 – ANEXO SUPRIMIDO
Santos Lima – 13:01:48 – Tirei future na última frase e coloquei a brazilian progressive era para fechar com o começo.

22 de maio de 2018
Dallagnol – 10:28:04 – Vejo hoje

Atualização: 18 de junho de 2019, 19h45
Texto atualizado para incluir o posicionamento do MPF-SP.