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terça-feira, 4 de junho de 2019

GOZO, por ALEXANDRE MEIRA (POESIA)

Santa Inquisição da Igreja Católica



A arte morre.

O beijo morre.

Também
a libido,
que desencarne a pele de vez,
e só sobre
a dor da alma,
nua,
sob o franzido da tez.

O fogo já morreu de frio,

Fez o mar em calma
arredia, subterrânea, 
da menina mansa no
cio.

Calada pela mania
de matar aos poucos.

À golpes de cajado
do Pai,
da moral, 
epifania fabianista,
dos roucos,
moucos,
cegos e surdos
do gozo,
obscurantistas,
de só chegarem ao orgasmo, 
quando decepam
fora o mal,
pelo medo dos
leves espasmos,
incontroláveis,
primais,
sensíveis, 
quando tocam pela primeira vez
o próprio pau.

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