AULA 4 - O MUNDO DO TRABALHO PARA A SOCIOLOGIA.
1) A
palavra trabalho vem do Latim tripalium
que se refere a um antigo instrumento de tortura, de forma que historicamente
se conferiu valor negativo ao trabalho. Durante a Idade Média a Igreja
perpetuou esse significado dividindo a sociedade entre os que guerreavam, os
que oravam e os que trabalhavam. Na Idade Moderna o trabalho passou a ser visto como forma de dignificar o homem, com a ascensão das relações burguesas.
2) Atualmente a precarização sistemática do trabalho e de todo os instrumental legal que é relativo aos
direitos do trabalho como o crescimento da terceirização e do emprego informal
gera incertezas.
3) Os
Sociólogos clássicos pensam o trabalho da seguinte forma:
- Karl Marx: O universo do trabalho ajuda a
compreender a vida social. A divisão da sociedade em classes é espelho da
divisão social do trabalho: Quem é o dono ou não dos chamados meios de produção tem o controle das relações de trabalho. Três
coisas definem o trabalho: 1) Força de trabalho (humana), 2) Objeto de Trabalho
(matéria-prima), 3) Meio de Trabalho (instrumentos). A mercadoria é produzida
pelo trabalhador, mas é propriedade do "dono", este vende a mercadoria e fica com o lucro
total, e só repassa ao trabalhador o valor da mão-de-obra dele, negando o lucro sobre a mercadoria produzida por ele. O nome disso
é mais valia. A mais-valia é o mecanismo utilizado para obter lucro. Existem
dois tipos: A absoluta e a relativa. O trabalhador não se dá conta disso, sendo
submetido a uma alienação.
- Max Weber: Para ele o capitalismo e as
relações de trabalho atuais tem origem na ideologia protestante religiosa. Ele
dá uma interpretação cultural das relações de trabalho e do papel do
trabalhador. O surgimento do protestantismo transformou o trabalho em um
instrumento de salvação da alma. Dessa forma toda tentativa racional (trabalho)
de se chegar ao lucro no Capitalismo tem subentendido uma forma de negação do
prazer e das atividades impuras para se atingir a idealizada salvação. O trabalho é visto sob uma ótica religiosa pela sociedade. O trabalho passa a ser uma vocação. A diferença entre ricos e pobres
no Capitalismo caberia a existência pessoal dessa vocação.
- Émile Drkheim: Para Durklheim, a intensa
Divisão Social do Trabalho é essencial para manter a sociedade unida. O
trabalho é o meio de consolidação da chamada solidariedade (elemento que
harmoniza a sociedade e não nos joga de volta a barbárie) em qualquer sociedade, seja
antiga, seja atual. Existem dois modelos de solidariedade: A mecânica, típica
das sociedades antigas, ligadas as tradições, costumes, etc. E a orgânica,
típica das sociedades modernas onde há maior divisão de trabalho e diferenças
culturais entre indivíduos. Quando não há coesão social, ou seja, se a Divisão
social do trabalho não faz a sociedade ficar harmônica, gera-se um período de
anomia (ausência de regras). Segundo Durkheim, isso ocorre porque as
Instituições Sociais (Justiça, Polícia, Estado, Igreja, etc.) não estão
funcionando bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário