Talvez ninguém tenha visto o bastante.
Talvez o pudor seja só um
detalhe.
A estátua de sons recita o
soneto
do fim dos dias.
E se eu não tivesse mais
medo do escuro?
Ou se aos Domingos
celebrasse minha orgia?
O deleite beato,
na ardência do fogo
inquisidor,
afugenta a libido.
Ressuscito as estátuas
pelo bico dos seios!
O delírio de sua tez sisuda
está atrás da roupa!
Profana os teus limites.
Limita tua impotência.
Potencia tua insensatez.
Pois, mesmo os surdos
usam brincos.
Os cegos
choram de tristeza.
E os mudos
beijam de língua.
Os sentidos nunca traem pela
primeira vez.
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