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segunda-feira, 25 de julho de 2016

INQUISIÇÃO, por ALEXANDRE MEIRA. (Poema)


       

                   Talvez ninguém tenha visto o bastante.

Talvez o pudor seja só um detalhe.



A estátua de sons recita o soneto

do fim dos dias.

E se eu não tivesse mais medo do escuro?

Ou se aos Domingos celebrasse minha orgia?



O deleite beato,

                         na ardência do fogo inquisidor,

afugenta a libido.



Ressuscito as estátuas

pelo bico dos seios!

O delírio de sua tez sisuda

está atrás da roupa!



Profana os teus limites.

Limita tua impotência.

Potencia tua insensatez.



Pois, mesmo os surdos

usam brincos.

Os cegos

choram de tristeza.

E os mudos

beijam de língua.



Os sentidos nunca traem pela primeira vez.

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