Das vezes em que te fiz chorar,
eu quase criei um Universo.
Desses que vem com o outono.
Não houve luz que não se curvasse
naquela dança dos clarões
ante alvíssaras de elementais.
Desesperado,
flagrei o orbe me caçoando
entre ecos diáfanos em pálida cor
Foi quando a encantada mão
hesitante
explodiu em chuva de folhas secas
precipitada pelo meu avante toque.
Desatada do nó na garganta
soube ela dançar na maçã do teu rosto
fazendo da gota piedosa
brotar a mais bela supernova
em teus tristes olhos pretos
Houve no universo inteiro
finalmente
lugar para estrelas.
Entrelaçadas como algas errantes
fez-se espiral de auguradas colheitas,
sementes da mais nova raça-raiz.
Por muito pouco
eu nao criei um Universo,
das vezes em que te fiz chorar.
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