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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

DAS VEZES EM QUE TE FIZ CHORAR, por ALEXANDRE MEIRA (Poema)






Das vezes em que te fiz chorar,


eu quase criei um Universo.




Desses que vem com o outono.




Não houve luz que não se curvasse


naquela dança dos clarões


ante alvíssaras de elementais.




Desesperado,


flagrei o orbe me caçoando


entre ecos diáfanos em pálida cor






Foi quando a encantada mão


hesitante


explodiu em chuva de folhas secas


precipitada pelo meu avante toque.




Desatada do nó na garganta


soube ela dançar na maçã do teu rosto


fazendo da gota piedosa


brotar a mais bela supernova

em teus tristes olhos pretos






Houve no universo inteiro

finalmente


lugar para estrelas.


Entrelaçadas como algas errantes


fez-se espiral de auguradas colheitas,


sementes da mais nova raça-raiz.



Por muito pouco 

eu nao criei um Universo,

das vezes em que te fiz chorar.





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