Sopra Antares um véu diáfano, infravermelho,
Emanações de antigos mistérios, destitui juízos,
Rói uma passagem lenta entre os homens e a noite plena.
Os cães e os selvagens
Nas casas e nas ruas
Uivam,
Uivam,
Orelhas em pé, arrepios.
As pessoas dormem
Ou estão contentes
Com a cegueira brilhante do plasma.
Dorme.
Dorme, Bina, Biel, Bibi.
Dorme, que ignorar é ainda possível.
Dorme com o sorriso suave da esperança,
Mas, na mão debaixo do travesseiro,
Segura nos teus dedos curtos uma lâmina,
Eu vi no escuro algumas sombras ladinas.
Sonha, que sonhos ainda não vigiam.
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