É lento o despertar.
Névoa nas vistas, cantos de resina.
Procrastinação em lençóis de incontáveis fios
De algodão … ou aranha.
Ah, é bom esticar na cama
Como um gato.
Mas quando julgamos ainda ser manhã
Vem a tarde e nos expõe, nus,
Na luz brutal, opressora. Nada a esconder.
Não tente. Deixe cair os braços.
O que queres tampar? Já está na cara.
E, assim que eles penderem como cachos e soltares o cabelo,
Virá surpreso o entardecer. Tudo assim fica mais belo: um jarro azul-gris
Derrama filamentos de ouro, sobre todos nós
E seduz. Goza o momento.
É breve, quando tocamos, fecha.
Lembra das dormideiras? Então…
Tem a fugacidade das tuas pálpebras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário