No
último dia 2 de outubro, primeiro turno das Eleições Municipais 2016,
foram eleitos 5.493 prefeitos. O Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) foi o que mais elegeu prefeitos: 1.026. Na sequência,
aparecem o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que elegeu
792 prefeitos; o Partido Social Democrático (PSD), com 539; o Partido
Progressista (PP), com 494; e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), com
413 prefeitos eleitos.
O
PMDB elegeu o maior número de prefeitos em 14 unidades da Federação:
Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais,
Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e
Sergipe. O PSD elegeu mais prefeitos em quatro estados: Bahia, Rio
Grande do Norte, Roraima e Tocantins. O PSDB conquistou mais prefeituras
em Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Lembre-se:
o PMDB saiu das eleições de 2014 como o maior partido do país em
Estados administrados. Dispôs também, então, do maior número de
municípios e de parlamentares no Congresso Nacional : emplacou sete
governadores, a maior quantidade entre as nove legendas que elegeram
governantes no ano passado. Em 2012, lembre-se também, o PMDB fez o
maior número de prefeitos (1.019 ao todo).
Minha
tese já foi exposta aqui no blog: o populacho cansou da “grand
politique”. Quer soluções locais. “Quer ser universal, fala de sua
aldeia”, notava Tolstoi. O PMDB é o poder da aldeia: são os pais do
municipalismo.
Lembrem-se
que Quércia foi quem inventou as frentes municipalistas. Elas fizeram
do partido o mais forte do Brasil (Luiz Fernando de Souza, o Pezão, o
mais novo arauto do municipalismo, vem de uma terra carioca de ninguém,
obscuro município de Piraí).
O
PMDB aprendeu a resistir a ditadura e a gerenciar o poder depois que
ela acabou. Irrigou a democracia dominando nos bairros, nos rincões.
Nos
últimos 30 anos muita gente veio prenunciando o paroquialismo político,
o poder local. Foucault chamava de “microfísica do poder” e de
“atomismo politico”. Sérgio Paulo Rouanet chamava a tendência, nos anos
80, de “pontilhismo político”.
As pessoas querem no poder um representante que conheciam já do bairro: o “médico de família” político. O PMDB é isso.
A irrigação municipalista do PMDB pulverizou o PT. O PMDB corria o risco de dominar o país por cem anos, tipo PRI mexicano.
Mas dançou: Cunha vai deletar Temer ao osso.
Fatos da semana 1
: Na decisão liminar em que impede a nomeação de Moreira Franco como
ministro, a juíza Regina Coeli Formisano, da 6º Vara Federal do Rio de
Janeiro, dá uma lição de moral em Michel Temer, ao dizer que ele nomeou
seu amigo como ministro apenas para blindá-lo da Lava Jato; ela afirma
que um “magistrado não pode se trancar em seu gabinete e ignorar a
indignação popular”; “Não se afigura coerente, que suas promessas ao
assumir o mais alto posto da Republica sejam traídas, exatamente por
quem as lançou no rol de esperança dos brasileiros, que hoje
encontram-se indignados e perplexos ao ver o seu Presidente, adotar a
mesma postura da ex-Presidente impedida e que pretendia também, blindar o
ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva”; Moreira já foi delatado pela
Odebrecht e é também investigado por fraudes na Caixa Econômica
Federal.
Fatos da semana 2: O
governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), defendeu na manhã desta
quinta-feira, em entrevista à Rádio Estadão, sua gestão e as contas de
sua campanha e de seu vice, Francisco Dornelles (PP). Pezão afirmou que
irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da decisão do Tribunal
Regional Eleitoral (TRE-RJ) que cassou seus mandatos por abuso de poder
econômico e político, em razão de irregularidades na prestação de
contas de campanha.
E O PSDB?
Vai se escaralhar todo, na Lava Jato. Começando por Aécio…
Nenhum comentário:
Postar um comentário