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terça-feira, 30 de abril de 2019

Esquerda e direita, conceitos superados? (1), por Valdei L. Araujo


O projeto da transformação social está sendo pressionado pelo “atualismo” — a noção de que todas as mudanças se fazem dentro do sistema e o mundo se divide em “atualizados” e “obsoletos”. Por que a esquerda está perdendo este debate?
Por Mateus H. F. Pereira e Valdei L. Araújo | Imagem: Paul Klonowski
“o desafio não está em superar 
os conceitos de esquerda ou de direita, 
mas sim de atualizar os conceitos 
de esquerda e de direita, exatamente 
para que as pessoas consigam 
estabelecer as diferenças.” 
(Eliane Brum, dez, 2018) 

As questões que motivaram a escrita deste texto nasceram uma semana antes do segundo turno das eleições que elegeria Bolsonaro presidente do Brasil, em 2018, e enquanto lançávamos o nosso livro Atualismo 1.0, em Mariana, Minas Gerais. Não imaginávamos que, logo em janeiro de 2019, a tragédia-crime da Samarco, ocorrida em Mariana, fosse se repetir, em Brumadinho, também em Minas Gerais, e não por falta de alertas, pois eles têm sido persistentes e há tempos. Depois do primeiro turno da eleição, sabíamos, sim, que havia possibilidades concretas do pesadelo daquela eleição se concretizar. Diante desses fatos, naquelas semanas, só queríamos falar sobre “o coiso”, “o bozo”, “o inominável”: #elenão!
Nossa hipótese é que a vitória de Bolsonaro – e de outros representantes internacionais da direita e da extrema-direita – se deve, dentre outras coisas, ao fato de que a centro-direita, a direita e a extrema-direita estão construindo espaços comuns de diálogos, de disputas e de negociações entre seus perfis de obsoletos e de atualizados, em especial, no que tange a certas dimensões atualistas. E, nessa direção, outra hipótese complementar é que a esquerda contemporânea ter maior dificuldade em produzir essa convergência.
No livro Atualismo 1.0, demonstramos que o conceito de atualização (update) é relativamente recente, tendo se desenvolvido em paralelo à cultura digital, a partir de meados da década de 1960. O que chamamos atualismo é o crescimento vertiginoso de certa acepção da possibilidade humana de se relacionar com o tempo histórico como atualização. Em algum momento de nossa história recente, a ideia de modernização, que guardava em si as promessas emancipadoras das utopias modernas, acumuladas desde o século XIX, vai sendo substituída pela sensação de que o progresso só pode ser entendido como atualização incremental e automática do status atual das sociedades capitalistas. De algum modo, pretendemos pensar se o sujeito histórico, bem como as promessas de emancipação e de redenção a ele associadas estão sendo substituídas, em especial, por dois estados possíveis desse mundo presente, a saber: sujeito atualizado ou sujeito obsoleto.
Livro dos autores está esgotado. Segunda edição ficará pronta no início de maio
Temos consciência de que essas afirmações, ambiciosas em certo sentido, são apostas que precisam ser conferidas. Por isso, a parte mais relevante desse ensaio é a decisão de escutar algumas pessoas, mesmo sabendo que a escuta aqui não deva ser entendida de modo ingênuo enquanto um gesto neutro ou imparcial, toda escuta é já um diálogo e envolve decisões e posições de parte a parte. Aqui fizemos um recorte nas diversas conversas e entrevistas que já realizamos, pois o objetivo é desenvolver hipóteses e especulações iniciais. O leitor não encontrará um espelho do real, mas fotografias que retratam os fotografados, os fotógrafos e as câmeras utilizadas para fotografar.
Trata-se de construir tipologias. Para isso, vamos nos concentrar apenas em alguns relatos de moradores e turistas de uma ilha localizada no Nordeste do Brasil, bem como de nossa experiência, ao longo do primeiro mês do governo Bolsonaro. Os nomes e as ocupações de algumas pessoas foram alterados para evitar identificação. Essa escolha é uma apropriação inspirada em uma série a que assistimos em janeiro, cujo início sempre começa com a seguinte sentença: “Esta é uma história verdadeira, os acontecimentos retratados aconteceram […]. A pedido dos sobreviventes, os nomes foram alterados. Em respeito aos mortos, todo o resto foi relatado exatamente como ocorreu” (Fargo – Netflix).
As pessoas foram escolhidas não pela sua suposta representatividade, mas a partir da perspectiva benjaminiana de que nada do que passou pode ser perdido para a história e, sendo assim, cada percepção tem um valor em si. Além disso, e para construirmos a nossa tipologia, as escolhas e seleções foram feitas a partir do jogo necessário entre teoria e empiria. Outra fonte utilizada foram os diversos memes que circularam em grupos de Whatsapp durante esse período. É importante ressaltar que, nesse momento da pesquisa, e como homens, um branco e o outro pardo, que se reconhecem como obsoletos de esquerda, não foi um processo sem sofrimento deixar, mesmo que parcialmente, “nossa bolha”. De todo modo, enfatizamos que obsoletos e atualizados, esquerda e direita, não podem ser reduzidos a sinais positivos e negativos, a despeito das preferências e posições dos autores. Acreditamos, nesse momento da pesquisa, que pode haver um potencial emancipador tanto no situação existencial atualizada e obsoleta que, de resto, não são homogêneas.
Foi em Porto Alegre e em São Paulo, em 2018, conversando com alguns motoristas de aplicativo, que tivemos a certeza de que valeria a pena investir nessa investigação. Escutar e conversar com esses motoristas, eleitores do Bolsonaro, mostrou-nos o quanto a esquerda diminuiu ou perdeu a sua capacidade de dialogar com o que alguns autores têm chamado de precariado.
Isto é: foram os motoristas de aplicativo, dessas cidades, inicialmente, que confirmaram que as nossas hipóteses tinham algum sentido. Hipóteses já anunciadas na cidade do Rio de Janeiro, em 2016, quando o livro Atualismo 1.0 foi gestado. Naquela ocasião, os motoristas de aplicativo já apontavam a vitória de Bolsonaro. Achávamos que era um fenômeno local do Rio, um Estado arrasado pela violência, que vivia diretamente a crise da Petrobrás e os escândalos de corrupção. E, também, porque muitos dos motoristas com os quais conversamos eram e foram militares ou pelo menos tinham relação com militares. A história nos mostrou que estávamos errados, como a maioria dos que nos leem. Aliás, o Uber foi tema de algumas junk news da campanha eleitoral:

TipologiaO projeto de deixar para trás o capitalismo está sendo substituído pelo “atualismo” — a noção de que todas as mudanças se fazem dentro do sistema e, o mundo se divide em “atualizados” e “obsoletos”. Por que a esquerda está perdendo este debate? Como ele se relaciona com a eleição de Bolsonaro? Tipologia

Enquanto o sujeito moderno entendia-se como acelerador ou desacelerador do processo histórico, a depender de suas posições político-existenciais, o sujeito atualista parece não esperar mais ter controle sobre o tempo histórico. Frente a um presente que continuamente se reproduz, ele é levado a estar atualizado ou obsoleto, com diversas possibilidades de modulação. O atualismo, como valor social e ideologia hegemônica, em certas dimensões da vida atual, produz continuamente ondas de obsolescência. Sua fronteira final e decisiva é o próprio humano, que não apenas deixa de ser visto como fator decisivo das transformações históricas, mas pode se tornar inclusive o elemento a ser descartado por supérfluo.
Ao que parece, o sujeito atualizado procura se compreender como uma espécie de surfista, que tenta, continuamente, equilibrar-se nas ondas de atualização, e retirar dessa situação de perigo o seu lucro e o seu sentido existencial. Aliás, ele sabe nadar após a submersão. Já o sujeito obsoleto existe com a contínua sensação de sua incapacidade de sobreviver à próxima onda. Não por acaso, o vocabulário da extinção é continuamente invocado para caracterizá-lo. Ele é o peixe fora d’água ou o dinossauro que se recusa a desaparecer.
Embora a tipologia atualizados e obsoletos já estivesse sugerida em Atualismo 1.0, ainda não havíamos atentados para a possibilidade de cruzá-la com as definições clássicas de direita e esquerda. Esse cruzamento começou a nos parecer útil para a compreensão daquilo que poderia aproximar, existencialmente, a sua relação com a temporalidade, como atualizados de direita e de esquerda e obsoletos de direita e de esquerda. Da mesma forma, as vozes que trazemos aqui nos mostram que é possível pensar em como certas pontes entre atualizados e obsoletos podem ou não ser construídas dentro de um mesmo espectro ideológico. Ou seja, seria possível unir atualizados e obsoletos em torno de uma mesma agenda política? Quando nos colocávamos perguntas como essa, estávamos pensando no enorme abismo que, como docentes, visualizávamos entre a nova e a velha esquerda, entre as pautas identitárias e ecológicas, por exemplo, e a agenda social-desenvolvimentista. As vozes aqui invocadas ainda reforçam essa constatação inicial.
Na teorização sobre o atualismo, tentamos deixar claro que, enquanto ideologia, o atualismo não oferece futuro aos obsoletos, embora a existência deles funcione como legitimação funcional das demandas por atualização. Nossas investigações indicam que há um lugar sistêmico para os obsoletos no atualismo e que esse lugar parece ter sido descoberto pelas direitas globais. Para além dessa posição funcional, ser obsoleto, assim como ser atualizado, pode conter uma força emancipatória. Para começar a pensar nas possibilidades analíticas dessas tipologias – e que fique claro, não são descrições realistas, mas manipulação do real, utilizada como ferramenta para melhor observá-lo -, chegamos a este primeiro diagrama que procura, de modo provocativo, classificar alguns tipos dos mundos-vida atual:
Como não é nossa intenção aqui descrever minuciosamente cada um desses tipos, que de resto apenas exemplificam as situações, sem qualquer pretensão de esgotamento, nos limitaremos a apontar quatro perfis que acreditamos poder exemplificar melhor o aspecto de cada tipo.
O motorista de aplicativo é o nosso grande personagem. Ele encarna o obsoleto de direita integrado, ele é capaz de celebrar e admirar a força destrutiva do capitalismo atualista, ser uma de suas vítimas e, ao mesmo tempo, sobreviver funcionalmente em suas fronteiras. No ano passado, a venda de carros no Brasil bateu recordes, apesar e em função da crise econômica. Muitos desempregados, dentre eles homens brancos com curso superior, financiaram um automóvel para trabalhar no aplicativo. O que torna a situação atualista extrema é todos eles saberem, em algum grau, que o sentido de sua atuação no Uber é ajudar a empresa a desenvolver um veículo autônomo. É como aguardar o apocalipse de camarote. Nas conversas com esses motoristas sempre nos impressionava o entusiasmo de sua adesão ao sistema, mesmo sabendo que dele estaria excluído. Os outros tipos de obsoletos de esquerda são mais claramente nostálgicos. Nos motoristas, a nostalgia parece se manifestar mais com relação aos valores, raça, gênero e classe. Quando não estão distraídos com o futuro tecnológico, do qual podem ser apenas usuários periféricos, sonham com um passado fantasioso em que pobres, mulheres e gays sabiam seus lugares.
O nosso tipo-ideal obsoleto de esquerda é o líder sindical de alguma categoria do serviço público. Ele representa no Brasil aqueles que o discurso atualista considera os privilegiados, trabalhadores com direitos e poder político. Como as estruturas sindicais são, geralmente, corporativamente congeladas, as lideranças podem recusar tudo aquilo que o atualizado considera o seu oxigênio: as redes sociais e as novas tecnologias de comunicação e deliberação. O sindicalista público exerce a possibilidade da obsolescência como um privilégio que precisa ser garantido contra todas as forças do futuro atualista. O limite de sua situação político-existencial é duplo, pois não consegue avançar de uma agenda reativa, na defesa das prerrogativas de sua categoria, e tem enormes dificuldades estruturais de universalizar o próprio futuro. Ele, então, passa a encarnar o arquétipo da esquerda tradicional, que oferece como futuro a manutenção de direitos em um contexto social em que esses mesmos direitos nunca foram universalizados.
Obsoletos de esquerda e direita encontram na nostalgia um refúgio comum, embora para a esquerda aquilo que se deseja manter é mais imediato, como ficou evidente no slogan “nenhum direito a menos”. Ao ampliar o serviço público e se esforçar para ampliar o emprego privado formal, os governos petistas acertaram em cheio, mas sem transformações e reformas estruturais, as condições para a manutenção dessas realidades logo se esgotaram – isso sem falarmos nas forças políticas e sociais adversárias que trabalharam para inviabilizar e limitar o alcance do projeto petista.
Dentre os atualizados de direita, destacaremos o inovador-empreendedor. Ele ou ela entendem a si mesmos como os grandes surfistas da atualização. Todos os problemas políticos e sociais poderiam ser rapidamente resolvidos com a adoção de novas tecnologias, com a criação destartups e centros de inovação. Para ele, o obsoleto tem valor apenas como matéria-prima barata para alimentar seus bancos de dados. Ele é, por exemplo, um desenvolvedor a serviço do Uber, que vai explorar os dados gerados por passageiros e motoristas. O problema é que o mundo hipercompetitivo, em que ele ou ela acreditam viver, pode substituí-lo a qualquer momento. A ansiedade é a forma básica em que vivem o tempo; e as drogas de aceleração um de seus aditivos. Recentemente, uma pesquisa realizada pela universidade de Oxford atribuiu a hiperatividade das enguias do rio Tâmisa às altas taxas de cocaína na água, cuja origem parece ser a urina dos moradores. O fato talvez justifique a atribuição de Londres como cidade mais atualista da Europa.
A forma mais corriqueira dos atualizados de direita lidarem com a sua ansiedade é transferi-la, como responsabilidade e culpa, para os obsoletos de direita e de esquerda, que respondem com ressentimento ou identificação fantasiosa a essa atribuição. Esses atualizados são igualmente a inteligência do atualismo, que, em revistas, redes sociais, tvs e palestras, segregam diariamente a doutrina da atualização e suas promessas. Esse discurso infiltra todas as dimensões da vida social até se projetar como um clima social. Para ficar apenas em um exemplo, o número de outubro de 2018 da revista de bordo da companhia aérea Gol traz na capa um “pesquisador” com a chamada: “Temos pressa. Pesquisador Ronaldo Lemos indica caminhos para impedir que os governos se tornem obsoletos na era da tecnologia”. No mês do primeiro turno da eleição, o número inteiro vendia a promessa de uma aceleração atualista. Nas palavras de Lemos, “percebi que ou o governo vira tecnologia, ou ele deixa de ser governo”. A matéria continua prometendo uma uberização do governo: “quer dizer: assim como aconteceu com as cooperativas de táxi e com os aparelhos de fax, é possível que soluções digitais resolvam as demandas do cidadão melhor do que os governos, tornando-os obsoletos”. Ou seja, a atualização do governo é a utopia libertária de um mundo sem governo – logo, sem funcionários públicos e sem sindicalistas.
No mesmo número da revista, a propaganda da montadora Chevrolet ordena “Não pare de evoluir”, em uma curta coluna sobre os desafios futuros da educação a articulista promete ou ameaça, “mas em um futuro próximo, muito próximo mesmo, que já está na nossa esquina, as máquinas farão muito do que nossos filhos aprendem na escola hoje. As máquinas acabarão com profissões inteiras, tomarão seus espaços”. Outro articulista, em matéria intitulada “O fim é o começo”, profetiza, “mais do que um momento de transição, estamos vivendo a falência do mundo que conhecemos. Perdeu o sentido. Acabou-se diante das infinitas possibilidades e necessidades de criação de um novo mundo. ‘aceita que é mais fácil’, dizem por aí”. Esse “otimismo” que, ao longo da campanha eleitoral, encantava os seguidores de Bolsonaro, atingidos pela nova linguagem fragmentada e rasteira, ia, ao mesmo tempo, destruindo as instituições democráticas pelo uso abusivo da tecnologia. A questão é que o fim do governo sonhado pelos atualizados de direita é o fim da política e da democracia, por isso poderiam não se sentir ameaçados pelo obscurantismo bolsonarista. O lugar dos evangélicos nessa tipologia é duplo. Os pastores tendem a ser atualizados, ao contrário, de suas ovelhas. De todo modo, os praticantes que entrevistamos, em função das atividades empreendedoras que desenvolvem, nós pareceram mais híbridos dos dois tipos.
Para os atualizados e atualizadas de esquerda, a eleição de Bolsonaro parece ter sido o apocalipse sem camarote. No lugar de selecionar um personagem, o caminho mais curto para a nossa aproximação foi considerar o ativista – não o militante obsoleto – o ponto de apoio para produzirmos o modelo desse tipo de atualizado. Como o atualizado de direita, o de esquerda também tende a se ver como representante de forças que moldam ou deveriam moldar o futuro, ainda que em um mar mais agitado, ele ou ela também podem se ver como surfistas das profundas transformações do mundo atualista. Também aqui, e não raro, veremos o escândalo contra os obsoletos, afinal, como seria possível que no mundo atual ainda existam racistas e machistas ou, mesmo, comedores de carne? Mas, diferente dos atualizados de direita, os ativistas, como as vozes sugerem, acreditam que precisam atuar contra as tendências automáticas do capitalismo atualista, e isso os aproxima da tradição emancipatória da esquerda tradicional.
No entanto, para além dessas análises, a pesquisa até o momento nos mostrou que, na relação entre atualizados e obsoletos de esquerda, na conjuntura brasileira recente, poucas pontes parecem ter sido construídas entre esses dois blocos, apesar de alguns sinais positivos recentes nos mostrarem que há uma tentativa de aproximação, como o maior diálogo entre o PSOL e o PT. O que gostaríamos de destacar, no entanto, é que os atualizados de esquerda, mesmo a contragosto, também parecem provocar efeitos de angústia e ressentimento nos obsoletos de esquerda, fenômeno apontado no sucesso da palavra esquerdomacho ou da resistência de certa inteligência tradicional de matriz marxista levar a sério a agenda racial.

Breve contexto

O fim do ano de 2018 terminava como ano e começava com uma promessa (pelo menos para alguns atualizados de esquerda): o primeiro escândalo de um governo que sequer tinha começado: o caso Queiroz! Ele envolvia e envolve corrupção na família do então eleito presidente do Brasil: a família Bolsonaro. O escândalo chegou tarde? Talvez. E se “toda” a esquerda estivesse apoiado o Ciro Gomes? E se Lula tivesse tido a chance de se candidatar?
Pois bem: essas eram as questões que permearam as “páginas seguintes” do WhatsApp e do Facebook. Mas, a essa altura, ser ou não ser, ter sido ou não ter sido, já não importava à maioria da população: tínhamos um novo presidente no Brasil, eleito pela via democrática. O voto, pelo qual lutamos tanto já não nos representa com a mesma força que nos representou há três décadas? Independentemente da crise da representação política a questão em nossa bolha era saber: “onde está o Queiroz?”
Enquanto isso, bolsonaristas vibravam com o discurso em libras e a performance da primeira dama. Do outro lado: Goiabeira, Queiroz, Globalismo, desencontros e escândalos.
Muitos dos atualizados de direita, de fato, ficaram constrangidos com o início atrapalhado, e com alguns dos ministros escolhidos pelo eleito presidente. Mas, “antes isso do que o PT”. “E se tiver ruim, a gente tira”. E o vídeo com dúvidas sobre a facada também ganhava força entre os atualizados e obsoletos de esquerda: “Viralizar esse vídeo vai encurtar o tempo de Bozo na ‘presidência’”.
Além disso, ainda tivemos o episódio do “rosa para meninas e do azul para meninos”, protagonizado pela nova ministra dos Direitos humanos: Damares.

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