Nenhuma rede de comunicação foi – e ainda é – tão influente na história recente do Brasil como a Globo. Na época da ditadura civil-militar, o grupo Globo se consolidou como o maior do país e um dos maiores do mundo. A redemocratização chegou, e as Organizações Globo seguiram fortes. Nos protestos de junho de 2013, a cobertura da TV Globo e da Globo News foram decisivas para consolidar a narrativa de que os manifestantes eram “vândalos”. A Globo influenciou a opinião nacional na forma como cobriu a Lava Jato, os movimentos pelo impeachment de Dilma Rousseff e contra o PT, assim como na divulgação dos grampos ilegais da conversa gravada entre Lula e a então presidente do país. E, finalmente, foi em O Globo, principal jornal do grupo, que foi denunciada uma conversa altamente comprometedora entre o presidente Michel Temer (PMDB) e Joesley Batista, dono da JBS, à noite, no palácio residencial e fora da agenda, e que culminou com um editorial defendendo a renúncia de Temer – mas não eleições diretas. Como todos sabem, Temer não caiu até hoje.
Até bem pouco tempo atrás seria difícil alguém acreditar que viveria para ver a Globo ser chamada de “comunista”
Há algo novo no horizonte da Globo neste momento. Para parte daqueles
identificados com a esquerda, a Globo é “golpista”. Essa parcela aponta
a rede, em especial a TV Globo e a Globo News, como protagonista do
“golpe parlamentar” que tirou Dilma Rousseff, uma presidente ruim, mas
legitimamente eleita, do poder. Essa narrativa é alimentada não só pelos
fatos atuais, mas pelo passado da emissora: em especial a edição do
último debate entre Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva,
nas eleições de 1989. Era o primeiro pleito presidencial após o fim de
uma ditadura que durou 21 anos, detonada por um golpe civil-militar que a
Globo apoiou, fato pelo qual pediu desculpas em 2013. A desconfiança
contra a Globo, disseminada em uma parcela considerável dos que
pertencem ao campo progressista, é permanente. E vem se acirrando desde
2013, amplificada pela facilidade de difusão das redes sociais. Essa
ligação com o “golpismo”, mais incisiva neste momento, está intimamente
ligada ao passado da Globo, mas também a algumas escolhas do presente.
A novidade, porém, está em outro campo, na parcela da sociedade que chama a Globo de “comunista”.
Essa é a parte surpreendente mesmo para aqueles que sempre consideraram
a Globo responsável por todos os problemas do Brasil. De comunista,
virou também “pró-Lula” e “pró-PT” e até mesmo “pró-Cuba”.
Até bem pouco tempo atrás seria difícil alguém acreditar que viveria
para ver a Globo ser chamada de “comunista”. Mas, no atual momento do
país, o impossível é um conceito desidratado pelo sem limites da
realidade política.
A esse clamor tem se juntado parte do fundamentalismo evangélico, concentrado numa parcela das igrejas pentecostais e neopentecostais,
que tem dado novos sentidos ao que chamam de comunismo. Desde que essa
parcela do evangelismo começou a crescer no país, a se articular como
força política no Congresso e a ter na TV um de seus principais meios de
proselitismo religioso (e também político), as escaramuças com a Globo,
por um lado, e as tentativas de aproximação da rede com lideranças
evangélicas, por outro, têm sido uma constante especialmente desde 2010.
É fundamental lembrar que a principal concorrente da Globo é, já há
algum tempo, a Record, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), do Bispo Edir Macedo.
A forma como é vista a maior rede de comunicação
do país por grupos muito diferentes entre si é crucial para compreender
o atual fundo do poço sem fundo
Como tudo, no Brasil atual, nada é simples. Muito menos previsível. Na tarde do sábado (25/11), a hashtag #GloboLixo
viralizou nas redes. Durante uma transmissão ao vivo, em que o repórter
informava sobre o estado de saúde de Michel Temer, que passava por uma
angioplastia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, um homem parou bem
atrás do repórter e começou a gritar: “Globo Lixo!”. A transmissão teve
de ser interrompida, e as redes sociais foram tomadas por todo o tipo
de comentário com #GloboLixo.
O curioso no episódio é que a hashtag foi usada por pessoas que em
todo o resto discordam de forma visceral. Embora a maioria claramente
pareça pertencer ao campo conservador, havia muitos ligados ao campo
progressista. A Globo era “#GloboLixo” por motivos muito diversos e até
mesmo opostos, unindo campos que têm se mostrado inconciliáveis no
cotidiano do país. Hoje, a Globo (assim como outros veículos de
comunicação) tem sido chamada de “lixo” também por grupos que até bem
pouco tempo atrás eram tratados por ela como a face nova e arejada da
democracia numa “cruzada contra a corrupção” ou como os jovens rostos do
liberalismo, o que não deixa de ser uma ironia.
Isso não significa que a Globo atingiu uma unanimidade negativa, mas
que este momento do Brasil se torna mais e mais complexo. E a forma como
é vista a maior rede de comunicação do país por diferentes grupos é crucial para tentar compreender o atual fundo do poço sem fundo.
A pecha de “comunista”, relacionada à Globo, é a mais desafiadora,
porque tão delirante quanto calculada. Até o Santander, um dos maiores
bancos privados do mundo, foi chamado de “comunista” durante o ataque à exposição QueerMuseu, em Porto Alegre, no qual a direção do centro cultural capitulou diante dos manifestantes. Chamar tanto o Santander
quanto a Globo de “comunistas” pode ser compreendido como uma falha
cognitiva desses acusadores. Mas este é um caminho fácil demais.
Uma pista importante é a ligação entre comunismo e temas morais neste
momento em que grupos estridentes, mas não necessariamente
representativos do pensamento da maioria dos brasileiros, como pesquisas
já mostraram, têm produzido ataques contra a arte, artistas e museus,
assim como episódios como a queima como “bruxa” de uma boneca com a cara da pensadora americana Judith Butler.
Comunismo, hoje, no Brasil, para alguns grupos, está muito mais
associado aos costumes. A tudo que, para estes grupos, representa
“aquilo que não presta”, categoria em que costumam colocar no mesmo
patamar a reivindicação de um direito civil, como o casamento gay, e um crime, como a pedofilia.
Neste mesmo sentido, algumas lideranças no campo da política, movidas
pelo oportunismo, popularizaram a frase “querem transformar o Brasil
numa Cuba”, como se essa fosse uma ideia real em circulação. Sem contar
que a Cuba de Fidel Castro
promoveu a perseguição e o encarceramento de gays e de lésbicas, uma
face que a tornou mais parecida com aqueles que repetem essa frase sem
noção.
O mais interessante desse processo é que a famosa ameaça do passado,
que se tornou um tanto anedótica, a do “comunista comedor de
criancinhas”, ganha uma literalidade de acepção sexual com o recente
fenômeno nacional de enxergar pedófilos em quadros, performances e
museus e acusar os autores das obras e os responsáveis pelas exposições
como propagadores não só da pedofilia, mas também do comunismo. Nessas
decodificações recentes que despontaram na sociedade brasileira, ser
comunista seria, em resumo: “Corromper nossas crianças, acabar com a
família brasileira, estimular a pedofilia e fazer todo mundo virar gay”.
Essas ligações não são novas, basta lembrar das marchas Da Família, com Deus e pela Liberdade,
marcadamente católicas, que precederam a ditadura civil-militar, em
1964, contrapondo-se à suposta “ameaça comunista”. Mas, no Brasil atual –
e na era da internet – isso aparece com nova roupagem e com novos atores e com muito mais virulência, o que torna tudo mais complicado.
Se a Globo é conservadora na linha editorial do
seu jornalismo, em seus produtos culturais aborda temas caros ao campo
progressista
Assim, não é apenas uma falha cognitiva ou uma deficiência
educacional ou ainda uma ignorância, já que nada mais distante do
comunismo do que a Globo ou o Santander. (E sem esquecer que tampouco o
comunismo é um conceito teórico fechado ou acabado nem suas experiências
reais foram menos do que controversas.) Mas, neste caso, trata-se também
de uma nova construção de sentidos, com pouca ou nenhuma conexão com o
conceito original de comunismo. Em vez de ser ridicularizada, essa
apropriação deve ser escutada, estudada e compreendida. Inclusive porque
cresce e porque tem influenciado o cotidiano do país.
Se a Globo historicamente é ligada a grupos políticos conservadores na linha editorial do seu jornalismo, capitaneado pelo Jornal Nacional,
em seus produtos culturais, especialmente nas novelas e minisséries, a
emissora traz temas importantes e caros ao campo progressista na área
dos costumes e da crítica social. Basta lembrar de novelas como O Bem-Amado, de Dias Gomes, ou séries como Malu Mulher, ambas em plena ditadura.
Após a redemocratização do Brasil, temas relevantes para o debate
progressista foram tratados pelas novelas, especialmente nos últimos
anos. Não apenas por vocação de seus criadores, é importante sublinhar,
mas também por pressão de grupos da sociedade cada vez mais articulados.
Sempre muito atenta aos sinais do país, a emissora contabiliza alguns
marcos, como a exibição integral no Fantástico do documentário Falcão: meninos do tráfico, feito por MV Bill e Celso Athayde, em 2006, assim como a aproximação com as periferias em programas como o Esquenta!, de Regina Casé. Mesmo no jornalismo, há programas de grande relevância, entre eles o Profissão Repórter, do excelente Caco Barcellos.
Nos últimos anos, a situação se complicou. Não apenas plataformas de streaming como a Netflix
passaram a disputar o público, fazendo com que muita gente substituísse
as novelas pelas séries, como também a Record, grupo ligado à Igreja
Universal do Reino de Deus, uma das mais poderosas evangélicas
neopentecostais do país, descobriu o filão das novelas bíblicas para
disputar a audiência em horário nobre.
Para ganhar o mercado é preciso capturar as almas. O cálculo é
simples: por que os evangélicos assistem às novelas da Globo quando
deveriam assistir às novelas da Record, uma TV que pertence a uma Igreja
Evangélica? Ou por que dar dinheiro à Globo, via audiência e
publicidade, se pode dar esse dinheiro para a Record e colaborar com o
enriquecimento da Igreja e de seus bispos?
A questão é como convencer os fiéis. Como a maioria dos brasileiros,
os evangélicos também se criaram assistindo às novelas da Globo. Sem
esquecer que as novelas da Globo atingiram o status de produto de
exportação no final do século 20 e marca cultural do Brasil. O filão
bíblico, com o marco de Os dez mandamentos,
novela da Record que ameaçou a audiência da Globo no mesmo horário,
ajudada pela ampla propaganda dos pastores, foi a forma encontrada. Mas
isso ainda não era suficiente, porque é difícil mudar velhos hábitos.
Nos últimos anos, o conteúdo das novelas da Globo vem sendo atacado.
Como as hienas, pastores ligados ao fundamentalismo evangélico foram
mordendo pelos flancos, fazendo as novelas da Globo sangrarem aos
poucos. Há pelo menos dois efeitos nesses ataques sistemáticos que se
iniciaram anos atrás: 1) para a Igreja Universal é positivo, porque
atrapalha a líder de audiência e faz com que aumentem as chances de
crescimento da audiência da Record, e especialmente a de suas novelas,
como a recentemente lançada com um nome sugestivo e personagens que
poderiam sugerir uma trama sórdida no Vaticano: Apocalipse;
2) para outras denominações, com destaque para setores da Assembleia de
Deus, é um instrumento de pressão para conseguir mais espaço para os
evangélicos e seus produtos na própria Globo, especialmente as
lideranças evangélicas inimigas do Bispo Edir Macedo, que não querem ver
a Record mais poderosa. Nem sempre (ou mesmo raramente) o que se diz em
público é o que se negocia nos bastidores. Com frequência os ataques
podem ser uma demonstração de força para sentar à mesa de negociações
com mais cartas altas para botar no centro.
A ofensiva culminante aconteceu semanas atrás, no lançamento da nova
novela das 21h, a principal da Globo, que estreou em outubro. O outro lado do paraíso,
folhetim que trata temas como violência doméstica, racismo e homofobia,
vem sofrendo uma ampla campanha de difamação que a torna, em grupos
evangélicos, uma “obra do demônio”. Mensagens delirantes com o título de
“Globo Demoníaca” pipocaram em grupos de WhatsApp os mais diversos:
“Não deixe sua família assistir à nova novela da Globo. Rede Globo
anunciou guerra contra os cristãos e estreou a novela que afronta a
família brasileira. Traições, pedofilia, sexo com animais, ritual
satânico, destruição da família, e muito mais na nova novela da Globo.
Escrita por um gay, a novela O outro lado do paraíso, da TV
Globo, está no ar de segunda à sexta. A novela gay promete atacar os
cristãos. A trama da nova novela das 9 vai mostrar um caso em que um
homem casado deixa sua família para ter um caso secreto entre dois
homens e um gay ‘que tem relação sexual com um bode’. A novela vai
trazer ainda o caso onde dois meninos de 8 começam a namorar na escola e
mostrará cenas de sexo entre duas crianças, incentivando nossos filhos a
fazerem o mesmo. Como se não bastasse, a novela deverá apresentar
rituais de magia negra, fazendo oferenda para demônios e quem assistir
vai estar automaticamente fazendo pacto com demônios e sua casa passará a
ser perturbada por entidades malignas. Avise para toda sua família, não
deixe seus parentes assistirem a essa novela!”.
Ou um vídeo com um pastor, supostamente da Assembleia de Deus,
gritando e fazendo associações entre nomes de novelas e de programas da
Globo com “Satanás” ou o “Capeta”. Termina vociferando: “Mas ainda
existe uma igreja na Terra que desliga a TV na hora da novela e já está
com o passaporte carimbado para a Nova Jerusalém. Deixa eu ver quem vai,
deixa eu ver quem vai... Não troque os versículos da Bíblia pelos
capítulos da novela!”.
É interessante perceber, neste vídeo, que a orientação é desligar na
hora da novela. Assim, na hora do noticiário, pressupõem-se que a TV
esteja ligada na Globo, o que é uma mensagem sutil. Em diferentes
regiões do país, vereadores e deputados que se apresentam como
evangélicos têm pregado contra a Globo em pronunciamentos nos espaços
legislativos, assim como pastores de algumas denominações em seus
cultos.
Os temas morais passaram a ser bandeiras de
ataques de outros grupos não identificados como religiosos, ampliando o
alcance da ofensiva moralista com fins políticos e de ocupação do poder
Também há ataques virulentos de lideranças evangélicas
fundamentalistas em vídeos disseminados no YouTube e replicados em redes
sociais. Nestes vídeos, as lideranças conectam-se com o discurso de
milícias como o Movimento Brasil Livre
(MBL), ligando pedofilia e política. Ou talvez seja mais preciso dizer
que as milícias de ódio da internet é que aprenderam com tais lideranças
evangélicas. Em frases supostamente em defesa das crianças, infiltram
termos como “esquerdopata”, assim como o nome do PT, fazendo uma ligação
com o olhar cravado nas barganhas de hoje, mas principalmente no que
podem conseguir em 2018. Terminam profetizando o fim da Globo. Não o
boicote apenas, mas o “apagamento”.
Se os ataques de grupos evangélicos fundamentalistas a novelas da
Globo já se repetem há alguns anos, o momento hoje é muito mais
delicado. Por várias razões: 1) temas morais passaram a ser bandeiras de ataques oportunistas
por outros grupos não identificados como religiosos, bastante
barulhentos e com poder de disseminação nas redes; 2) lideranças
evangélicas igualmente estridentes e que já atuavam nesta frequência se
associaram a essa campanha, ampliando uma atuação que já exercem há
muito, com fins políticos e de ocupação de poder; 3) com um governo e um
presidente acossados pela Lava Jato fazendo qualquer barganha para se
manter no Planalto e fora da cadeia, deputados identificados com o que chamam de “bancada evangélica”
têm ganhado cada vez mais força no balcão de negócios que se tornou
Brasília; 4) há uma eleição complicadíssima e imprevisível em 2018.
Quando a Globo defendeu a renúncia de Temer em
editorial, uma parcela dos brasileiros descobriu que a Globo pode muito,
mas não pode tudo
Havia uma crença um tanto generalizada de que a Globo era tão
poderosa que poderia fazer e derrubar presidentes. Não há dúvida de que
sua influência é enorme. Mas, quando o jornal O Globo denunciou a conversa comprometedora entre o presidente e Joesley Batista,
e todo o jornalismo da rede concentrou seu noticiário neste episódio,
ficou comprovado o óbvio: há forças igualmente poderosas no país e o
pensamento destes jogadores nem sempre está coeso. Há rachas no topo da
pirâmide. A Globo fez um editorial defendendo a renúncia de Temer, e ele
nem renunciou nem caiu. Uma parcela dos brasileiros só descobriu ali
que a Globo pode muito, mas não pode tudo. E esse fato não passou
despercebido em setores da sociedade muito diversos.
No início do mês, a Globo afastou rapidamente um de seus principais âncoras, William Waack, após a divulgação de um vídeo em que o jornalista fazia um comentário racista antes de entrar no ar. Meses atrás, demorou bem mais para afastar um de seus principais galãs de novelas, José Mayer, acusado de assédio sexual por uma funcionária. Mas o afastou. No campo das questões raciais, um tema cada vez mais presente no Brasil, a rede sofre ainda com o livro Não somos racistas – uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor (Nova Fronteira, 2006), de Ali Kamel, diretor geral de Jornalismo e Esportes da TV Globo.
O revés mais pesado para a maior rede de comunicação do país, porém,
talvez ainda esteja por vir, com a delação do empresário argentino
Alejandro Burzaco, ex-diretor da empresa de eventos esportivos Torneos y
Competencias. Em depoimento à Justiça dos Estados Unidos, ele afirmou que a TV Globo pagou propinas para conseguir direitos de transmissão de campeonatos de futebol. Em nota lida em seus telejornais, a emissora afirmou que “não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina”.
No sábado (25/11), o site de notícias UOL publicou que a procuradora geral da República, Raquel Dodge,
encaminhou para o Ministério Público Federal no Rio a representação,
com base nesta delação, feita por três partidos – PT, PDT e PSOL – de
que a Globo pode ter pagado propina
na compra de direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030,
além de jogos da Libertadores e da Copa Sul-América. Depende da decisão
da procuradoria do Rio abrir um processo de investigação sobre o caso –
ou não.
A Globo e os principais episódios da história recente do Brasil estão
entrelaçados de várias maneiras. Não há como entender o Brasil desde a
ditadura civil-militar até hoje sem compreender a atuação da rede em
suas múltiplas dimensões, em especial o telejornalismo, as novelas e a
cobertura esportiva. Nesse momento tão complexo e sujeito à aceleração, é
preciso prestar muita atenção em para onde vai aquela que ainda é a
mais poderosa rede de comunicação do país, assim como prestar muita
atenção em como a Globo lidará com os novos desafios, tudo isso
expressado em sua grade de programação e em seu conteúdo.
Com tantos sentidos em disputa, o anúncio feito por Luciano Huck afirmando que não pretende concorrer à presidência em 2018 deve ser uma notícia que a Globo estava ansiosa para dar.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site: desacontecimentos.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter: @brumelianebrum/ Facebook: @brumelianebrum
Nenhum comentário:
Postar um comentário