As possibilidades de guerra são muito distantes, como explicou o secretário de Estado Tillerson, bombeiro peculiar nesse fogo cruzado. Nem os aliados da Coreia nem os de Washington são favoráveis a facilitar um conflito armado. O comportamento de Trump, inativo diante de provocações anteriores, desmente suas verborreias. Mas, por mais distante que esteja a guerra hoje, há motivos para se preocupar com qual seria a atitude de Trump no caso de um risco real.
Kim Jong-un segue o roteiro previsto. Quer que a Coreia do Norte seja reconhecida como potência nuclear e se empenha em um desafio explícito e absurdo à comunidade internacional. O preocupante da última escalada verbal é a presença na Casa Branca um presidente que, ao contrário de seus predecessores, vem se deleitando em descer ao nível dele. Kim é um ditador que se comporta como tal em um regime despótico; Trump é o presidente de um país democrático, sujeito a regras. Seus apelos ao “fogo e à fúria” confirmam um descontrole narcisista e que o seu mandato está cheio de disparates perigosos.
A provocação e a definição dos Estados Unidos como inimigo externo fazem parte da estratégia da Coréia do Norte. Kim Jong-un sustenta quase toda a estrutura ditatorial do regime em uma suposta ameaça norte-americana. Mas nos últimos dias, desde que o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma nova rodada de sanções contra o regime norte-coreano, disparou-se uma escalada verbal ameaçadora e de tom apocalíptico que preocupa os mercados de investimento e os cidadãos de torno o mundo. Com sua retórica excessiva, Donald Trump disse que os Estados Unidos responderiam à próxima provocação de Pyongyang “com fogo e fúria jamais vistos no mundo”. A Coreia do Norte respondeu com a ameaça direta de atacar e “envolver em fogo” a base em Guam, a 3.400 quilômetros de distância, com seus mísseis balísticos.
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