Ouvi de você:
Cubra espaços,
preencha vazios.
Então, fui.
Haja veneno letal,
escorrida gota,
corroída parede,
derrubada coluna,
toda forma derretida
foi cavada trilha
de seu criado-mudo,
até cair.
Segui corrente
ígnea.
Destruí a hemácia
vadia.
Matei o leucócito
no cio.
no cio.
Cada molécula,
briga o veneno,
calcina.
Deixou pasta
que não passa do ralo,
acumulado no fundo,
não vencido gargalo.
Varrido tapete abaixo,
à tapa e cassete:
Fiquei.
Aí, sim,
depois de seco,
sei que
poderás contar comigo,
cobrir o buraco,
reboco de parede,
calço de cama quebrada,
livro que nunca leu.
Até morrer duas vezes
na sua mesa de cabeceira:
Duendes,
crucifixo,
e eu,
assim fala o Feng Shui.
Só assim descansaremos em
paz,
ao observarmos tudo que jaz,
até certo dia,
em que hei de amolecer,
virar novo veneno,
violado,
vazio,
voraz,
e vermelho.
Hei de sangrar sempre
ao ouvir de você,
pra descer rápido,
ácido escorrido,
ácido escorrido,
cavar,
corroer,
derrubar,
e cobrir
qualquer espaço vago,
que seja,
que seja,
do seu ego.
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