ter, 23/01/2018 - 12:24
Atualizado em 23/01/2018 - 12:35
Desembargador do TRF-4 entendeu, em caráter liminar, que Sergio
Moro pode se recusar a ouvir um réu que não tem provas do que diz.
Agora, defesa de Lula usa o mesmo argumento para desqualificar os
detratores do petista na sentença do tríplex
Jornal GGN - A defesa de Lula usou uma decisão
tomada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) no caso Tacla
Duran para pressionar os desembargadores a serem justos com o
ex-presidente no julgamento do caso triplex.
O desembargador João Gebran Neto, relator da Lava Jato, negou à
defesa de Lula um pedido para que Sergio Moro fosse obrigado a inserir
Rodrigo Tacla Duran na lista de testemunhas de defesa do petista.
Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, denunciou um suposto esquema
de cobrança de propina envolvendo os acordos de delação premiada em
Curitiba. Além disso, afirmou que os sistemas da Odebrecht de onde a
Lava Jato retira provas para ações penais foram manipulados durante a
operação.
Por conta das acusações, Moro negou 3 pedidos da defesa de Lula
para ouvir Tacla Duran, alegando que palavra de réu, sem provas de
corroboração, não merecem "crédito". Gebran, em decisão liminar, negou o
pedido da defesa de Lula.
O caso deve ser apreciado em colegiado. A Procuradoria que atua no
TRF-4 se manifestou, recentemente, contra ouvir Duran. Entre os motivos,
citou que ele é réu na Lava Jato e deveria apresentar provas do que
diz.
Na apelação final encaminhada aos 3 desembargadores que irão
revisar a sentença de Moro, os advogados de Lula usam o mesmo argumento
contra os delatores informais usados na sentença do triplex.
"(...) não há como conferir credibilidade às declarações de
Léo Pinheiro e Agenor Franklin, seja por terem inventado uma versão a
fim de confirmar a tese acusatória e obter benefícios, seja por terem apresentado elementos que não encontram ressonância na prova documental constante dos autos. Não é exatamente o que já se decidiu nessa Corte quanto aos pretendidos informes do advogado Rodrigo Tacla Duran? Ou aqui as coisas são diferentes?", dispararam.
Leo Pinheiro e Agenor Medeiros são ex-executivos da OAS que estavam
negociando acordo de delação com os procuradores de Curitiba quando
resolveram colaborar com a acusação no julgamento do triplex.
Léo Pinheiro disse a Moro que o apartamento foi um presente para
Lula. O dinheiro usado na reforma saiu da OAS Empreendimentos (braço do
grupo que não tem qualquer relação comercial com a Petrobras), mas
Pinheiro afirmou que "descontou" os valores de um "caixa geral de
propina" que mantinha com o PT.
Segundo Medeiros, nesse caixa virtual, a OAS teria depositado ao menos R$ 16 milhões ao PT.
Moro usou as delações informais sem provas correspondentes, afirmam os advogados de Lula.
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