Cresce, entre ativistas de todo o mundo, ideia de que não basta
denunciar governos. Transnacionais são o centro do ataque aos direitos. É
preciso enfrentá-las
Por Brid Brennan e Gonzalo Berrón | Tradução: Inês Castilho e Antonio Martins
Os
efeitos da atual crise do capitalismo tornaram-se mais manifestos
globalmente em 2016, provocando inesperadas reviravoltas políticas.
Contudo, as pessoas mais severamente atingidas pela atual crise
econômica escolheram, em sua maioria, apoiar figuras e posições
políticas [1] contrárias às formuladas durante anos pela esquerda
altermundista, também conhecida como movimento por justiça global. Em
parte, isso se deve ao fato de que, na primeira rodada de respostas ao
neoliberalismo na América Latina, as forças políticas progressistas
fracassaram [2] – seja por fraqueza ou por projeto – em desmantelar os
mecanismos que contribuem à consolidação do “capitalismo extremo”, hoje
globalmente hegemônico. Essa forma de capitalismo apresenta, somada às
suas contradições clássicas, “extrema concentração de riqueza e
tendência para extrema concentração de propriedade de corporações” [3],
como tipificado no processo monopolista via fusões e aquisições. É o que
vemos, quando seis das maiores corporações de agroquímicos e sementes
do mundo procuram fundir-se em apenas três megacorporações
(Monsanto-Bayer, Dow-Dupont e Syngenta-ChemChina).
Contudo,
vale notar que os movimentos da esquerda altermundistas não foram os
derrotados em 2016. Ao contrário, eles transformaram-se em forças
políticas efetivas e ascendentes: parcialmente convergindo em torno de
Bernie Sanders, Jeremy Corbyn e o Podemos, que emergiram como sinais de
esperança. O que foi definitivamente derrotado em 2016 é o que podemos
chamar de ‘neoliberalismo social democrata’. Como escreveu Naomi Klein:
“Foi a adesão dos Democratas ao neoliberalismo que deu a vitória a
Trump.”[4]
A
nova conjuntura internacional poderia encorajar uma nova onda
altermundista, fortalecida pelas lições das recentes derrotas, e
galvanizada pelas esperanças que inspirm uma oposição de esquerda contra
as tendências fascistas que emergem globalmente – tanto no Norte como
no Sul. Como William Robinson alertou profeticamente, em 2011, “o
contraponto ao fascismo do século 21 deve ser um contra-ataque
coordenado pela classe trabalhadora global. A única solução real para a
crise do capitalismo global é uma redistribuição maciça de riqueza e
poder – para a maioria pobre da humanidade. E a única maneira de iniciar
essa distribuição é por meio de uma luta transnacional em massa, a
partir de baixo”.[5]
O
debate atual no Comitê de Direitos Humanos da ONU (UNHRC, na sigla em
inglês) sobre a criação de um Tratado Relativo a Direitos Humanos e
Corporações Transnacionais e Outras Empresas oferece uma grande
oportunidade para confrontar os atores centrais da economia capitalista
global, hoje comumente referidos como “poder corporativo”, e contribuir
para a emergência de uma nova onda de ativismo antineoliberal. Essa
oportunidade foi criada em parte por meio das lutas alternativas à
globalização em processo, na quais a “Campanha para Desmantelar o Poder
Corporativo, Acabar com a Impunidade e Reconquistar a Soberania dos
Povos”[6] é uma protagonista. Essa campanha global reúne comunidades,
movimentos e organizações sociais afetadas de todos os continentes. Em
junho de 2014, mobilizações da Campanha e do Treaty Alliance (Aliança
pelo Tratado) [7] em nível nacional e em Genebra, tanto dentro como fora
do Conselho de Direitos Humanos da ONU, culminou num bem sucedido voto
para iniciar um processo formal de preparação de um tratado.[8]
Na atual conjuntura de lutas, áreas-chave do poder corporativo estão vulneráveis a golpes fatais
– que, junto com o processo do Conselho de Direitos Humanos, pode
contribuir para o avanço dessa onda emergente de luta por alternativas à
globalização. Eis alguns dos objetivos pelos quais lutar:
1. Fim da impunidade legal das corporações
Desde
o início dos anos 1980, a elite corporativa global começou um assalto
ininterrupto aos direitos humanos e interesses públicos. Essa ofensiva
tornou-se visível pela erosão da soberania dos Estados, o
desmantelamento do Estado de bem-estar social, a privatização dos
serviços públicos, a desregulação econômica, a liberalização do comércio
e dos investimentos e o estabelecimento da primazia dos direitos das
corporações e investidores sobre o direito dos povos.
Em
plano internacional, o livre comércio e os acordos de investimento, em
suas várias formas, combinam-se com as políticas da OMC, FMI e Banco
Mundial para oferecer a definitiva garantia de proteção ao capital. Sob o
regime dessas políticas, as corporações transnacionais (TNCs)
adquiriram direitos que vão além dos poderes dos Estados – o que tornou
possíveis mecanismos punitivos tais como Mecanismo de Resolução de
Disputas entre Investidor e Estado (ISDS, na sigla em inglês). Por meio
deles, as corporações podem processar os Estados exigindo bilhões de
dólares, enquanto os Estados não podem processar ou sancionar as
corporações. O mecanismo ISDS está em operação nas Américas desde o
início dos anos 1990, quando foi embutido no Capítulo 11 do Tratado
Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA, na sigla em inglês). Também é
agressivamente perseguido no Tratado Transpacífico (TTIP, na sigla em
inglês), Tratado de Livre Comércio entre União Europeia e Canadá (CETA) e
Parceria Transpacífica (TPP), assim como em outros tratados da “nova
geração”.
O
resultado dessa estrutura política tem sido a construção de uma
verdadeira arquitetura de legitimação e impunidade, que tem priorizado
os direitos dos investidores sobre os direitos humanos, ou seja, sobre
os direitos dos povos. Esse privilégio sem precedentes, a garantia de
que os direitos das corporações serão respeitados sem levar em conta os
efeitos de suas operações, é um dos pilares sobre os quais se baseia o
“capitalismo extremo”. É parte da fundação do hipertrofiado poder
corporativo – a Lex Mercatoria – que reina no mundo de hoje [9]. É sobre o princípio da primazia da norma corporativa que poderia tratar o tratado sobre a regulação das TNCs que a ONU está formulando.
Ao propor que os direitos humanos sejam colocados em seu legítimo
lugar, acima de qualquer outra norma da lei internacional [10], esse tratado poderá tornar
ilegais as arbitrariedades atuais permitidas pelos acordos de comércio e
investimento internacional, e identificar certas operações corporativas
como crimes internacionais.
2. Cortar a ligação entre poder econômico e democracia
A
crescente assimetria econômica entre corporações e Estados, e entre a
elite dos negócios corporativos e os outros cidadãos, hoje mais extremos
do que em qualquer outro tempo da história recente, é outra
característica que define o capitalismo contemporâneo. Essa assimetria
leva a sua expressão política, a “privatização da democracia”, e é
perpetuada por ela. Mecanismos de captura corporativa tais como
organizações lobistas, portas giratórias entre corporações e governos,
financiamento de campanhas eleitorais e outros canais legais e ilegais,
bem como corrupção operando nos níveis executivo, legislativo e
judiciário das democracias contemporâneas, transformam os maiores “bens
comuns” da sociedade em um mecanismo para beneficiar uns poucos. Susan
George se refere a isso como poder corporativo ilegítimo e irresponsável
e explica que “grupos de empresas de, digamos, Estados Unidos e Europa
reúnem-se para chegar a resultados que entendem ser do seu interesse
coletivo. “Chear a resultados” inclui resultados políticos, e a
capacidade de arrancá-los dos governos está crescendo inapelavelmente. Isso, para mim, implica uma séria ruptura da democracia” [11].
A
privatização da democracia coopta instituições criadas para o bem comum
e o interesse público, transformando-as em instrumentos para garantir e
aumentar os interesses privados daqueles que assumem o controle. Uma
plutocracia direta ou indireta, mais e mais escandalosa, exclui a
maioria das pessoas e produz nelas a apatia e desencantamento crescente
com a “democracia”. Vozes autoritárias e fascistas (de Trump a Marine Le
Pen) começaram a aparecer no palco global e são ecoadas no debate
público e representadas em vários parlamentos. Romper o elo entre poder
econômico e instituições democráticas é um dos objetivos do trabalho no
tratado da ONU. Isso será essencial, se os movimentos populares quiserem
conquistar a soberania dos povos, ou, como colocou W. Robinson, avançar
no caminho da “redistribuição poder”.[13]
A
captura corporativa está internacionalmente reproduzida nas
instituições da chamada “governança global” – um eufemismo que esconde a
natureza antidemocrática do sistema internacional manifesto na OMC, FMI
e Banco Mundial.
Essas
instituições estão totalmente capturadas pelos atuais interesses
econômicos das corporações que, hoje, ditam suas agendas e o
financiamento de seus programas internacionais. Essa tendência global
manifesta-se na transferência da governança, das “áreas de conflito
político” nos espaços intergovernamentais para espaços
“multi-stakeholder” (multi-investidores, acionistas, partes
interessadas). Eles são fortemente influenciados, quando não dirigidos,
pelos interesses do setor corporativo. Essa tendência vem sendo
agressivamente promovida pelo Fórum Econômico Mundial através de sua
política de “Global Re-design Initiative (Iniciativa de Re-desenho
Global, GRI)”, que promove a governança “multi-stakeholder” como sua
opção preferencial. Esta não é uma estratégia ad hoc – ela é na verdade
uma das principais estratégias promovidas pela classe de Davos, as
elites econômicas globais, em resposta à crise financeira de 2008 e
outras crises relacionadas a ela.[13]
A
abordagem multi-stakeholder já está bem avançada, especialmente em
relação ao nexo comida, nutrição e saúde – e um exemplo é a iniciativa
SUN (Scale Up Nutrition, ou Nutrição Aumentada), que reúne uma
significativa concentração de corporações, e uma agenda pautada pelo
setor privado. Além disso, esta tendência exclui aqueles que não
concordam, e ignora os espaços intergovernamentais de políticas
alimentares e nutricionais legitimamente estabelecidos, tais como o CFS, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a FAO.[14]
3. Acabar com a festa financeira
Uma
das máquinas centrais do capitalismo são hoje as finanças, a dimensão
mais globalizada da economia internacional. É bem sabido que o setor
financeiro domina o capital produtivo e que há bancos e fundos de
investimento de longe mais poderosos do que muitos Estados membros da
ONU. O sistema financeiro impõe uma lógica do lucro imediato, que
“seleciona naturalmente” os negócios mais lucrativos, gerando
padronizações de todos os tipos, extinguindo a diversidade (cultural,
gastronômica etc.) e despersonalizando decisões para evitar qualquer
conexão com e responsabilidade com relação às pessoas atingidas.
Como
aponta Sivanandan, operadores-chaves em mega escândalos bancários
rejeitam responsabilidade, como quando Bob Diamond, executivo-chefe do
Banco Barclay no período de manipulação da taxa Libor de juros,
transferiu responsabilidades para os “níveis inferiores” e pediu uma
moratória às desculpas dos banqueiros por seu papel na crise
financeira.[15]
O
poder das corporações financeiras está baseado em dois elementos chave.
Primeiro, a extrema desregulamentação, que permitiu a invenção de
infinitos “produtos” financeiros, multiplicando as oportunidades de
lucro enquanto eleva o risco geral para o sistema (como revelado pela
crise financeira de 2008). Segundo, a habilidade para a evadir impostos e
facilitar a evasão fiscal de terceiros (mesmo que por meio de práticas
criminosas, como lavagem de dinheiro). Em muitos países, nenhum imposto é
cobrado em transações financeiras ou operações na Bolsa, ou são
cobrados tributos proporcionais mínimos sobre os lucros gerados pela
especulação. Paraísos fiscais e acordos para evitar dupla tributação tê
servido, junto com soluções tecnológicas, como mecanismos centrais para
facilitar o movimento de capitais pelo planeta. Eles adquiriram
liberdade quase total para evitar impostos, esconder riqueza, explorar
trabalhadores, praticar “evasão salarial”[16] e especular com os bens de
países vulneráveis a financiamentos internacionais via pagamento de
juros exorbitantes e dívida extorsiva.
De
acordo com Walden Bello, foi preciso que a crise financeira global
desse outro golpe no neoliberalismo “ao varrer a Teoria da Escolha
Racional e a Hipótese dos Mercados Eficientes, que haviam sido a
vanguarda da globalização das finanças”. [17] Contudo, até o presente as
corporações bancárias conseguiram resistir a uma séria restruturação e a
uma regulação substantiva.
Se
queremos que as instituições financeiras trabalhem em benefício de toda
a população, é urgente insistir na redução do poder estrutural do
establishment financeiro no quadro do poder corporativo global,
promovendo, entre outras soluções, regulação financeira estrita,
abolindo os paraísos fiscais, eliminando acordos que eliminam a dupla
taxação e limitando o tamanho dos bancos e fundos.
4. Frear a mercantilização do conhecimento
As
patentes industriais – particularmente as farmacêuticas – são uma
estratégia favorita do capitalismo global para a apropriação selvagem de
enormes fatias da riqueza produzida pelos seres humanos. As
corporações, assumiram, especialmente nos últimos 40 anos, o papel de
estabelecer uma estrutura de leis nacionais e internacionais que arantem
o controle de patentes sobre descobertas científicas e tecnológicas. Os
que detêm as patentes beneficiam-se, em geral, de muitos anos de uso
exclusivo. Ou seja, mantêm exclusividade na produção e venda das produtos, a um preço lhes permitirá obter o máximo lucro possível.
A
concentração dos Direitos de Propriedade Intelectual e dos regimes de
comércio na Organização Mundial do Comércio (OMC) foi primeiramente
proposta pelo governo dos EUA, em favor das corporações
norte-americanas, sob forte oposição dos governos dos países em
desenvolvimento [18].
No
contexto deste regime internacional, as corporações que controlam as
patentes (que têm seus efeitos expandidos na nova geração de acordos de
“livre” comércio) não levam em conta se os preços dos medicamentos.
Privam, por exemplo, os pacientes de baixa renda do acesso a tratamentos
contra a AIDS ou a Hepatite C. Ritira-se dos camponeses o direito de
produzir suas próprias sementes. Evita-se acesso a tecnologias que
poderiam contribuir para enfrentar problemas como a mudança climática e a
fome.
O
regime das patentes e a mercantilização do conhecimento são hoje a base
para a acumulação de capital em muitos setores econômicos:
comunicações, energia, saúde, medicamentos, alimentação, transporte e
tantos outros. Interromper este processo contribuiria para desmantelar o
poder das corporações. Também audaria a promover o bem-estar das
sociedades. Se o regime de patenes das corporações desempenhou, em algum
momento do passado um papel na aceleração do desenvolvimento
tecnológico, isso deixou de ocorrer [19]. Ao contrário: de maneira
geral, os Estados investem, por meio das instituições públicas, muito
mais pesadamente que o setor privado, gerando as condições que tornam o
progresso tecnológico possível. Não há razões válidas para transformar
de maneira tão absurda os recursos públicos em lucros privados.
5. Cortar o acesso das corporações aos bens comuns da natureza
Estabelecer
definitivamente o caráter público da natureza e administrar seu uso em
favor do bem comum, cortando o acesso restrito das corporações à
mineração, energia e produção de alimentos parece ser um objetivo óbvio.
No entanto, na prática, os artifícios de propaganda e coptação do senso
comum pelos interesses econômicos transformam tal mete em algo pelo
qual somos obrigados a lutar.
Um
mundo sob risco iminente de desastres climáticos e ambientais exige
decisões urgentes para acabar com o extrativismo selvagem que se
encontra por trás de tantas crises ambientais – a devastação dos
oceanos, mares e rios; o envenenamento dos solos e das florestas; a
corrosão da biodiversidade. A solução para estas crises não está nas
mãos daqueles que desprezam a lógica dos bens comuns e perseguem a do
lucro. Thomas Berry propôs “estruturas leais e decisões políticas
conscientes de que o caminho para o futuro não passa pelo
desenvolvimento industrial incessante [20]. Como tantos movimentos pela
justiça climática enfatizam, as soluções de mercado são falsas e não
pdem oferecer uma resposta para a devastação do ambiente.
Só
uma proteção da natureza pública e participativa pode reverter a marcha
rumo ao colapso em que a humanidade se encontra. Só ela pode estabelece
um limite real, por exemplo, à ação das companhias petrolíferas e às
corporações do agronegócio e da mineração – que acumularam podere
econômico e político para bloquear os avanços civilizacinais
indispensáveis para a sobrevivência de nossa espécie. Esta visão –
desenvolvida na Declaração de Marrakesh construída pela Via Campesinas e
outros movimentos sociais durante a COP 22 – percebe que “a implantação
de alternativas, de outras soluções voltadas a acabar com a lógica
arrogante do capitalismo, só pode tornar-se real se articular lutas
nacionais e globais, até que o balanço de poder penda em favor dos povos
[21].
Acabar om a captura da natureza pode ser outro glope fatal contra o poder das corporações.
Ao menos cinco ações: táticas e estratégia para uma segunda rodada do altermundismo
Há
sinais de que os povos do mundo estão, cada vez mais, exasperados com
as violações praticadas pelo poder corporativo, a impunidade e a
arrogáncia com a qual os instrumentos democráticos foram capturados. O
desafio desta segunda onda de altermundismo é organizar e fazer
convergir estratégicas capazes de impor ao menos estes golpes contra o
poder das corporações; é, além disso, passar das resistências à prática
de alternativas. É significativo que o caminho para esta ação esteja
aberto com o processo do Tratado sobre as Corporações Transnacionais, no
Comitê de Direitos Humanos da ONU. Trata-se da maior oportunidade que
temos hoje para dar um passo na direção de um mundo justo e sustentável.
* Brid Brennan e Gonzalo Berron são membros da equipe do projeto sobre Poder das Corporações no Transnationa Institute (TNI).
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[1] O blog de Michael Moore, (2016) explica por que a cólera de tantos contra a ruptura do sistema político resultou em milhões de votos para Trump http://michaelmoore.com/trumpwillwin/
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[1] O blog de Michael Moore, (2016) explica por que a cólera de tantos contra a ruptura do sistema político resultou em milhões de votos para Trump http://michaelmoore.com/trumpwillwin/
[2] Emir Sader (2011) The New Mole: Paths of the Latin American Left , Verso New Delhi – “a
direita recuperou sua capacidade de contra-ofernsiva e de sabotar a
rejeição dos governos progressistas ao ‘livre’ comércio e a outras
políticas do neoliberalismo” p.147
[3] Gonzalo Berrón e Lus González, “A privatização da Democracia. Um catálogo da captura corporativa no Brasil”, Vigência!, São Paulo, 2016 Pg. 10. http://www.vigencia.org/catalogo/vigencia-2016/
Ver também referência a Vitali S, Glattfelder, JB, Battiston, S (2011) The Network of Global Corporate Control
Ver também referência a Vitali S, Glattfelder, JB, Battiston, S (2011) The Network of Global Corporate Control
[4] Naomi Klein, https://www.theguardian.com/commentisfree/2016/nov/09/rise-of-the-davos-class-sealed-americas-fate, the Guardian, 9/11/2016.
[5] ver William Robinson (2011) http://www.aljazeera.com/indepth/opinion/2011/04/201142612714539672.html
[5] ver William Robinson (2011) http://www.aljazeera.com/indepth/opinion/2011/04/201142612714539672.html
[8] Open Ended Intergovernmental Working Group (OEIGWG) foi designado e mandatado em 24/6/2014, em votação do Comitê de Direitos Humanos da ONU (UNHRC), para
desenvolver um instrumento legal de cumprimento obrigatório sobre
Corporações Transnacionais e outras empresas, em relação aos Direitos
Humanos http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/HRC/WGTransCorp/Pages/IGWGOnTNC.aspx
[9] Ver o Capítulo 1: The International Peoples Treaty on the control of Transnational Corporations http://www.stopcorporateimpunity.org/wp-content/uploads/2016/11/PeoplesT…
[10] Maurice De Zayas (2016)
Report of the Independent Expert on the promotion of a democratic and
equitable international order – see Chapter IV-Primacy of the
International Human Rights Treaty regime
[11] Susan George (2014) The State of Corporations – The rise of illegitimate power and the threat to democracy https://www.tni.org/sites/www.tni.org/files/download/state_of_corporatio…
[12] Ibid Robinson
[13] Ver, de Harris Gleckman “Multi-stakeholderism: a corporate push for a new form of global governance ” 2016 https://www.tni.org/en/publication/multi-stakeholderism-a-corporate-push-for-a-new-form-of-global-governance
[14] Flávio Valente https://www.tni.org/en/article/nutrition-and-food-how-government-for-and-of-the-people-became-government-for-and-by-the
[15] Sivanandan, A (2013) The market state vs the good society, Race and Class Institute of Race Relations, Vol.54(3): 1-9 London http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/0306396812464009
[16] O relatório “The Bermuda Connection: Profit Shifting, Inequality, Unaffordability at Lonmin 1999-2012″ (Forslund, Dick AIDC, 2015) expõe o papel da companhia mineradora Lonmin na
evasão de salários, ou seja, mostra como a companhia deixou de
responder às reivindicações salariais dos mineiros alegando problemas
econômicos que na verdade serviram de pretexto para transferências
ilegais de lucros ao exterior. http://aidc.org.za/download/Illicit-capital-flows/BermudaLonmin04low.pdf
[17] Walden Belo (2016) Revisiting the Lessons of the Battle of Seattle and its aftermath
[18] C.M. Correa
(2016) Innovation and the Global Expansion of Intellectual Propoerty
Rights: Unfulfilled Promises
southcentre.int/wp-content/uploads/2016/08/RP70_Innovation-and-IP-Unfulfilled-Promises_EN.pdf
[19] Ibid p. 26 Correa cita
pesquisas que apontam os problemas provodados pelo regime de
propriedade intelectual nos países desenvolvidos. Ela argumenta que “se a
propriedade intelectual não funciona nos países desenvolvidos, ao
contrário do que é geralmente aleado por seus defensores, a situação só
pode ser pior nos países em desenvolvimento, que têm estruturas frágeis
de Ciência e Tecnologia, escassez de capitais de risco e perfis de
produção não sofisticados. Eses países estão hoje pagando o preço de um
sistema que serve primariamene com plataforma para extrair rendas de
privilégio (na forma de pagamentos de royalties e preços altos) e faz
muito pouco para promover a inovação local e o desenvolvimento
econômico”.
[20] Berry, Thomas In Introduction, Cullinan Cormac Wild Law, (2001) 2nd edition Siber Ink, Capetown
[21] Ver
a Declaração de Marrakesh contra a Cúpula das Falsas Soluções e por um
Futuro Justo e sustentável para Todos os Povos, novembro de 2016. https://viacampesina.org/en/index.php/actions-and-events-mainmenu-26/-climate-change-and-agrofuels-mainmenu-75/2213-marrakech-declaration-against-the-summit-of-false-solutions
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