Um minuto antes do fim
meu avô disse que sim
e o preto velho encantado
finalmente entrou na roda.
finalmente entrou na roda.
E me riu pisando firme
qual mateiro destemido
dando de lado
sorrateiro,
mas nunca dado como vencido
mas nunca dado como vencido
A poeira levantou dançarina
naquele bambuzal
arredio.
Gingando-se de rei
engonçado
saudou
saudou
enquanto a grita das
velhas
fazia das aves um transe
cediço,
cercando o fogo num
assobio
A palma falou tão alto
quando o velho
alquebrado
deu a mão de rei
ao santeiro com mãos
de menino
Daí a poeira dançou nos pés castiços
eternos tal qual arvore seca
medrando a
criança mestiça,
fez dela pra sempre o eixo da
Terra
Daquela água pura de vitória régia
sob o encanto da
velha harpia
Chamou para o fogo, e ele
foi.
“Sem medo garoto!”
O rosto crispado eleva
um
Okê Arô ao velho
descalço
com rosto de pedra
olhos de fogo
alma de Luz
Até que do nada
Eis alma inaugurada
Quando a poeira chovia
sob a criança lavada de fogo
O mundo rodado infinito
pelo som da harpia
do nada acabou.
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