Além
da Palma de Ouro, “A forma da água” pode ganhar prêmos de filme,
direção e roteiro original, em Hollywood. Trajetória de um grupo de
cineastas mexicanos rumo à consagração no mundo da cultura pop
Por Ric Peruchi
Três
amigos mexicanos, os cineastas Alfonso Cuarón, Alejandro Iñárritu e
Guillermo del Toro, trouxeram uma nova onda autoral ao cinema
norte-americano e se tornaram um símbolo de oposição à política
anti-imigração de Trump. Hoje são cinquentões desfrutando o auge do
sucesso no coração da indústria do entretenimento.
“The 3
amigos”, como foram apelidados no meio, começaram a fazer cinema em seu
país de origem, de olho em Hollywood, entre os anos 80 e 90. Seu “El
Dorado” só poderia ser o Oscar. A trajetória rumo ao reconhecimento
definitivo levaria cerca de três décadas.
Alfonso Cuarón tem dois
prêmios da Academia em sua estante e Alejandro Iñárritu, quatro e um
prêmio técnico! Um deles ainda espera pela cobiçada estatueta banhada a
ouro. E, neste 2018, parece ter chegado a vez de Guillermo del Toro.
Mas,
antes de falarmos sobre as possibilidades do último dos amigos sem um
Oscar, vamos discutir como esse grupo chegou ao pódio e levou consigo
outros conterrâneos para atravessar a fronteira direto ao tapete
vermelho da maior festa do cinema.
A honestidade brutal e o quarto amigo
O
sucesso compartilhado teve muito a ver com seu modo conjunto de atuar.
Nunca se permitiram condescendência com seu ofício e criaram um modelo
próprio de colaboração, baseado em amizade, lealdade, ajuda mútua,
aprimoramento técnico e o que eles mesmos chamam de “honestidade
brutal”, com o trabalho do outro e em relação a si mesmos. É
inegavelmente uma bela fórmula.
Para que a história esteja
completa, falta introduzir outro personagem. Antes do trio, alguém que
podemos chamar de o quarto membro do grupo já estava dando seus passos
na América – o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki (“El Chivo”). Ele e
o cineasta Alfonso Cuarón se conhecem desde a adolescência, foram
colegas na Universidade Nacional Autónoma do México e trabalharam juntos
(mas não exclusivamente) desde o início de suas carreiras.
Afonso
e Emmanuel começaram profissionalmente na televisão mexicana, na década
de 80, ao lado de Guillermo del Toro. Os três participaram da série de
terror “Hora marcada” (1989-1990). Nas sincronicidades da História, na
mesma época, Alejandro Iñárritu também andava pela Televisa, como
diretor. Ele tinha começado sua carreira nos anos 80, atuando em rádio e
colaborando com trilhas para filmes mexicanos.
Verdadeira paixão
O
cinema era a paixão verdadeira do grupo e iriam persegui-la. Em 1991,
Cuarón lança seu primeiro longa, “Amor em tempo de histeria” (“Sólo con
tu pareja”), com fotografia do Chivo. O sucesso foi modesto, mas o
trabalho de ambos não passou desapercebido.
No ano seguinte,
Lubezki emplacou outro longa de visibilidade e outra notável realização
em fotografia com “Como água para chocolate”, de Alfonso Arau, indicado
ao Globo de Ouro como filme estrangeiro. Foi o suficiente para garantir
sua estreia nos EUA, marcada por trabalhos como a produção independente
“Cash – Em Busca do Dólar” (“Twenty Bucks”), de 1993, hoje um cult movie, e sucesso garantido em nossa Sessão da Tarde.
Pouco
a pouco, deslanchou uma sólida carreira em colaboração com grandes
diretores, mas sem se desgarrar do bando de mexicanos, especialmente de
Cuarón e Iñárritu, que ainda era um projeto de cineasta nessa época.
Iñárritu abrira sua própria produtora em 1991, a Zeta Films, mas com
foco em publicidade e televisão. E essa foi sua base para o cinema. Seu
primeiro curta, “Detrás del dinero”, foi feito para as telinhas, em
1995, em parceria com o roteirista Guillermo Arriaga, outro mexicano de
quem teríamos notícia mais tarde.
Atravessando a fronteira
Não
demoraria até Cuarón também cruzar a fronteira, seguindo os passos de
Lubezki. Justamente em 1995, dirigiu “A princesinha” (“The little
princess”), com fotografia de seu parceiro, claro. Sua estreia na
América despertou o interesse da Academia e valeu duas indicações ao
Oscar (direção de arte e fotografia, a primeira do comparsa).
A
colaboração seria seguida por “Grandes esperanças” (“Great
expectations”), uma adaptação de Charles Dickens, de 1998, que a dupla
odiou como resultado. O filme é bem ruim mesmo, mas o elenco incluiu
nomes em ascensão, como Ethan Hawke, Gwyneth Paltrow e Chris Cooper, e
atores consagrados, como Robert De Niro e Anne Bancroft. As bilheterias
não desapontaram. Tudo certo e caminhos abertos!
Foi nesse mesmo
período que outro membro do bando também fez sua estreia nos EUA, depois
de estudar efeitos especiais com Dick Smith, o mago responsável por “O
poderoso chefão” e “O exorcista”. Guillermo del Toro foi contratado pela
Miramax para realizar uma ficção científica chamada “Mutação”
(“Mimic”), lançada em 1997 e estrelada por Mira Sorvino, que vencera o
Oscar de melhor atriz. Não despontou!
De volta para casa
Iñárritu,
depois de estudar cinema no Maine e em Los Angeles, permanecia no
México, mas revelou o caminho a seus conterrâneos: fazer sucesso de seu
quintal para o mundo e dali catapultar a si mesmo e a outros
conterrâneos para a consagração na América. A colaboração iniciada com o
roteirista Guillermo Arriaga permitiu reunir três dessas histórias como
base para a realização de seu primeiro longa-metragem para as telonas.
Lançado
em 2000, “Amores Perros” (“Amores brutos”) foi indicado ao Oscar de
melhor filme estrangeiro representando o México. O filme projetou Gael
García Bernal, era também seu longa de estreia. A produção ainda
lançaria os holofotes para dois outros mexicanos que se sairiam muito
bem em Hollywood – o cineasta Rodrigo Prieto (que já recebeu duas
indicações ao Oscar) e o compositor Gustavo Santaolalla (que já venceu o
Oscar duas vezes), além de Arriaga como roteirista.
Também de
volta às origens, Del Toro desengavetou um projeto que escreveu quando
ainda estava na faculdade. Quando Almodóvar viu seu filme de estreia
“Cronos”, de 1993, em exibição no festival de Miami, o procurou
afirmando querer produzir seu próximo trabalho. Teve de esperar pelo
terceiro filme, uma vez que, como dissemos, o mexicano seria contratado
pela Miramax para seu segundo trabalho e sua estreia na indústria.
“A
espinha do diabo” foi lançado em 2001. Era uma coprodução
México-Espanha. Tinha a assinatura da Deseo, produtora de Almodóvar, e
um jovem em ascensão por trás das câmeras. Era um projeto autoral de
baixo orçamento que não foi bem nas bilheterias, mas fez uma boa
carreira nos festivais e conquistou a crítica, o suficiente para chamar a
atenção para o trabalho de Del Toro, que logo seria convidado para
rodar a sequência de “Blade”, com Wesley Snipes, Kris Kristofferson e
Ron Perlman.
Cuarón e Lubezki decidiram também retornar às
origens e fazer os filmes que queriam, quando ainda eram estudantes.
Foram buscar inspiração em casa. “Y tu mamá también” (“E sua mãe
também”) estreou no México em 2001 e foi lançado comercialmente nos EUA
no ano seguinte, permitindo que recebesse uma indicação ao Oscar para
melhor roteiro original (para Afonso e seu irmão mais novo Carlos). O
filme contava também com Gael García Bernal e com outro ator
conterrâneo, que ganharia espaço com esse trabalho – Diego Luna.
Era uma vez na América
Iñárritu,
que chegou por último e conquistou antes, avançava. Sua estreia e
indicação abriu as portas dos Estados Unidos. Em 2003, veio com “21
gramas”, repetindo a bem-sucedida parceria com Arriaga. Ele estava no
lugar certo, na hora certa e aproveitou cada oportunidade.
Era um
filme de relativo baixo orçamento, mas que rendeu indicações ao Oscar
para Benicio del Toro e Naomi Watts. Nada melhor do que uma obra que
destaca o trabalho de grandes atores para fazer barulho. Oficialmente
todo o mundo estava interessado em seu trabalho, incluindo intérpretes
de peso.
Iñárritu nunca abriu mão dos projetos autorais ou da
autoralidade nos projetos, se preferir. Nesse sentido, tem sido o mais
radical dos amigos.
Neste ponto da história, Guillermo del Toro
trabalhava como diretor contratado dos grandes estúdios, responsável por
blockbusters como “Blade II” (2002) e “Hellboy” (2004). Cuarón, no
mesmo caminho, deu um salto ao ser convidado para dirigir “Harry Potter e
o Prisioneiro de Azkaban” (2004), afinal era uma das grandes apostas
comerciais do ano. O longa foi indicado aos Oscars de efeitos especiais e
trilha sonora. Os amigos estavam mesmo destinados aos holofotes.
Um ano inesquecível
A
Guillermo del Toro faltava chamar a atenção da Academia, o que não
demoraria muito. A fábula de baixo orçamento “O labirinto do fauno” (“El
laberinto del fauno”), de 2006, o consagrou de uma forma que nenhum dos
três amigos experimentara. A produção foi sucesso de público e crítica,
faturou a indicação como melhor filme estrangeiro e cinco outras,
incluindo roteiro original para o cineasta. Levou três prêmios: direção
de arte, maquilagem e fotografia.
O bando continuava a introduzir
mexicanos em Hollywood. Guillermo Navarro foi o diretor de fotografia
premiado pelo longa. Ele já tinha trabalhado com outro conterrâneo, o
amigo de Tarantino e diretor de “Um drink no inferno”, Robert Rodriguez.
E já colaborara com del Toro, em sua terra natal, em “Cronos”, longa de
estreia do diretor, e, nos Estados Unidos, em “Hellboy”.
O
longa, apesar de fantasioso e onírico, tem como pano de fundo o
totalitarismo do regime franquista na Espanha, em 1944, quando a
resistência ainda o combatia. Muita gente achou que o “O labirinto do
fauno” merecia mais.
Desde então, Guillermo, mesmo sem seu Oscar,
ficou conhecido como um mago do gênero fantasia, convidado para
participar da equipe central de roteiro de toda a trilogia Hobbit, de
Peter Jackson. O feito reforçou sua carreira para dirigir grandes
produções, como a sequência de “Hellboy” e “Pacific Rim” (“Círculo de
fogo”), uma produção com orçamento de quase 200 milhões de dólares e que
rendeu muito bem nas bilheterias.
Também em 2006, com “Filhos da
Esperança” (“Children of Men”), Cuarón dá mais um passo. Era uma
superprodução, com elenco e orçamento de peso (e, claro, fotografia de
Lubezki). Recebeu indicações em roteiro, edição (ambas para Cuarón) e
fotografia (Lubezki). O filme virou cult, mas saiu sem os
prêmios. No entanto, a dupla revolucionou algumas técnicas de filmagem e
isso tem um peso enorme. A indústria arregalou os olhos.
No
mesmo ano, Iñárritu voltou à tona com “Babel”, com Brad Pitt e Cate
Blanchett. Sete indicações ao Oscar, incluindo melhor filme. Ele foi o
primeiro dos três amigos (e o primeiro mexicano na História) a ser
indicado como diretor. O filme conseguiu ainda uma menção para a
desconhecida atriz mexicana Adriana Barraza, com quem já trabalhara em
seu primeiro filme. Nesta sua terceira aparição na festa do Oscar,
Alejandro já deixava de ser mais um latino talentoso para se tornar um
dos mais destacados cineastas em atividade no mundo.
Três mexicanos no Oscar
2007
foi um ano agitado para os amigos. Naquela festa do Oscar, Iñárritu,
Cuarón e Del Toro brilharam lado a lado. Não eram mais casos isolados de
realizadores talentosos, mas um grupo coeso de mexicanos que estavam
conquistando a América. As produções dos dois primeiros saíram
premiadas, mas nenhum deles levou o Oscar para casa. A sede aumentava!
Era hora de parar de duelar entre si pelos prêmios e criar uma
estratégia vencedora, em campanha conjunta.
Fato é que, a essa
altura, “os 3 amigos”, e também Lubezki, já eram nomes conhecidos e
respeitados pela indústria, pelos cinéfilos e figuras celebradas nos
festivais, bem como eram realizadores relativamente conhecidos, mas
faltava-lhes o Oscar e, em Hollywood, a estatueta dourada ainda é o
grande divisor de águas, tanto para artistas quanto para fabricantes de
grandes bilheterias. O prêmio é quase como uma patente, quanto mais
indicações, maior o ranking, mas, no final, só vale a conquista.
Tolice
dizer que eles não queriam e que não se prepararam para seu “El
Dorado”. Desde então, não fizeram mais produções ou campanhas
concorrentes no mesmo ano de suas apostas individuais. Se isso não foi
um trabalho articulado, é muita coincidência.
Sempre de volta às
origens e em bando, os três amigos decidem lançar, ainda em 2007, com
sede no México, uma produtora para financiar outros projetos e trabalhos
autorais – a Cha Cha Cha Films. O primeiro longa marcaria a estreia de
Carlos Cuarón, irmão de Alfonso, na direção, com “Rudo e Cursi”. Não
causou muita comoção, para não dizer nenhuma.
Em 2010, a Cha Cha
Cha trouxe “Biutiful”, dirigido por Iñárritu”, que não só representou o
México no Oscar do ano seguinte, mas também rendeu uma indicação a
Javier Bardem. Hollywood acompanhava cada movimento do cineasta, que
tinha ficado alguns anos sem rodar nada além de um segmento para “Cada
um com seu cinema”, período em que produziu dois longas de outros
diretores.
Está chovendo Oscar, mamacita
Em
2013, nova investida de Cuarón – “Gravidade” (“Gravity”) – rumo ao
Oscar. Adivinhem? Nenhum dos outros amigos lançou longa naquele ano. A
obra emplacou dez indicações e conquistou sete estatuetas. O jejum
estava quebrado. Um dos três amigos era um diretor com Oscar na mão.
Dois, na verdade, pois levou também por edição.
“12 anos de
escravidão” (“12 year a slave”) levou a melhor na categoria principal,
mas ainda assim o gosto foi de vitória. Afinal, seu amigo de longa data,
o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, também ganhou seu primeiro
troféu careca. Curiosamente, uma intérprete mexicana venceu pela
primeira vez a estatueta naquele mesmo ano: Lupita Nyong’o.
No
ano seguinte, foi a vez dos amigos focarem em Iñárritu e seu “Birdman”.
Deu certo novamente. Nove indicações, quatro vitórias, três na estante
do mexicano – filme, direção e roteiro original. Opa! Que beleza! Dois
dos três amigos já tinham feito o percurso rumo à consagração
definitiva. E nova vitória de Lubezki!
Iñárritu queria mais e
lançou “O Regresso” (“The Revenant”), em 2015. Resultado: 12 indicações e
três estatuetas, incluindo sua segunda como diretor. Teve ainda a
consagração de Leonardo Di Caprio e uma acachapante conquista de três
anos consecutivos para Lubezki, um triunfo mexicano sem precedentes nas
cerimônias de 2014, 2015 e 2016.
Guillermo del Toro até lançou “A
colina escarlate” (“Creamson peak”) naquele mesmo ano, mas era um filme
de época, com pitadas de suspense, terror e romance e, afinal de
contas, Iñárritu já estava garantido e o material não tinha cara de
Academia.
O último dos mexicanos
Chegamos
a 2017 e ainda falta o Oscar de Guillermo del Toro. Agora é a vez dele!
Cuarón e Iñárritu fora do páreo, como de praxe. Para dizer toda a
verdade, Iñárritu vem de uma onda tão boa que acaba de levar um prêmio
técnico da Academia. Com “Carne y Arena”, criou uma instalação em vídeo
que usa a realidade virtual para narrar histórias de refugiados e essa
realização foi reconhecida.
Del Toro chega por último, mas de
forma arrebatadora. Sua fábula “A forma da água” (“The shape of water”),
depois de levar a Palma de Ouro em Veneza, conquistou surpreendentes 13
indicações ao Oscar, que incluem três chances de prêmio para o
realizador – filme, direção e roteiro original.
O pano de fundo
novamente é político o filme se passa durante o auge da Guerra Fria e
exibe uma história de paixão entre seres de espécies diferentes, nada
mais provocador e contemporâneo, em tempos de intolerância e segregação.
Os
prognósticos não poderiam ser melhores. O cineasta já levou o prêmio do
Sindicato dos Diretores de Hollywood, a melhor prévia para a categoria
de direção. Para se ter uma ideia, nos últimos 20 anos, os resultados
não coincidiram apenas três vezes. Ele também arrecadou o cobiçado
prêmio do todo-poderoso Sindicato dos Produtores.
Mariachis e piñata
Em
um ano em que as mulheres tiveram grande protagonismo e o Oscar ainda
não lhes fez justiça (somente uma diretora venceu até hoje: Katryn
Bigelow), Greta Gerwig desponta por seu “Lady Bird”, como a quinta
mulher indicada na categoria, compondo o quinteto com Lina Wertmuller,
Jane Campion e Sofia Coppola.
Normalmente essa seria a narrativa,
no entanto, mesmo assim, tudo indica que nada poderá deter Guillermo
del Toro de levar seu Oscar para casa. Seu longa também é o favorito
para o prêmio principal, mas esta já é outra história. Em tempos do
governo Trump anti-imigração, 2018 terá mais uma noite mexicana no
Oscar?
Há uma possibilidade de o prêmio principal não ser seu,
dados os resultados nos últimos dois anos, em que diretor e filme foram
para produções distintas, esnobando favoritos. Tudo pode acontecer em
premiações escolhidas por seus pares.
Seus principais
concorrentes são “Três anúncios para um crime” (“Three Billboards
Outside Ebbing, Missouri”), sendo que seu diretor Martin McDonagh ficou
fora da disputa, e “Dunkirk”, filme de guerra do celebrado Christopher
Nolan, indicado pela primeira vez como diretor. Ainda há o risco de
alguma produção independente surpreender a todos e sair como melhor
filme, como já ocorreu. A Academia, de alguma forma, vem se renovando,
olhando para produções independentes, mas também para realizadores
capazes de inovar, como é o caso de Del Toro.
Antes de
terminarmos, uma lenda curiosa. A estatueta dourada teria sido esculpida
a partir de uma foto do mexicano Emilio Fernández, que pousou nu,
segurando uma espada. A atriz Dolores del Rio, que viria a ser sua
esposa, teria recorrido a ele quando o chefe do departamento de arte da
MGM, Cedric Gibbons, disse estar à procura de um modelo em 1928. No ano
seguinte, nascia a peça art déco, com a ajuda do escultor
George Stanley. Ela só seria apelidada de Oscar a partir do final dos
anos 1930. Ou seja, há sempre o chiste de que a estatueta é mexicana
desde o início e que uma hora faria seu retorno para casa.
Se
depender da Disney, o tema da festa da Academia deste ano será
definitivamente o México. A animação da Pixar “Coco” (“Viva: a vida é
uma festa”), inspirada na celebração do “Dia dos Mortos”, chega como
favorita, assim como sua canção-tema “Remember me”. A festa será
completa em ritmos latinos com Guillermo del Toro consagrado, fazendo do
muro de Trump uma “piñata”?
Quem viver verá! No próximo 4 de março saberemos.
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