Enviado por Andre Araujo sex, 02/02/2018 - 18:11
É possível crescer 20% em dois anos
por André Araújo
Uma brutal manipulação de análise montada pela mídia econômica
permitiu que a recessão que se mantém no Brasil há quatro anos seja
vista como no caminho da solução.
Erros pontuais foram cometidos pela ex-Presidente Dilma em vários
setores sem que fossem eles determinantes para a atual recessão. Erros
evidentes na condução da politica energética não tiveram o poder de
jogar para o abismo a economia, foram erros setoriais sem impacto macro
na politica econômica cujos erros de condução estavam no Banco Central.
O que provocou a recessão foi o manejo da politica monetária pela
dupla Joaquim Levy-Alexandre Tombini que propositalmente jogaram a
economia para a recessão visando combater a inflação. Recessão é
geralmente produto de politica monetária e esta se manteve na mesma
linha desde essa gestão ruinosa no Ministério da Fazenda e no Banco
Central.
Depois de jogar o país na mais profunda crise os dois economistas se
mudaram imediatamente para Washington, onde hoje vivem tranquilos em
cargos no Banco Mundial e no FMI, usando a cota de cargos que por
tradição o Brasil mantém naquelas instituições.
O ajuste fiscal é necessário controlando desperdícios evidentes no
excesso de burocracia, excesso de funcionários, super salários, serviços
terceirizados sem controle, desperdícios no aluguel de prédios para a
burocracia, excesso de viagens e diárias de servidores, penduricalhos e
aumentos de salários disfarçados, falta geral de racionalidade na
administração pública com ministérios para funções de nível de
secretaria, mordomias inexistentes nos países mais ricos, como carros
com motoristas e lanches da tarde além de jatinhos para autoridades irem
e voltarem para suas casas de origem ou de veraneio.
Já apontei com detalhes esse mundo de desperdícios evidentes na
máquina publica em artigo publicado neste post especificamente sobre os
RALOS DO DINHEIRO PÚBLICO.
Mas o ajuste necessário deve ser simultâneo a uma politica monetária
expansionista que permite ao mesmo tempo aumento de arrecadação e
geração de emprego.
O foco exclusivo no combate à inflação a custa de todos os demais objetivos é irracional.
Desperdiçar capacidade ociosa na economia significa paralisar a
produção para baixar a inflação através da retração artificial da
demanda pelo desemprego e juros altos na economia real. A continuidade
dessa politica rebaixou o PIB em 8% em relação aos números de 2012 e vai
fazer a recuperação dessa produção perdida demorar muito mais que o
necessário.
O desemprego em taxas altíssimas se mantém há três anos, em 2017 o
número de demissões ainda foi maior que o número de admissões, situação
que se mantém desde 2015, apesar de esforços em se considerar
subempregos de ocasião como recuperação do emprego.
O último relatório sobre o emprego, recém divulgado pelo IBGE,
desmente frontalmente toda a campanha de mídia que tenta demonstrar que a
situação do emprego está melhorando.
O IBGE aponta uma taxa de desemprego de 11,5% em 2016 e 12,7% em
2017, ano que fecha com 13,2 milhões de desempregados, um recorde que
aponta que de modo algum acabou a recessão, como levianamente não para
de falar o Ministro Meirelles, como pode ter acabado com o desemprego
aumentando? Os dados são do próprio Governo do qual faz parte o Ministro
da Fazenda, portanto insuspeitos, seu discurso é contraditório com
dados oficiais incontestáveis que não indicam recuperação nenhuma, o
emprego é a síntese de uma recuperação, se esta não gera empregos, de
que serve para a população?
Não há nenhum sinal de melhora no total de empregos com carteira
assinada, base da estatística, que tenta ser melhorada com a versão de
que empregos na economia informal estão sendo criados. Esses são BICOS e
QUEBRA GALHOS para sobrevivência de pessoas que não conseguem emprego
regular e após desistir de procurar se voltam para tentativas de
sobrevivência de baixa qualidade e nenhuma garantia, vendendo comida,
guardando carros, fazendo faxinas, nada do que traz ao cidadão um mínimo
de segurança ou satisfação.
Na mesma campanha de mídia, liderada pelo Sistema GLOBO, aponta-se a
atração de investimentos como sinal de que a economia vai melhorar. A
premissa é falsa pela base.
O que atrai investimentos para a ECONOMIA REAL é a existência de
demanda nova. Não há lógica em investir na economia da produção sem
existência de demanda prévia, é pelo lado da demanda que a economia
cresce, o investimento segue a demanda e não o contrário.
A atração de investidor estrangeiro para a Bolsa não é investimento
na economia da produção que gera empregos. A bolsa brasileira é
globalizada e atrai investidores de ocasião que entram e saem de papéis
já emitidos, não se cria empregos por esse caminho. O mesmo ocorre com a
ideia fixa de privatizações, serão vendidos ativos já existentes e a
primeira medida do novo dono é cortar empregos e não cria-los. O Brasil
está se tornando um dos polos da especulação financeira internacional
pela facilidade de entrada e saída de capitais sem qualquer controle, o
Brasil funcionando como paraíso fiscal de grande porte, nada disso
beneficia a população pobre, não cria empregos e nem faz a economia
crescer, apenas faz alguns ganharem dinheiro.
A gestão atual da economia é de extrema mediocridade a se concentrar
exclusivamente no ajuste fiscal necessário, mas insuficiente e ajuste
dirigido a despesas que atendem à população.
Os ajustes nos grandes núcleos de desperdício sequer começaram e a
falta de qualquer iniciativa de expansão na economia geradora de
empregos é um fracasso da ciência econômica aplicada à realidade
brasileira por cérebros extremamente limitados.
Uma economia em crescimento facilita em muito o ajuste no lado da
despesa, mas ao que tudo indica a equipe econômica abraça a tese de que
sacrifícios da população são uma purgação necessária para puni-la por
ter tido uma melhora de vida nos anos anteriores.
A atual linha e equipe econômica defende com exclusividade absoluta o
objetivo na manutenção do valor do capital liquido que está por
definição em mãos do mercado financeiro e de seus clientes rentistas,
alimentados pela maior despesa REAL do orçamento, os JUROS PAGAOS PELA
DIVIVIDA PUBLICA FEDERAL. É na defesa intransigente desse grupo social
já que a manutenção do valor da moeda preserva o capital do rentismo
ancorado nos bancos, projeto onde se concentra toda a politica econômica
do País, descartando o interesse pelos mais de 130 milhões de pobres
das periferias dos grandes, médios e pequenos centros.
A inflação ultra controlada, já abaixo do piso da meta, não serve
para nada a quem não tem dinheiro nem para consumir e nem para investir,
caso dos milhões de brasileiros pobres.
Inflação é um mal menor frente ao desemprego, sem inflação e
desempregado um cidadão nada ganha, com emprego e com alguma inflação
ele sobrevive, como ocorreu no Brasil de 1950 a 1985, período em que as
taxas de desemprego foram muito menores do que hoje.
O CAOS SOCIAL produzido pela penúria e pelo desemprego gera
FATALMENTE o aumento brutal da insegurança, da marginalidade e da
criminalidade, o que acaba afetando principalmente a população pobre,
MAS não poupa os privilegiados do rentismo, o território brasileiro é o
mesmo e é impossível viver todo o tempo dentro de fortalezas.
Há uma saída para os rentistas, é morar fora do Brasil, mas auferindo
a renda aqui, um quadro que lembra os tempos do Brasil colônia de
Portugal e ao qual o Brasil hoje retrocede com muitos milionários
brasileiros morando fora do Brasil, mas com seus negócios aqui.
A função da CIENCIA ECONOMICA é encontrar caminhos e formulas para
gerir a economia com o mínimo de custo humano. Para fazer uma economia
de padeiro não é necessária ciência econômica, basta o senso pedestre
mais elementar. A construção de caminhos mais racionais para administrar
a economia com o menor custo humano possível é um exercício de
inteligência que os grandes economistas dos Séculos XIX, XX e XXI se
dedicaram.
REDUZIR O CUSTO HUMANO para a economia funcionar o mais racionalmente
possível é o resultado operacional da ciência econômica, é a busca do
menor sacrifício, estuda-se para isso e não para aumentar o sofrimento
em nome de TESES, como se a economia fosse um ALTAR DE SACRIFICOS para
purgar os pecados, uma espécie de visão moralista da economia.
A atual politica econômica é IRRACIONAL porque não aproveita as
potencialidades do País, não usa o enorme potencial de mão de obra
ociosa, se somarmos os 12 milhões de desempregados formais, mais os
subempregados, mais o que nem mais procuram emprego, mais os jovens da
geração NEM NEM, de 16 a 29 anos, chegamos a um IMENSO DESPERDICIO DE
RECURSOS HUMANOS, enquanto o País tem enormes carências de tudo, de
moradia a saneamento, de estradas e portos, de escolas e hospitais, de
uso racional da agua, da terra, da floresta, do litoral, da pesca em
grandes represas, do turismo, um país mal explorado ou inexplorado,
enquanto se faz uma gestão econômica pífia exclusivamente para garantir o
pagamento de juros da divida publica, como se esse fosse o destino do
País.
Uma politica econômica simples, emitir mais R$2 trilhões em divida
publica, comprada pelo Banco Central por emissão de moeda, escalonada em
40 meses, R$50 bilhões por mês, para uso exclusivo de investimentos em
infra estrutura, o Pais cresce 8 a 10% em cada ano, com um mínimo de
inflação porque há capacidade ociosa antes de se elevar a pressão sobre
os preços, a inflação começa a partir do atingimento do uso da
capacidade produtiva instalada.
Com um crescimento alto a arrecadação aumenta rapidamente, há uma
folga maior para se fazer os ajustes necessários no lado dos
DESPERDICIOS que existem no Estado brasileiro nos três níveis e nas três
esferas de poder. É esse o caminho da China e da Índia, não é algo tão
complicado de entender, MAS para tal tarefa nem por sonho se pode dar a
direção da economia para banqueiros, eles ganham muito mais na recessão
do que no crescimento.
Parece que a população brasileira, ILUDIDA PELA MIDIA ECONOMICA, não
se dá conta que a atual politica econômica é um DESASTRE COMPLETO, não
leva a lugar nenhum e com ela o Brasil não volt ao PIB de 2013 nem em 10
anos. NÃO PODERIA HAVER MAIOR FRACASSO.
Enquanto isso economias maduras crescem a taxas civilizadas mesmo
após recessões e suas consequências. Países EMERGENTES tem muito maior
potencial de crescimento do que economias maduras e aproveitam para
crescer, caso da China e da Índia, as duas em 2017 com taxas de
crescimento entre 6,5% a 7%. E porque o Brasil não cresce? Pela
MEDIOCRIDADE de seus péssimos formuladores e gestores de economia,
administradores sem nenhum brilho, ultra medíocres como Meirelles e
Goldfajn, cozinheiros de um prato só, o controle da inflação.
Fora dessa meta eles não tem nenhuma receita a mais, não tem
objetivos de EMPREGO, algo que é legalmente obrigatório para os gestores
da politica econômica dos EUA. Lá está na lei que aprovou os Estatutos
do FED, o banco central americano, pela Lei um dos objetivos do FED é o
PLENO EMPREGO. Se não conseguir esse resultado o Presidente dos EUA
DEMITE o Chairman do FED, já aconteceu duas vezes, com Eugene Meyer (pai
de Katherine Graham, dona do jornal Washington Post) e com Thomas Mc
Abe (dono da Scott Paper e conhecido como o Rei do Papel Higiênico), o
Fed é só independente no papel, mas não na politica.
Porque a China e a Índia, países complicados e cheios de problemas de
todo tipo, podem crescer a taxas altas e o Brasil se contenta com 1%
depois de três anos de crescimento negativo? Porque nesses dois países o
OBJETIVO DA POLITICA ECONOMICA É O CRESCIMENTO, simples assim, no
Brasil o objetivo e um só, controlar a inflação.
O próximo Presidente a ser eleito precisa se libertar da camisa de
força de um Banco Central ultra conservador em um País carente de tudo, é
uma combinação explosiva, estamos praticando uma politica monetária
suíça em um Pais tropical que precisa crescer rapidamente para dar conta
de sua população pobre enorme, não somos um pais pequeno e estável como
a Dinamarca para ter uma politica monetária de pais nórdico enquanto
nada se faz, nada se constrói, nada se melhora e nada prospera em um
Pais emergente e carente.
Os candidatos a Presidente precisam com urgência APRESENTAR SEU
PROJETO ECONOMICO PARA O BRASIL CRESCER, se for para manter o atual
projeto para que eleição?
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