Afrânio Silva Jardim, um dos maiores processualistas do país e até então apoiador da Operação Lava Jato, manifestou indignação diante da condução de Moro
Da redação
Após assistir ao depoimento
do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, nesta terça-feira
(10.05.2017), o jurista Afrânio Silva Jardim, considerado um dos maiores
processualistas do país eaté então apoiador daOperação Lava Jato,
manifestou sua indignação diante da condução de Moro do ato processual.
“A minha indignação é tanta que, apesar de professor e ex-membro do Ministério Público experiente, quase não consegui dormir esta noite e, por isso, estou aqui novamente fazendo este aditamento. Sinto necessidade de ´gritar´, sinto necessidade de ´desabafar´. Posso estar errado, mas o ex-presidente Lula não está tendo o direito a um processo penal justo.”
Professor de Direito Processual na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além do desabafo em seu facebook, ele pediu aos organizadores da obra Tributo a Afranio Silva Jardim, coletânea de artigos em sua homenagem, que retirem o artigo de Sérgio Moro da próxima edição do livro:
“Esta minha solicitação, além de ser motivada pelo inconformismo acima mencionado, tem como escopo evitar constrangimento ao próprio juiz Sérgio Moro, diante de críticas técnicas que venho fazendo a seu atuar processual. Ademais, alguns colaboradores da obra coletiva já se manifestaram desconfortáveis em figurar na companhia deste magistrado no aludido livro.”
Ele também destaca que o processo processual penal acusatório, que vem defendendo ao longo de 37 anos de magistério restou “esfarrapado”: “O juiz Sérgio Moro me deixou triste e decepcionado com tudo isso. Como teria dito um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, ´estamos vivendo uma pausa em nosso Estado de Direito´.
Leia a íntegra de seu texto no Facebook:
“A minha indignação é tanta que, apesar de professor e ex-membro do Ministério Público experiente, quase não consegui dormir esta noite e, por isso, estou aqui novamente fazendo este aditamento. Sinto necessidade de ´gritar´, sinto necessidade de ´desabafar´. Posso estar errado, mas o ex-presidente Lula não está tendo o direito a um processo penal justo.”
Professor de Direito Processual na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além do desabafo em seu facebook, ele pediu aos organizadores da obra Tributo a Afranio Silva Jardim, coletânea de artigos em sua homenagem, que retirem o artigo de Sérgio Moro da próxima edição do livro:
“Esta minha solicitação, além de ser motivada pelo inconformismo acima mencionado, tem como escopo evitar constrangimento ao próprio juiz Sérgio Moro, diante de críticas técnicas que venho fazendo a seu atuar processual. Ademais, alguns colaboradores da obra coletiva já se manifestaram desconfortáveis em figurar na companhia deste magistrado no aludido livro.”
Ele também destaca que o processo processual penal acusatório, que vem defendendo ao longo de 37 anos de magistério restou “esfarrapado”: “O juiz Sérgio Moro me deixou triste e decepcionado com tudo isso. Como teria dito um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, ´estamos vivendo uma pausa em nosso Estado de Direito´.
Leia a íntegra de seu texto no Facebook:
INTERROGATÓRIO DO EX-PRESIDENTE LULA. ESTOU INDIGNADO COM O QUE ASSISTI
Após
assistir a toda audiência em que ocorreu o interrogatório do
ex-presidente Lula, no dia de ontem, fiquei indignado com a forma pela
qual o juiz Sérgio Moro conduziu este ato processual.
Por
este motivo, solicito, de público, aos amigos Pierre Souto Maior Amorim
e Marcelo Lessa, organizadores do livro “Tributo a Afranio Silva
Jardim”, que diligenciem junto à Editora Juspodium no sentido de que não
conste, na sua terceira edição, o trabalho do referido magistrado. A
obra foi publicada, em minha homenagem, sendo composta por vários
estudos de renomados juristas pátrios e estrangeiros.
Esta
minha solicitação, além de ser motivada pelo inconformismo acima
mencionado, tem como escopo evitar constrangimento ao próprio juiz
Sérgio Moro, diante de críticas técnicas que venho fazendo a seu atuar
processual. Ademais, alguns colaboradores da obra coletiva já se
manifestaram desconfortáveis em figurar na companhia deste magistrado no
aludido livro.
A
minha indignação é tanta que, apesar de professor e ex-membro do
Ministério Público experiente, quase não consegui dormir esta noite e,
por isso, estou aqui novamente fazendo este aditamento. Sinto
necessidade de “gritar”, sinto necessidade de “desabafar”. Posso estar
errado, mas o ex-presidente Lula não está tendo o direito a um processo
penal justo. Ele não merecia isso. Fico imaginando o “massacre” a que
seria submetida a sua falecida esposa D.Maria Letícia, pessoa humilde e
inexperiente…
Confesso
que continuo amargurado e termino dizendo que, se o ex-presidente Lula
restou humilhado, de certa forma, também restou humilhado o povo
brasileiro, que nele deposita tantas esperanças.
Termino
também dizendo que restou “esfarrapado” o nosso sistema processual
penal acusatório, que venho procurando defender nestes trinta e sete
anos de magistério. O juiz Sérgio Moro me deixou triste e decepcionado
com tudo isso. Como teria dito um ex-ministro do Supremo Tribunal
Federal, “estamos vivendo uma pausa em nosso Estado de Direito” …
Afranio
Silva Jardim, professor associado de Direito Processual Penal da Uerj.
Mestre e Livre-Docente em Direito Processual (Uerj)
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