Movimento que traz à tona a crise da democracia e falência do
sistema de representação e lança manifesto nacional. Objetivo central é
eleger bancada parlamentar cidadã, que enfrente privilégios históricos e
abra perspectivas de novo país
Leia a Manifesta #OcupaPolítica
Ousamos sonhar outro futuro, no qual se expandem as possibilidades de
vida livre, feliz, integrada com a natureza, fundada nos interesses
coletivos e na democracia real.
A política do nosso país virou terra arrasada e cabe a nós
reconstruir esse lugar. Agir agora é mais do que necessário – é uma
tarefa vital.
Precisamos ocupar o espaço controlado há tanto tempo por
latifundiários, herdeiros, lobistas, patriarcas e endinheirados que só
legislam em causa própria.
A esperança e o destino das pessoas não podem ser reféns da
ganância de poucos que se acham donos do poder. Nós somos a maioria e
estamos unidas em torno de IDEIAS, SONHOS e LUTAS.
Somos mulheres, pessoas negras, trabalhadoras, LGBTs, povos
tradicionais, jovens, pessoas com deficiência, ativistas de muitas
causas.
Viemos das periferias e dos centros urbanos, das zonas rurais, de
quilombos e aldeias indígenas, de movimentos populares, praças, palcos e
salas de aula.
Compartilhamos a disposição de construir outra política: radicalmente
democrática, laica, diversa, a partir das lutas sociais, com afeto e
cooperação.
Essa outra política possível já está sendo praticada em mandatas,
gabinetonas e ocupações de espaços legislativos em todo o Brasil. Com
essas experiências, lutamos pela democratização do país, fortalecemos a
cidadania ativa, criamos o poder desde baixo. Há exemplos de
participação, transparência e abertura que precisam se expandir.
Estamos aqui porque nossas vidas importam. A todo momento, corpos
negros, de mulheres e LGBTs são vítimas de brutal preconceito,
intolerância e violência. Basta! Lutamos por vida plena para todas as
pessoas e vamos retomar a democracia com nossos corpos políticos!
O crescimento absurdo da violência, aliás, comprova que não adianta
investir em mais armas e repressão militar. Chega! Defendemos uma
política de segurança cidadã para proteger nossas vidas e comunidades,
com respeito aos direitos humanos.
Queremos outra política de drogas. A chamada “guerra às drogas” é um
fracasso miserável e só produz violência, extermínio de jovens negros e
pobres, racismo estrutural e proliferação de máfias e facções. É urgente
sair da lógica da criminalização para atuar decididamente na
perspectiva do cuidado.
O modelo econômico dominante – colonialista e predatório – é também
injusto e insuportável, a ponto de apenas cinco homens acumularem mais
riqueza do que a metade mais pobre da população brasileira. Esse modelo
envenena, desmata, polui, destrói e faz sofrer. Mar de lama nunca mais!
É urgente fortalecer economias pelo bem viver, de base comunitária,
solidária e popular. Agroecologia, coleta e reciclagem de lixo, produção
energética renovável, cooperativas produtivas, empreendimentos
autônomos nas periferias e tantas outras possibilidades já fazem parte
dessa agenda anticapitalista.
Além disso, passou da hora de equilibrar as contas, para que os
pobres, a classe média e os ricos contribuam com impostos de acordo com
as suas capacidades. É inaceitável que os pobres continuem pagando mais
do que os ricos!
A cultura constitui nossas formas de vida e atravessa todas as lutas.
Está em terreiros, quilombos, favelas, teatros, praças, ruas, blocos de
carnaval, saraus de poesia. Cultura não é caso de polícia nem pode ser
censurada por fundamentalistas. Cultura é direito e a arte liberta!
Não aceitamos a apropriação privada dos bens coletivos. É urgente
remodelar as instituições para desconstruir privilégios, aumentar a
transparência e garantir a qualidade da gestão pública.
Acreditamos que o Estado deve funcionar com excelência para entregar
serviços e políticas públicas eficientes para a sociedade. Da educação
ao transporte, da saúde à assistência social, a população exige que os
seus recursos sejam bem aplicados e que os agentes públicos tenham
compromisso com os direitos de cidadania.
Para que essas transformações se viabilizem, a política não pode ser
monopólio de ninguém. Precisamos de uma ampla reforma política que
corrija o sistema, com candidaturas cívicas, controle e participação
social e representatividade nas instituições.
Outra política é possível e não dá mais para esperar. Em 2018 vamos
ocupar as eleições com ousadia e alegria e tomar o poder para distribuir
potência.
Não estamos aqui para perder. Nossa luta é ancestral e nossas
vitórias nos anos recentes são sementes que vão florescer. Estamos aqui
com e por Marielle. Venceremos!
São Paulo, inverno de 2018
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