Enquanto a China exerce papel cada vez mais
relevante na economia global, Brasil não consegue nem mesmo negociar com
o gigante oriental. "Temer e Meirelles não têm noção do que estão
falando"
por Eduardo Maretti, da RBA
publicado
18/05/2018 08h02,
última modificação
18/05/2018 11h08
"Fernando Henrique Cardoso destruiu parte importante da indústria brasileira, sobretudo as cadeias produtivas"
RBA
São Paulo – No jogo econômico e geopolítico
global de hoje, as principais cartas estão colocadas por um gigante do
Oriente. "A escalada da China não tem como ser contida. A não ser que se
tente fazer uma coisa de enorme violência", diz o economista Luiz
Gonzaga Belluzzo.
"O que a China fez foi se encaixar de maneira
adequada na globalização, proposta pela expansão americana financeira e
produtiva", diz. Prova disso é que os chineses estão comprando empresas
em todo o mundo. Inclusive no Brasil, nos setores estratégicos de
energia e petróleo.
Por outro lado, os Estados Unidos continuam a
possuir uma carta fundamental no jogo da economia e finanças globais: o
dólar. "É o ativo em que o mercado confia." O resultado da complexa
disputa pelo protagonismo mundial ou por posições estratégicas não está
claro, considerando que o mundo passa por uma transição que parece
apontar para o fim da hegemonia neoliberal, mas sem horizontes muito
claros.
"Acho que estamos num momento de passagem, não
sabemos bem para onde. Eu diria que o arranjo internacional está
moribundo, está sendo fundamentalmente sustentado pela exceção chinesa,
que é uma parte do conjunto", diz Belluzzo. "Acho que esse arranjo
proposto lá atrás, nos anos 80, que o pessoal chama de neoliberalismo,
está moribundo, mas não morre."
Enquanto isso, o Brasil é hoje apenas formalmente
parte integrante do Brics – bloco em que está ao lado de Rússia, Índia,
China e África do Sul –, pois na prática perdeu completamente o
protagonismo e caminha por uma opção geopolítica equivocada, ao
reaproximar-se da esfera norte-americana.
"Estamos fazendo uma aproximação geopolítica
errada. Os chineses estão entrando aqui e não estamos exigindo ou
negociando nada com eles." E, no Brics, o Brasil de Michel Temer "não
faz nada".
Principalmente porque, segundo Belluzzo, sob o governo de Michel Temer e seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o país está sem comando. "Eles não têm noção de nada, não têm noção do que estão falando", diz o economista, em entrevista à RBA. "Conheço bem o presidente da República. Ele tem uma inteligência bem restrita", garante Belluzzo.
Principalmente porque, segundo Belluzzo, sob o governo de Michel Temer e seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o país está sem comando. "Eles não têm noção de nada, não têm noção do que estão falando", diz o economista, em entrevista à RBA. "Conheço bem o presidente da República. Ele tem uma inteligência bem restrita", garante Belluzzo.
Recentemente o FMI informou que a dívida
global chegou a 225% do PIB mundial, com valor de U$ 164 trilhões. Como
interpreta esse dado?
Depois da crise de 2008-2009, os bancos centrais
entraram firmemente para impedir que a crise se espalhasse de maneira
incontrolável e bloqueasse os mercados interbancários, que ficaram
paralisados. Sem a presença dos bancos e dos mercados financeiros numa
economia como a de hoje, haveria um colapso de grandes proporções. Vamos
olhar as dívidas públicas. A do Japão, por exemplo, é de mais de 200%
do PIB, o que já vem dos anos 90 pelas operações que fizeram, para
segurar a economia japonesa, depois da crise iniciada em 1989.
Em 2006, antes da crise, a dívida pública dos
Estados Unidos estava em torno de 60% do PIB, e hoje está em torno de
110%. Por que subiu a dívida pública? O governo americano gastou mais em
infraestrutura, obras públicas? Não. Foi porque o tesouro foi obrigado a
socorrer os bancos, com títulos da dívida pública, o título considerado
mais seguro, a cúspide do sistema financeiro internacional. É o ativo
em que o mercado confia. Quando há insegurança maior, todo mundo corre
para o título da dívida pública americana.
Então aumentou a dívida pública americana por causa
dessa operação. Em seguida, por causa das taxas de juros muito baixas,
os fundos e bancos de investimento começaram a se realavancar. Há uma
tremenda expansão do crédito intrafinanceiro e também para as empresas
transnacionais.
O excesso de liquidez – muito dinheiro considerado
confiável, o dólar americano – forçou o endividamento das empresas da
periferia. No Brasil, por exemplo, as empresas privadas começaram a
tomar muita dívida em dólar, sobretudo porque era barato, a taxa de
juros baixa. Então há um endividamento elevado das empresas brasileiras
em dólar. Isso foi percebido agora, porque o dólar começou a ficar caro e
isso afeta o estoque de dívida das empresas.
Isso globalmente...
Isso globalmente...
Globalmente: Turquia, Brasil, Índia, vários países
que fizeram endividamentos altos. Quando se desvaloriza o dólar, o
Federal Reserve (banco central americano) deu sinal de que poderia
começar a diminuir a compra de ativos privados, o seu papel de market maker,
como comprador e vendedor nos mercados secundários. Quando ele começou a
dar o sinal, correu todo mundo pra sair das posições nos países que
estavam com moeda valorizada. Esse é o fenômeno da extrema dependência
que os países têm dos movimentos da política monetária americana. Ela dá
um soluço lá, isso afeta todo mundo.
Essa discussão não é feita no Brasil, porque os
economistas de bancos não querem saber dessa história. Eles querem dizer
que o Brasil tem essa vulnerabilidade, a despeito das reservas altas
(U$ 380 bilhões), porque a situação fiscal é ruim. A situação fiscal é
ruim no mundo inteiro, porque todas as moedas se desvalorizaram em
relação ao dólar. Todas. Menos algumas, como o yuan chinês, porque eles
têm uma política de controle de câmbio.
Está existindo uma fuga de investidores de países emergentes?
Isso é um pouco mais complicado, porque você opera
nos mercados futuros. Você muda a posição de estar vendido em dólar para
ficar comprado. É uma mudança de posição dos seus estoques de riqueza.
Por exemplo, quando o investidor percebe que vai haver uma
desvalorização do real ele deixa de apostar no real e passa a apostar no
dólar...
Mas está acontecendo isso?
Claro que está. Mas o Brasil tem uma proteção (as
reservas). A questão central é que você não pode ter um preço tão
fundamental, como o câmbio, sujeito a essas flutuações, a essas
incertezas. Quem fez um projeto de aumento da produção em cima do
aumento das importações, quando dá uma paulada dessa no dólar, ele fica a
perigo, da mesma maneira que o exportador, quando faz um projeto de
exportação com uma taxa de câmbio a R$ 3,70 e ela cai para R$ 3,20, por
exemplo, os planos dele ficam ameaçados. Essa volatilidade do câmbio,
uma característica da economia atual, sempre nos deu problema, e nos deu
mais problemas quando estávamos mais desprotegidos.
Vamos lembrar do Fernando Henrique Cardoso, que
ninguém lembra. Ele fez a estabilização com câmbio fixo, destruiu uma
parte da indústria brasileira. Lembro do (José) Mindlin me falando que
ia vender a Metal Leve, porque não aguentava mais. Hoje ninguém fala
nada, eles (os empresários) levam na cabeça e devem achar bom, viraram
rentistas também. Mas o Fernando Henrique fez essa aposta, valorizou o
câmbio, destruiu uma parte da indústria brasileira importante, sobretudo
as cadeias produtivas, danou o setor de bens de capital e carregou isso
ao longo dos anos 90, meados de 94 até 98, quando houve uma sucessão de
crises cambiais – México em 94, Ásia em 97, depois Rússia, Brasil e
Argentina. Mas para os economistas da banca não aconteceu nada, era só
para os países que estavam com suas situações domésticas ruins.
Viemos de uma dívida pública, que Collor deixou, de aproximadamente 30%, e chegou a cerca de 70% . A economia cresceu pouco, taxa média de 2,5%, e só fomos nos recuperar a partir de 2003...
Viemos de uma dívida pública, que Collor deixou, de aproximadamente 30%, e chegou a cerca de 70% . A economia cresceu pouco, taxa média de 2,5%, e só fomos nos recuperar a partir de 2003...
Com Lula...
Com Lula. Na época, houve um choque brutal de commodities
e de demanda na economia mundial. Isso beneficiou muito os países que
tinham um setor de agronegócio muito forte, como Argentina e Brasil. A
Argentina cresceu até mais que o Brasil, 8,5%, 9% nesse período. Lula
pegou esse momento e fez as políticas corretas de inclusão, foi muito
hábil nisso. Colocou 40 milhões de pessoas para dentro da economia, não é
pouca coisa, é um prodígio. Mas isso tem a ver com ciclo de
commodities, ainda que ele tenha mantido a tendência de valorização do
câmbio. A indústria continuou a perder peso. A indústria brasileira
tinha uma participação de 25% do PIB no início dos 80 e passou a ter 12%
(dados recentes do IBGE).
Passamos a década de 80 inteira, a "década
perdida", tentando resolver o problema dos efeitos da dívida externa,
efeitos fiscais – porque houve estatização de dívida pelo Tesouro –,
incapacidade de pagamento, várias cartas de intenção com o FMI. A
economia tinha momentos de crescimento e queda sucessivos. Saímos da
crise em 94, com o Plano Real. Por quê? Porque tínhamos 40 bilhões de
reserva. Aí começa o negócio de privatização. A economia mundial já
estava se tornando o que ela é hoje, muito inclinada a tirar proveito da
propriedade, que é o rentismo, em vez da produção. Vieram para cá e
compraram as empresas brasileiras.
Mais ou menos como hoje?
Sem dúvida. Dizem: "vamos melhorar a eficiência das
empresas". Mentira. Pergunta se o setor elétrico melhorou a eficiência
ou se aumentou as tarifas brutalmente. Não tem nada a ver com
eficiência.
Na verdade, no caso da energia elétrica, é a
produção de um insumo universal. Todo mundo usa. Na China e nos países
asiáticos, os setores que produzem insumos universais são públicos para
ajudar o setor privado, permitir custos baixos. Aqui não se faz a
discussão das interrelações entre privado e público. Isso é que é o
capitalismo!
O Brasil ainda está no pré-capitalismo, então?
O Brasil já fez capitalismo em alguns momentos
(risos). Tentou fazer com Getúlio, Juscelino, até com os militares,
independentemente das tropelias que eles fizeram.
Como a economia de um país grande como o Brasil pode se sustentar com a indústria na situação atual?
Virou uma espécie de consenso entre os economistas
do mercado ou próximos a ele que a indústria não é importante. Você pode
produzir banana e produzir computadores que é a mesma coisa. Não é só
uma regressão na estrutura produtiva, é uma regressão mental, achar que
tudo é a mesma coisa.
Os chineses disseram em Davos que "quem acredita
que vai fazer dinheiro se houver uma crise na China está equivocado".
Eles estão bastante seguros de sua posição, não?
Eles estão crescendo em torno de 6,5%, 7%. A taxa
média de crescimento deles era 10% nos anos 90 e mesmo no começo dos
2000. Mas eles fizeram agora um Congresso do Partido Comunista. São
muito prudentes, administram de acordo com as circunstâncias. Estão
fazendo uma transição, saindo de uma economia que era muito dependente
do saldo da balança de transações correntes. Quando você vende mais do
que compra, essa diferença é importante. Quando esse saldo é positivo,
você vende mais do que compra, injeta demanda na economia.
O resultado das exportações menos as importações
teve um papel muito importante no crescimento deles. Eles tinham uma
capacidade de estímulo ao investimento muito grande, com bancos públicos
e taxas de juros muito baixas. Tinham taxas de juros muito baixas
porque não tinham que prestar contas ao capital de curto prazo que
queria especular. É como disse um chinês: "nós abrimos, mas botamos uma
tela, para só entrar o que interessa, não entrar mosquito".
Eles têm projetos importantíssimos tanto na área
financeira quanto na produtiva, articulando as duas coisas. As finanças
para eles são muito importantes, uma coisa importante do capitalismo,
desde que controlada, para financiar o gasto produtivo. É o contrário
dos emergentes, onde o sistema financeiro é perverso, só serve pra
perturbar.
A chamada nova rota da seda está assustando os Estados Unidos, por exemplo...
Sim. Para ser claro: essa escalada da China não tem
como ser contida. A não ser que se tente fazer uma coisa de enorme
violência. O capitalismo é um sistema autotransformador. Se você tiver a
embocadura certa no momento em que a transformação está ocorrendo, você
vai se beneficiar. O que a China fez foi se encaixar de maneira
adequada na globalização, proposta pela expansão americana financeira e
produtiva. Eles se beneficiaram porque perceberam a articulação
necessária.
Agora eles estão na segunda etapa. Na primeira, até
meados de 2000, até a crise, eles tinham 4 trilhões de dólares de
reservas, que acumularam com as exportações líquidas e com a entrada de
capitais produtivos. Hoje eles têm 3 trilhões. Mas eles não jogaram
reservas fora. Eles precisam também diminuir a pressão que tinham no seu
mercado financeiro da entrada de dinheiro estrangeiro, que não era
especulativo, e em segundo lugar estão mudando a composição da riqueza
deles, do portfólio. Eles saíram dos títulos e estão comprando empresa
em tudo quanto é lugar. Veja quantas empresas de energia eles estão
operando hoje no Brasil.
E na área de petróleo...
Sim, mas não é só no Brasil. Compraram empresas na Europa, na África...
No futuro vamos ser todos chineses?
Se deixar, vamos.
E a questão do Brasil nos Brics hoje?
Estamos no Brics, mas o Brasil não faz nada.
Conheço bem o presidente da República. Ele é um provinciano, para não
dizer outra coisa. O mínimo que ele pode dizer é o seguinte: que nós
regredimos 20 anos em dois (risos). Ele tem uma inteligência bem
restrita. Frequentava meu grupo político no tempo da faculdade. Não era
capaz de dizer uma coisa interessante, e continua do mesmo jeito. Nunca
teve protagonismo. Virou presidente da República. São os fenômenos
brasileiros.
Temos presença nos Brics, mas não temos projeto,
não apresentamos nada. O Banco Central fez o favor de tirar o nosso
vice-presidente lá, o Paulo Nogueira Batista, que tem capacidade de
entender essas coisas, porque eles acham que têm que fazer uma
aproximação com os Estados Unidos, que não é uma economia desprezível
nem decadente, mas não promete dinamismo para nós. O Trump nunca se
referiu ao Brasil.
Estamos fazendo uma aproximação geopolítica errada.
Os chineses estão entrando aqui e não estamos exigindo ou negociando
nada com eles.
Como comparar os países ibéricos Espanha e
Portugal, que está fazendo políticas mais sociais do que a Espanha e
está dando certo?
Portugal fez uma trajetória de um compromisso de
centro-direita e centro-esquerda que está levando ao abandono das
políticas de austeridade, que melhorou muito a situação nos últimos
anos. Já a Espanha sofreu uma crise imobiliária muito grave em 2007 e
2008. Continua com uma taxa de desemprego altíssima. Está mais ou menos
estagnada. Portugal é um país peculiar, porque é muito pequeno, tem dez
milhões de habitantes. A Espanha tinha um superávit fiscal de 2,5%
nominal e uma dívida pública de 25% do PIB. É nada. Em compensação, uma
tremenda dívida privada que vinha pelo lado imobiliário.
Quem financiava a Espanha eram os bancos alemães e
franceses. Para ver como são essas conexões. Então, a Espanha tinha
superávit fiscal, um endividamento privado brutal, maior que o dos EUA,
se medir per capita, e um déficit em conta corrente de 8% do
PIB. Ou seja, virou uma importadora líquida. Quando deu a crise global,
levou uma paulada, o déficit público subiu às alturas, os endividados
espanhóis quebraram.
Como vê a situação argentina? O Brasil pode ir pelo mesmo caminho?
O Brasil está mais defendido, com o colchão (das
reservas), que não impede que você tenha flutuações indesejáveis no
câmbio. A volatilidade do câmbio é tão danosa quanto o câmbio
valorizado, que deixamos durante anos, inclusive no período de bonança
que tivemos entre 2002 a 2010. O Brasil reagiu muito bem à crise de
2009, conseguiu se colocar numa posição melhor que muitos outros países.
Mas a Argentina tem uma recorrência de crises cambiais. Eu citaria
várias. A crise da divida externa dos anos 70, por exemplo, quando o
país viveu de maneira imprudente porque não sofreu tanto como o Brasil
com o choque do petróleo, já que a Argentina era produtora de petróleo.
Mas o Martínez de Hoz, um economista bem convencional, resolveu
endividar a Argentina.
Tensões geopolíticas, como no Oriente Médio, por exemplo, poderiam desencadear uma crise econômica global grave?
Acho que estamos num momento de passagem, não
sabemos bem para onde. Eu diria que o arranjo internacional está
moribundo, está sendo fundamentalmente sustentado pela exceção chinesa,
que é uma parte do conjunto. Então, acho que esse arranjo proposto lá
atrás, nos anos 80, que o pessoal chama de neoliberalismo, está
moribundo, mas não morre. Do ponto de vista geopolítico e geoeconômico,
que são inseparáveis, as transformações da economia global foram muito
importantes e tiveram implicações geopolíticas. E o que aparece agora
como geopolítico é o protagonismo da China, mas isso nasce de um arranjo
geoeconômico.
Não há como não aparecer essa dimensão política.
Não existe a economia tal como os economistas a concebem hoje, como um
conjunto de abstrações; a economia está colada ao social e ao político.
Essa coisa do Oriente Médio está inscrita dentro disso. Na verdade os
Estados Unidos produziram o Estado Islâmico, ao dizimar o Iraque,
dizimar a Síria. Isso é uma coisa de hospício, uma coisa absurda, você
destruir as estruturas sem saber qual a sua história, sua natureza.
Quando se vê Michel Temer e Meirelles falarem da economia, não dá impressão de que eles estão fora da realidade?
Mas isso é típico do Temer e do Meirelles. Eles não
têm noção de nada, não têm noção do que estão falando. Isso acontece na
história da humanidade. Você está na mão de dois sujeitos que estão no
planeta Netuno, não têm nada a ver com a realidade do seu país.
Mas não existem forças por trás deles?
Claro, é evidente que existem. Falo disso num livro que escrevi com o Gabriel Galípolo, que chama Manda quem Pode, Obedece quem tem Prejuízo.
É a estrutura de poder concentrada exatamente nos mercados financeiros.
Temer e Meirelles são a expressão física disso, que eles refletem sem
saber. Veja o que a imprensa diz o tempo inteiro dos atuais candidatos à
presidência. "Fulano de tal será bem recebido pelos mercados?" Onde
está o poder real?
As pessoas não percebem, mas são vitimadas por um
sistema que concentra o poder e entrega a esses cidadãos que estou
mencionando, que são provincianos, têm uma visão tola de como as coisas
funcionam. Se tivessem uma visão mais clara, mais profunda, eles não
proporiam essas coisas que propõem. Outro dia o Meirelles disse que a
economia voltou a se expandir. Em que mundo ele está? Não sei.
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